quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A conta não fecha

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 08/08/2012

A reunião da presidente Dilma Rousseff com empresários para discutir o "novo ciclo" da economia brasileira foi adiada para a semana que vem porque a conta não fecha. A ideia do governo era apresentar ontem o novo pacote de privatizações — estradas, ferrovias, portos e aeroportos — com a simplificação do PIS/Cofins, a cereja do bolo, confeitado ainda com a redução do custo de energia.

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O Ministério da Fazenda, porém, ainda detalha o novo estímulo à indústria, considerado um avanço em relação aos anteriores por beneficiar todas as empresas. Nos demais, houve favorecimento para alguns setores, como as montadoras de automóveis e os fabricantes da chamada linha branca (fogões, geladeiras e máquinas de lavar).

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A legislação atual de PIS/Cofins é complicada. A simplificação é uma engenharia tributária de resultados fiscais difíceis de serem calculados. Já a redução da tarifa de energia pode ser viabilizada na renovação das concessões do setor elétrico com uma simples mudança na alíquota da Cofins, hoje em 8,5%.

Consenso

O encontro do seleto grupo de 29 empresários com a presidente Dilma Rousseff é uma tentativa do Palácio do Planalto de reconstruir o consenso em torno da política econômica do governo, abalado no meio empresarial em razão de algumas intervenções diretas da equipe econômica no mercado. É o caso, por exemplo, da redução dos juros e do arrocho nas empresas de telefonia, além da política de segmentação dos incentivos fiscais. Essas decisões, porém, foram muito bem-vistas pela opinião pública. Ou seja, deixaram o governo numa posição de força.

Pilatos

Principal interlocutor da presidente Dilma Rousseff com os petistas que estão no banco dos réus no Supremo Tribunal Federal, o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, foi escalado para falar publicamente sobre o julgamento do mensalão. Mandou dois recados: o primeiro, para dentro, no sentido de manter o trabalho do dia a dia na Esplanada como se nada estivesse ocorrendo; o segundo, para fora, recomenda aos militantes petistas que aceitem o julgamento do STF.

Presentes

De uma loja para outra, os preços dos presentes mais procurados para o Dia dos Pais, segundo levantamento do Procon de São Paulo, podem variar de 2% a 100%

Provas

Uma das polêmicas do julgamento do mensalão é a validade das provas contra os 38 réus. Segundo os advogados, tecnicamente, o julgamento deveria caminhar para um desfecho completamente distinto do que parece ser o rumo do processo. Ou seja, temem um viés político. O vício de origem estaria nas provas colhidas pela CPI dos Correios, o começo de tudo.

Rival

Exonerada do cargo pelo chefe, senador Ciro Nogueira(PP-PI), Denise Rocha, a ex-assessora da CPI mista do Cachoeira cujo vídeo com cenas íntimas vazou na internet, brilhou mais do que a bela mulher de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, ontem, no Senado. Enquanto a primeira deu entrevistas e reclamou da exploração de seu caso, a segunda entrou muda e saiu calada do depoimento que deveria prestar à CPI. Denise reapareceu de silicone, recauchutada.

Morta-viva

Para muitos políticos do Congresso, a CPI do Cachoeira estaria nos seus estertores. O mais empenhado em ressuscitá-la, porém, é o senador tucano Alvaro Dias, que volta à carga para que seja marcada a data do depoimento do empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construtora.

Intriga// O senador Fernando Collor (PTB-AL) voltou à carga contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, na CPI do Cachoeira. Quer convocá-lo para depor por causa do inquérito da Operação Vegas.

Mistério/ Os vídeos gravados pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira viraram uma caixa-preta na CPI. Foram repassados pela Polícia Federal, mas, até agora, ninguém os viu.

Greve/ Os agentes da Polícia Federal em greve querem a reformulação da carreira, reajustes salariais e a demissão do diretor-geral da corporação, Leandro Daiello. Agora é que o chefe da corporação fica no cargo.


Assentos/ Membro da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, o deputado José Antônio Reguffe (PDT/DF) apresentou um projeto que proíbe as empresas aéreas de cobrar uma taxa extra por marcação de assentos nos voos.

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