quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Terceiro tempo

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

A audiência pública de ontem com o ministro do Esporte, Orlando Silva, para debater na Câmara a Lei Geral da Copa, foi como um gol contra na prorrogação. A partir do momento em que a ministra Cármem Lúcia Antunes Rocha, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu inquérito para investigar as suspeitas de seu envolvimento nas irregularidades denunciadas pelo policial militar João Dias Ferreira, todo o esforço de construção de uma agenda positiva para o Ministério do Esporte caiu por terra na audiência.

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Nunca um ministro de Estado, no exercício do cargo, foi tão destratado numa audiência na Casa. "A sua visita é uma afronta, o senhor não deveria estar sentado na cadeira de ministro", disse o líder do DEM, ACM Neto (DEM-BA). "O governo quer dar uma impressão de normalidade que não existe", disparou o líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP). "Hoje, Orlando Silva é uma espécie de ministro ficha suja", resumiu o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

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No fim da tarde, ainda nem havia acabado o depoimento do ministro, os boatos de que deixaria a pasta circulavam por Brasília. Blindado pelos governistas, porém, Orlando Silva comportou-se olimpicamente durante o depoimento. Não deu bola pra oposição. Foi como se nada de grave houvesse acontecido, apesar da investigação aberta pelo STF. À noite, ninguém sabia o que aconteceria com o ministro do Esporte. Só a presidente Dilma Rousseff.

Autocrítica//

Economistas de todos os matizes queimaram a língua com previsões de que a redução dos juros pelo Banco Central (BC) provocaria alta da inflação. Alguns já fazem autocrítica: "Nós erramos, e agora vemos um retorno à confiança no trabalho do BC", admite Júlio Gomes de Almeida, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Consignados

Um dos temas que deve pautar a reforma do Código de Processo Civil é a penhora de 30% dos salários de trabalhadores que adquirirem dívidas em financiamentos e não conseguirem arcar com as prestações. De acordo com o relator da reforma na Câmara, deputado Sérgio Barradas (PT-BA), apesar da penhora de parte do salário ser proibida pela Constituição, a prática vem sendo adotada por muitos magistrados.

Educação

Depois da realização de um Enem sem grandes problemas, o ministro da Educação, Fernando Haddad, comemora a entrada em vigor do Pronatec, que cria financiamento para cursos de educação técnica no país. Será sancionado hoje pela presidente Dilma Rousseff e beneficiará 630 mil alunos

Cabelo

Pré-candidato do PT à Prefeitura de Salvador, o senador Walter Pinheiro esmera-se em cuidar do visual. Abandonou a combinação blazer e calça jeans que utilizava habitualmente na Câmara. Eleito senador, além dos ternos bem cortados, passou a aparecer em público com mais cabelo.

Reverso

Portaria da Polícia Federal determinou a volta ao trabalho do agente Gedimar Pereira Passos, cuja aposentadoria foi considerada irregular pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Ele é um dos aloprados presos em setembro de 2006, em um hotel de São Paulo, com R$ 1,7 milhão. Pretendia comprar um dossiê contra o então candidato tucano à Presidência, José Serra.

Madrugada

A propósito, acostumado a conduzir sua política madrugada afora, José Serra trocou os horários de suas reuniões para o início do dia. Frequentemente, tem encontros com economistas da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) às 8h da manhã.

Posse/ A presidente Dilma Rousseff participa hoje da posse da deputada Ana Arraes (PSB-PE) como ministra no Tribunal de Contas da União (TCU).

Tancredo/ O documentário Tancredo — a travessia, de Sílvio Tendler, será lançado amanhã, às 21h, no Cine Arco-Íris, no Shopping Liberty Mall. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o jornalista Roberto D"Ávila, produtor do filme, promovem a sessão em homenagem ao falecido presidente Tancredo Neves.

Aviação/ A Boeing amplia o foco de atuação no Brasil, depois de nomear a ex-embaixadora americana Donna Hrinak para a presidência de sua filial brasileira. Hoje, assina parceria com a Embraer e a Fapesp para criar um centro de pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis de aviação.

Ataque/ O deputado Romário (PSB-RJ) culpou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pelo vexame da Seleção Brasileira nos Jogos Pan-Americanos do México. Segundo o parlamentar, a entidade enviou um time muito fraco, para fazer feio nos jogos. Presidente da CBF, Ricardo Teixeira é desafeto de Romário.

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