Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 29/03/2012 |
Coube ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo — ex-presidente da Câmara, ex-líder do governo e ex-ministro de Relações Institucionais — desatar o nó das negociações para aprovação da Lei Geral da Copa e, de quebra, do novo Código Florestal. Na sexta-feira passada, ele convenceu a presidente Dilma Rousseff de que era impossível a retomada das votações da Câmara sem reabrir as negociações com os ruralistas, que condicionavam uma votação à outra. » » » Autorizado por Dilma, Aldo retomou as conversas que possibilitaram o acordo firmado pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), com os líderes governistas e da oposição para a votação da Lei Geral da Copa. O que era uma discreta manobra de bastidor do Palácio do Planalto virou, porém, um piquenique na sombra da presidente Dilma Rousseff, que estava viajando: Maia, na terça-feira, convocou a imprensa para anunciar o acordo na Câmara como presidente da República em exercício. » » » A oposição aproveitou a pirotecnia. "A crise viajou", disparou o líder do PSDB, Bruno Araújo (PE), depois de posar para fotografias em conversas com Maia. Repetiu a frase que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ainda senador, gostava de usar para espicaçar o então presidente da República, José Sarney (PMDB-AP), hoje presidente do Senado. Quem não gostou da farroupilha de Maia foi a presidente Dilma Rousseff, que cancelou ontem a viagem que faria no fim de semana para o Marrocos. Na cadeira Desde ontem, o vice-presidente Michel Temer está no comando da República, com a discrição de sempre. Chegou e ficou em São Paulo, na muda, observando os acontecimentos. Mas pediu aos correligionários para não fazerem marola no Congresso e votarem a favor da Lei Geral da Copa. Hoje, volta a Brasília. A cura// O ex-presidentre Luiz Inácio Lula da Silva comemorou ontem a notícia dada por seus médicos de que o câncer que tinha na laringe sumiu. "Acabou, estou curado", disse Lula ao presidente da Câmara dos Deputado, Marco Maia. Lula também falou por telefone com a presidente Dilma Rousseff, que está na Índia. Sem refresco O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), que sempre fez dobradinha com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) nas denúncias contra o governo, não vai refrescar o colega acusado de envolvimento com o contraventor Carlos Cachoeira. Ontem, em plenário, cobrou da Procuradoria-Geral da República cópia do inquérito decorrente da operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Gostou Ex-governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos não poupou elogios ao discurso do senador tucano Aécio Neves (MG), que subiu o tom das críticas ao governo ontem, no Senado: "Tudo parece fora de lugar após 15 meses de governo. Para onde quer que se olhe, o cenário é desolador", disse Aécio, para quem o Brasil deixou de liderar o processo de crescimento da América Latina. E demorou a reagir "ao gravíssimo processo de desindustrialização" em curso no país. Custos O ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves, em seu discurso no Senado, também criticou o aumento de custos de obras do governo federal. A transposição do Rio São Francisco passou de R$ 4,6 bilhões para R$ 8,2 bilhões, e a ferrovia Transnordestina, que deveria ter sido finalizada em 2010, tinha custo projetado para R$ 4,5 bilhões, mas já chegou aos R$ 7 bilhões. No papel O trem-bala Rio-São Paulo, que deveria ser inaugurado em 2014 ao custo de R$ 20 bilhões, foi postergado para 2016, com preço estimado em R$ 53 bilhões Torneira/ O ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, negocia com os líderes da base aliada a liberação das emendas parlamentares relativas à execução orçamentária de março e abril. O montante pode chegar a R$ 2,5 milhões. Uma segunda leva está prevista para junho. Nobel/ Ariano Suassuna será um dos concorrentes ao Prêmio Nobel de Literatura 2012, da Academia Sueca. A indicação do escritor paraibano, membro da Academia Brasileira de Letras, foi requerida pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) ao Congresso Nacional e ao Ministério das Relações Exteriores. Vistos/ O embaixador norte-americano no Brasil, Thomas Shannon, anunciou um programa para desburocratizar a entrada de brasileiros nos Estados Unidos, o Global Entry. Cidadãos que ofereçam "baixo risco" poderão entrar em alguns aeroportos sem precisar passar pelo controle de passaporte. |
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