quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Ponte para o futuro

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o ex-governador de Minas Aécio Neves (PSDB) fecharam um acordo ontem em torno da reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, durante café da manhã em Brasília, que contou com a presença do chefe do Executivo municipal.


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A conversa entre ambos foi a pretexto da consolidação do apoio da bancada de Minas à candidatura da deputada Ana Arraes (PSB-PE) à vaga do ex-ministro Ubiratan Aguiar no Tribunal de Contas da União (TCU). Mas não parou por aí. Uma aliança PSB-PT-PSDB é vista pelo grupo como uma espécie de ponte para a futuro, ampla o suficiente para que por ela possam passar tanto Aécio Neves como Eduardo Campos, sem falar na presidente Dilma Rousseff.

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No plano local, porém, a polêmica aliança — que nas eleições municipais passadas foi protagonizada também pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, então prefeito de Belo Horizonte —, depende ainda do aval dos petistas. Pelo acordo, os tucanos não fazem a menor questão de ocupar a vice de Lacerda, que permaneceria em mãos do PT, mas não abrem mão da coalizão formal na montagem da chapa.

O veto

Nada garante que o PT permaneça na vice do prefeito Márcio Lacerda em Belo Horizonte. O ex-ministro do Desenvolvimento Social e ex-prefeito Patrus Ananias, que reassumiu suas funções de funcionário da Assembleia Legislativa mineira, já anda costeando o alambrado. É o nome mais forte da legenda para concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte. Uma ala do partido defende a candidatura própria e veta a coligação formal com os tucanos. A outra quer a aliança e indica o ex-deputado Virgílio Guimarães.

Muita grana

Estimativas apresentadas pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), mostram que os royalties do pré-sal podem gerar R$ 15,9 bilhões no Orçamento de 2012; R$ 20,4 bilhões em 2016; e, em 2020, R$ 27,8 bilhões. A União hoje já fica com 77% da receita do petróleo

Chapéus

A candidatura do senador tucano Aloysio Nunes Ferreira (foto) a prefeito de São Paulo é uma espécie de chapéu guardando a cadeira para o ex-governador paulista José Serra (PSDB) decidir se vai ou não concorrer ao cargo, como gostariam nove entre 10 tucanos paulistas. O prefeito Gilberto Kassab (ex-DEM), que estaria disposto a apoiá-lo, está só esperando uma definição do PSDB para lançar seu candidato à sucessão. Deve escolher entre o vice-governador Afif Domingos e o secretário de Meio Ambiente, Eduardo Jorge, que se recusa sequer a discutir a eventual candidatura, porque também não quer virar chapéu.

Esperneando

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (foto), do PSB, está como aquele japonês da piada que não se entrega e tem que ser contido por 10 adversários. Não pretende abrir mão nem dos royalties da participação especial do estado na camada pré-sal nem da arrecadação de ICMS do Fundap, fundo de comercio exterior. Único estado do país a se industrializar com foco no comércio internacional, o Espírito Santo corre o risco de desorganizar a sua economia. "Será uma crise mais grave do que a erradicação de 180 milhões de pés de café em 1962, quando o estado entrou em estagnação", avalia Casagrande.

Rebordosa

A Câmara dos Deputados funcionou de crista baixa ontem, depois da absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) em votação secreta. Acusada de participação no escândalo da Caixa de Pandora, a parlamentar foi poupada da cassação por maioria expressiva, mas a decisão gerou amplo repúdio na sociedade. "O fato é que a decisão pegou muito mal para a Casa", critica o petista Devanir Ribeiro (SP). Choveram mensagens nas caixas postais dos deputados. Como a votação foi secreta, a maioria diz que votou pela cassação.

Imagem/ O Planalto trabalha para minimizar o desgaste da imagem que o PR sofreu nos estados após o escândalo envolvendo o presidente do partido, senador Alfredo Nascimento (AM), quando esteve à frente do Ministério dos Transportes. Ontem, Nascimento se encontrou com o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Foi o segundo encontro de Nascimento com um ministro palaciano em menos de 24 horas.

Crise/ Dentro do PR, a crise interna esquentou devido à briga por espaço entre o líder do partido na Câmara, Lincoln Portela (MG), e o senador Clésio Andrade (MG). O clima chegou a ficar tenso durante reunião na última terça-feira, quando os parlamentares discutiam quem ficaria com o controle da bancada em Minas Gerais.

Sandália/ Na viagem que fez para a Região Nordeste esta semana, a presidente Dilma Rousseff arregaçou as mangas e adotou uma postura mais parecida com a de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma aproveitou os eventos públicos voltados para as classes mais pobres para fazer contato corpo a corpo com os populares, ao estilo Lulalá.

Força//

A estratégia dos partidos de oposição para pressionar o Congresso a criar a CPI Mista da Corrupção será de concentrar esforços nos estados. Seguindo essa linha, os tucanos do Paraná apelarão para grandes shows musicais a fim de reunir as massas em prol da CPI. O primeiro evento deve ocorrer depois das comemorações do 7 de setembro.



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