Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 10/08/2012 |
Um drama típico de governos de esquerda em momentos de crise econômica se repete no Brasil: greves maciças de trabalhadores do setor público, cujo corporativismo foi alimentado ao longo do tempo pelas próprias forças que estão no poder. O Brasil vive uma democracia consolidada, conflitos dessa ordem fazem parte do jogo democrático. Porém, o potencial de desgaste político do governo Dilma com as longas greves de servidores começa a preocupar a cúpula do PT. A presidente da República mandou cortar o ponto dos grevistas. Os sindicatos recorreram à Justiça, mas não obtiveram sucesso e não receberão os dias parados. O governo não cede aos grevistas. Sem perspectiva de ver suas principais reivindicações atendidas, o movimento radicaliza. Ontem, houve manifestações de rua em Brasília e no Rio de Janeiro, operação padrão de policiais federais nos aeroportos e de policiais rodoviários nas estradas, paralisação das agências reguladoras, interrupção de trabalho nas aduanas. A máquina do governo federal está parada. A velha oposição foi isolada no Congresso. Eis que surge, das entranhas da burocracia federal, uma nova oposição, à esquerda. A culpa Ontem, na Esplanada dos Ministérios, pelo segundo dia, houve conflitos entre grevistas e policiais militares. Uma palavra de ordem incomodava os ocupantes do Palácio do Planalto: "A greve continua, Dilma a culpa é sua". O desgaste está sendo atribuído à falta de tato no comando das negociações à ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Grevistas A greve já atinge 26 categorias profissionais, que formam um contingente de 350 mil funcionários "Aloprados" O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), classificou de "aloprados" os militantes petistas que atacaram o candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José Serra. Vídeo produzido pela campanha do candidato do PT, Fernando Haddad, compara Serra ao líder nazista Adolf Hiltler. Ciúme// Ex-marido da presidente Dilma Rousseff, o advogado e ex-deputado Carlos Araújo resolveu voltar à militância no PDT para apear do comando da legenda o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi. Até hoje, ele não engoliu aquele "Dilma, eu te amo!" do histriônico líder pedetista, em meio à crise que o derrubou do ministério. Pegou fogo Esquentou bastante a campanha eleitoral em Recife. O candidato a prefeito pela Frente Popular, Geraldo Julio (PSB), pretende usar a imagem da presidente Dilma Rousseff na sua campanha eleitoral, apesar dos protestos do candidato do PT, senador Humberto Costa. O petista critica decisão da Justiça Eleitoral, que autorizou um jingle vinculando Dilma a Geraldo. Barrigou A votação do novo regulamento de gestão de qualidade para a telefonia fixa pelo Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi adiada por 70 dias. O conselheiro Jarbas José Valente pediu tempo para fazer uma "análise criteriosa" do problema. O governo cobra mais eficiência das operadoras de telefonia. Código A comissão especial do Senado que examinará o anteprojeto do novo Código Penal (PLS 236/12) já tem um cronograma de trabalho. Por sugestão do relator, Pedro Taques (PDT-MT), o presidente da comissão, senador Eunício Oliveira, decidiu convocar sessões semanais e três audiências públicas para debater a matéria. Elaborado por uma comissão de notáveis, o projeto trata de vários temas polêmicos. Toga/ O advogado do ex-deputado Roberto Jefferson, Luiz Francisco Correia Barbosa, quase foi impedido de assistir à sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal. Estava de calça jeans, traje proibido na Corte. Porém, alegou a sua prerrogativa de advogado e não foi barrado. "Meu modelito, eu mesmo escolho", brincou. Reforço / Depois da passeata de funcionários públicos na Esplanada dos Ministérios, a Polícia Militar decidiu reforçar a segurança do STF. Ontem, havia pelo menos 60 homens de prontidão na Corte para qualquer eventualidade. Auditores/ Termina hoje o congresso de fundação da Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil. A entidade congrega 10 mil auditores de 34 tribunais de contas do Brasil. |
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