sexta-feira, 30 de março de 2012

O que está por vir

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 30/03/2012
O destino do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) está por um fio. Ou melhor, depende do teor das gravações de suas conversas com o contraventor Carlos Cachoeira, preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. No Senado, onde corre o risco de sofrer um processo de cassação por quebra de decoro; tanto os adversários como aliados esperam apenas que os documentos cheguem ao conhecimento da Casa para tomar providências nessa direção.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que foi duramente atacado por Demóstenes no caso dos atos secretos, já deu sinais de que não moverá uma palha por ele. O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), procurado pelo senador goiano em busca de solidariedade, disse-lhe poucas e boas. Renan, que renunciou ao comando do Senado para não ser cassado, também não esqueceu os discursos de Demóstenes.

A cúpula do DEM já afia a guilhotina para cortar a cabeça de Demóstenes, assim como fez com o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. O desconforto é enorme e não será surpresa se os caciques da legenda resolverem expulsá-lo do partido. Demóstenes está só.

Dez anos

"É uma teia de aranha", resumiu o deputado Miro Teixeira, do PDT-RJ, ao comentar o caso Demóstenes, no Congresso. Segundo Miro, há mais gente graúda envolvida no escândalo, que levou três anos para virar um pedido de inquérito no Ministério Público Federal por causa do volume de gravações. "São gravações que vêm desde o caso Waldomiro Diniz", explica. Miro acredita que, quando o inquérito chegar ao Congresso, o caso provocará a instalação de uma CPI.

Vai preso

Amigos de Demóstenes Torres avaliam que o senador não deve renunciar ao mandato para evitar uma eventual cassação. Acreditam que o senador goiano será preso se perder a imunidade parlamentar.

Por último

O deputado distrital Agaciel Maia (PTC), ex-diretor-geral do Senado, anda rindo à toa: considera Demóstenes Torres o último de seus algozes que ainda exerce um mandato na Casa.

Cerveja//

O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), quer aprovar a Lei Geral da Copa do jeito que passou na Câmara. Está entre os ex-governadores da Casa que assinaram o compromisso com a Fifa de liberar a venda de bebidas nos estádios durante jogos da Copa. "Agora é com os estados."

Campanha

O senador Jorge Viana, do PT-AC, a pedidos, resolveu bater duro nos bancos por causa dos juros bancários. "Em fevereiro, a taxa para a pessoa física subiu de 0.3 para 45.4 ao ano. O aumento dos juros bancários acontece novamente na contramão da queda do custo que as instituições financeiras têm para captar seus recursos, que passou — no caso das operações com pessoa física — de 10,2% em janeiro para 9,6% em fevereiro."

Memória/ O senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez uma homenagem ontem ao ex-senador e ex-vice-presidente da República José Alencar. "Há um ano, ele embarcou no trem da história, com a qual tanto contribuiu", disse. Outra manifestação, apenas de Gilberto Carvalho, na Secretaria-Geral da Presidência.

Servidores/ O Instituto de Benefícios dos Servidores do Poder Legislativo e do TCU, IBLegis, foi lançado ontem, na Câmara dos Deputados, em café da manhã que contou com grande adesão dos servidores. Seu objetivo é garantir vantagens em negociações comerciais.

Deficientes/ Uma das mudanças aprovadas na Lei Geral da Copa reserva 1% dos ingressos para venda às pessoas com deficiência. O deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) comemorou a aprovação da medida, embora a proposta original, de sua autoria, fosse de 3%.

Cheque especial

Segundo o Banco Central, o spread bancário das linhas de crédito dos bancos com os recursos livres passou de 27,8% para 28,4% em fevereiro deste ano. E os juros médios cobrados pelos bancos em suas operações no cheque especial alcançam 182,8%

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