Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 07/08/2012 |
Negativa de autoria, assim poderia ser resumida a atuação da defesa dos
principais réus do mensalão, ontem, não fosse a postura dos advogados.
Acusaram o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de não
comprovar a existência do mensalão; admitiram, porém, a existência de
caixa dois de campanha nas eleições de 2002, na qual foi eleito o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O advogado Marcelo Leonardo, que defendeu Marcos Valério, admitiu que o seu cliente repassou ilegalmente recursos para o PT financiar a campanha eleitoral em 2002, mas negou que a verba tenha sido usada para comprar votos de parlamentares. Também refutou a acusação de que houve lavagem de dinheiro. Segundo ele, a movimentação financeira foi legal. Arnaldo Malheiros, advogado de Delúbio Soares, foi pelo mesmo caminho. Admitiu o caixa 2 de campanha, mas negou o pagamento de parlamentares para aprovação de projetos no Congresso. Segundo ele, "O PT não podia fazer transferência bancária porque o dinheiro era ilícito". Disse que o ex-tesoureiro do PT operou o caixa dois, mas "não corrompeu ninguém". Ou seja, Delúbio matou no peito acusação e assumiu sozinho a responsabilidade pelo caixa dois. Chefia Principal réu do processo, acusado de ser chefe da quadrilha e responsável pelo mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, cujo mandato foi cassado pela Câmara por esse motivo, foi defendido pelo advogado José Luís de Oliveira Lima, que foi breve na defesa. Teria direito a uma hora de exposição, mas falou menos de 30 minutos: simplesmente disse que não há nos autos nenhuma prova ou depoimento que fundamente a acusação. Legítimo Presidente do PT à época, José Genoino foi defendido pelo advogado Luiz Fernando Pacheco, que caracterizou a atuação de seu cliente como a de um sujeito que não sabia do que se passava na área financeira da legenda. Chegou a dizer que o mensalão era uma farsa e que a opinião pública já havia absolvido os petistas com a reeleição de Lula, em 2006, e a eleição da presidente Dilma Rousseff. A Bela// A mulher do contraventor Carlos Cachoeira, Andressa Mendonça, hoje rivaliza as atenções com os advogados de defesa dos 38 réus do mensalão. Depõe na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira pela manhã. Empatados A campanha do tucano José Serra em São Paulo está à beira de um ataque de nervos desde a divulgação, na sexta-feira, da pesquisa Ibope sobre as eleições na capital. Está em empate técnico com Celso Russomanno. O candidato do PSDB tem 26% e o do PRB, 25%. Quatro postulantes permanecem embolados: Soninha (PPS), Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB) e Paulinho da Força (PDT) estão empatados com 7%, 6%, 5% e 5%, respectivamente. Lixo Os candidatos a prefeito do Recife discutem hoje com catadores de materiais recicláveis suas propostas para a implantação local da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Há duas semanas, seis dos sete candidatos a prefeito do Rio de Janeiro debateram o mesmo tema. A Abralatas (Associação dos Fabricantes de Latas de Alumínio), que patrocina o ciclo de debates, também programou encontros em Porto Alegre e Manaus. Natal e Guarulhos servem de exemplos. Na frente Em Belo Horizonte, quem arranca os cabelos é a turma do PT. O Ibope também mostrou que o prefeito Marcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição, conseguiu conter a ofensiva petista: está com 43% das intenções de voto. O ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias (PT) está com 21% e Vanessa Portugal (PSTU), com 1%. A eleição caminha para uma decisão no primeiro turno. Prejuízos A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, está cortando um dobrado para explicar o péssimo desempenho da companhia aos acionistas sem jogá-lo no colo de seu antecessor, o petista Sérgio Gabriele. Culpou o dólar por um prejuízo de R$ 1,346 bilhão. Anticrise/ A MP 563/2012, que desonera setores econômicos da contribuição previdenciária patronal relativa à folha de pagamento, deve ser votada esta semana no Senado. A MP 564/2012, com ações de estímulo a indústria nacional, também. Homenagem/ O centenário do escritor Jorge Amado foi comemorado ontem em sessão solene do Congresso Nacional, iniciativa do presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP). Ex-deputado constituinte do PCB, o escritor baiano foi eleito por São Paulo, em 1945. |
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