Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 04/07/2012 |
Foi tensa a reunião de líderes realizada após a insossa sessão de ontem
da CPI do Cachoeira. A conversa esquentou na hora de discutir a pauta
de amanhã, reunião administrativa na qual serão discutidas novas
convocações. Os líderes da oposição resolveram pagar para ver e
exigiram a convocação do dono da Delta Construções, Fernando Cavendish,
e do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot, o suposto homem-bomba. Os petistas ameaçaram convocar o antigo diretor de obras do governo paulista Paulo Vieira, o Paulo Preto, e Adir Assad, um empresário paulista que teria recebido grandes repasses de dinheiro da Delta em suas empresas. Quando o ex-líder do governo Cândido Vaccarezza (PT-SP) chamou o líder do PSDB, Bruno Araújo (PE), para uma conversa a dois, a reunião acabou. O petista propôs um cessar-fogo que não foi aceito pelo tucano. Nos bastidores, comenta-se que a CPI virou um jogo de perde-perde entre o PT, o PSDB e o PMDB. Ocorre que chegaram à CPI informações da movimentação financeira da Delta, com um registro de entrada de R$ 7 bilhões e outro, de saída, de R$ 1,4 bilhão que assustaram o PT. A dinheirama teria saído do Dnit durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pilatos O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, do Rio Grande do Norte, decano da Casa, onde ingressou em 1971, parecia conformado com os rumos da CPI do Cachoeira: "Nós vamos aprovar a convocação de todo mundo". Segundo ele, a lógica da CPI é a das retaliações recíprocas, e seu partido não pode assumir o papel de obstruir as investigações. Candidato a presidente da Câmara, o líder do PMDB decidiu lavar as mãos. Mergulhou O presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek, mergulhou na crise do Paraguai, mantendo a empresa a distância regulamentar da cambalhota diplomática dada pelo governo brasileiro em razão da deposição do ex-presidente Fernando Lugo pelo Congresso daquele país. Todas as alterações na diretoria da empresa solicitadas pelo novo presidente paraguaio, Federico Franco, foram prontamente efetuadas. Ontem, Samek veio a Brasília receber instruções do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, no Itamaraty. Confusão Membro do Parlamento do Mercosul, Eduardo Azeredo (PSDB-MG) fará um relato hoje à tarde, no plenário da Câmara, sobre o que viu, na segunda, em Montevidéu, durante os preparativos da reunião — que não ocorreu — do Parlasul, o Parlamento do Mercosul. "O clima era muito confuso. O Executivo brasileiro não pode interferir no parlamento paraguaio. A questão do Paraguai vai continuar a gerar desentendimento entre os países-membros ainda por um tempo". Fominhas Dos 513 deputados federais, apenas nove tiveram 100% de presença, comparecendo a todas as 159 sessões deliberativas que a Câmara teve neste semestre até agora. São eles Alexandre Leite (DEM-SP), Jesus Rodrigues (PT-PI), Lincoln Portela (PR-MG), Lúcio Vale (PR-PA), Manato (PDT-ES), Pedro Chaves (PMDB-GO), José Antônio Reguffe (PDT-DF), Salvador Zimbaldi (PDT-SP) e Tiririca (PR-SP). Reguffe também compareceu a 100% das reuniões das comissões para as quais foi indicado. Aumento Segundo cálculo do Ministério do Planejamento, se o governo atender a todas as reivindicações de aumento de salários dos servidores civis e militares, a despesa anual da União com pessoal aumentará em R$ 92,2 bilhões. Palanque A presidente Dilma Rousseff vai a dois eventos com impacto eleitoral esta semana. Na quinta-feira, inaugura uma unidade de pronto atendimento à saúde em São Bernardo do Campo (SP), ao lado do prefeito Luiz Marinho (PT) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; na sexta-feira, será a vez de cortar a fita de uma unidade de tratamento intensivo no Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro, ao lado do prefeito Eduardo Paes (PMDB) e do governador Sérgio Cabral (PMDB). Os dois prefeitos são candidatos à reeleição. Lua cheia/ Ontem à noite a presidente Dilma Rousseff jantou com o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), o rebelde, no Palácio da Alvorada. Compareceram o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Prato principal: a pauta da Câmara. Proibido/ Desde domingo, as propagandas partidárias gratuitas e também as pagas estão proibidas. Os chamados tratamentos privilegiados a candidatos, partidos ou coligações também estão vetados, assim como veicular ou divulgar filmes, novelas, minisséries ou qualquer outro programa com alusão ou crítica a candidato ou partido político, mesmo que dissimuladamente. Programas jornalísticos e debates políticos estão liberados. |
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