Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 11/04/2012 |
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-SP), resolveu ligar o ventilador da Operação Monte Carlo e desnudar as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com integrantes do Congresso Nacional e outras autoridades, doa em quem doer. Recebeu apoio da maioria dos líderes de bancada, a começar pelo PT, cujos parlamentares veem na investigação a oportunidade de um ajuste de contas com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). » » » O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria dado aval ao líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP), para bancar a CPI, que estava sendo cobrada pela oposição. O presidente do PPS, Roberto Freire (SP), desde a semana passada cobrava a instalação de uma CPI mista, composta por deputados e senadores, para "apurar o funcionamento de toda a rede criminosa". » » » No Senado, o ex-governador Aécio Neves (MG) comemorava ontem o acordo para a instalação da CPI mista, com a expectativa de que aprofundará as investigações, até chegar ao caso Waldomiro Diniz. O envolvimento de Cachoeira com o ex-assessor parlamentar da Casa Civil, à época comandada pelo ex-deputado petista José Dirceu, supostamente seria o ponto de partida das articulações parlamentares do contraventor. A rigor, ninguém sabe até onde vão essas relações no Congresso. Assinaturas/ Para o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a CPI tem "100% de chance" de ser instalada depois do acordo que fechou com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que também apoia a comissão. "O assunto é grave e a dimensão que tomou exigia uma tomada de decisão do Congresso", sentenciou. A abertura da comissão ainda depende da coleta de assinaturas de 171 deputados e 27 senadores. Janelinha/ Os deputados Fernando Francischini (PSDB-PR) e Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) brigam para garantir uma vaga na CPI mista que vai investigar o caso Cachoeira. São considerados dois "fios desencapados" por líderes da Câmara e enfrentarão dificuldades nas respectivas bancadas para serem indicados. Ambos são delegados de polícia. Protógones foi o autor do pedido de CPI na Câmara. Lépido/ O senador João Ribeiro (PR-TO), que pediu licença para tratamento, está vendendo saúde: ontem, caminhava com desenvoltura pela calçada, perto da quadra dos senadores, na companhia da mulher. Baldeação// Parecer contrário do procurador-geral Eleitoral, Roberto Gurgel, ao pedido do PSD de receber, já a partir deste ano, uma maior fatia dos recursos públicos destinados aos partidos políticos gerou o maior estresse entre os parlamentares da legenda. Temem que também ficarão sem tempo de televisão em 2014. Muitos já falam em abandonar a sigla. Em separado A Comissão de Constituição e Justiça do Senado deve votar hoje o fim da chamada guerra dos portos, mas terá que derrubar o relatório do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), contrário à extinção do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), que beneficia o Espírito Santo. O voto em separado do senador Armando Monteiro (PTB-PE) pela constitucionalidade do projeto deverá ser aprovado. O governador capixaba, Renato Casagrande, estará hoje em Brasília para tentar evitar a aprovação do projeto. Guerra O senador Romero Jucá (PMDB-RO), autor do projeto que reduz a alíquota do ICMS e acaba com o Fundap do Espírito Santo, acredita que a mudança do indexador da dívida dos estados, anunciada pelo governo federal, ajudará a aprovação da sua proposta. "Foi uma solução encontrada pelo governo para diminuir a resistência para aprovação da lei do ICMS", afirmou Jucá. Beques O governo federal anunciou acordo com líderes do Senado para renegociação das dívidas dos estados, mas não combinou com os governadores, que estão estrilando. A proposta do governo é mudar o indexador da dívida dos estados, que atualmente é corrigida pelo IGP-DI, mais de 6% a 9% ao ano, dependendo do estado, para a taxa Selic. Articulação O governador de Minas, Antonio Anastasia, do PSDB, anunciou ontem em São Paulo que os governadores articulam a renegociação das dívidas dos estados: "Teremos uma reunião na Câmara dos Deputados, coordenada pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que foi indicado para coordenar esse debate e apresentar alguma alternativa no que se refere não só à mudança do índice. Minas Gerais paga 13% da sua receita corrente líquida por mês à União, ou seja, cerca de R$ 300 milhões". Saldo A verba destinada ao contrato do Ministério da Pesca com a ONG Pro-Natureza não evaporou, como denuncia a oposição. O que não foi executado, segundo o governo, permanece na conta-corrente do convênio no Banco do Brasil: R$ 689.113,36 |
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