quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A teoria da bicicleta

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

A presidente Dilma Rousseff amiudou seus encontros com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para monitorar a economia. Tem um olho na inflação e o outro na taxa de desemprego. Sua relação com o Congresso, hoje, depende mais de elevados índices de apoio da opinião pública do que da esgarçada solidariedade da coalizão de governo. Traduzido para a economia, isso significa uma taxa de crescimento de 4% ao ano, pelo menos.


É a Teoria da Bicicleta, que cai se o ciclista parar de pedalar. Seu equilíbrio é gerado por dois efeitos simultâneos: o giroscópico e os cáster (ângulo de inclinação da roda da frente). Para manter o crescimento sem provocar inflação, nem desemprego, mesmo num cenário mundial de recessão, Dilma quer retomar o quanto antes a trajetória descendente da taxa básica de juros, que hoje está em 12,5% ao ano.

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A decisão de aumentar o superavit primário em R$ 10 bilhões, anunciada por Guido Mantega, vai nessa direção. Proporcionada pelo aumento de arrecadação, a folga fiscal possibilitaria a redução imediata da taxa de juros. A reunião do Copom de hoje começará a discutir essa questão, mesmo que não venha a baixar os juros em 0,25% já nesta semana. Há pleno acordo entre Dilma, Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em relação a isso.

Zona do Euro

A Teoria da Bicicleta foi adotada pelas autoridades europeias desde o Tratado de Maastricht, na Holanda, em 1992, quando foi criada a União Europeia. Cada vez que há uma crise na chamada integração europeia, a resposta é uma espécie de fuga para a frente com mais integração. O resultado foi um fosso cada vez maior entre os países que tinham a bicicleta (superavit fiscal) e os que estavam a pé (deficit fiscal). Obs.: hoje em dia, dependendo da disposição das rodas, o equilíbrio de uma bicicleta pode ser mantido sem o ciclista, desde que esteja em movimento. Mas essa é outra história.

Hediondo

É quase unânime a opinião dos internautas que participaram de uma enquete sobre o projeto de lei do senador Pedro Taques (PDT-MT) que transforma em hediondo os crimes de corrupção. Até ontem, mais de 141 mil pessoas participaram da pesquisa. Desse total, 99,1% mostram-se favoráveis à mudança na lei. A enquete recebe votos até hoje.

Extra

Saiu a lista dos servidores do Senado que fizeram hora extra para trabalhar nas residências oficiais no mês de dezembro do ano passado. Ao todo, 20 servidores acumularam 559 horas

As fontes

Presidente da Frente Parlamentar da Saúde, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) defende a criação de três fontes de receita para o setor: impostos sobre a bebida; o cigarro e o jogo, que seria legalizado. A ideia seria debatida após a regulamentação da Emenda 29. Outra proposta é um novo imposto sobre os automóveis.

Divergência

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), se estranhou com o presidente da Câmara, Marco Maia (foto), do PT-RS, durante reunião de líderes ontem. Quando se discutia a votação da Emenda 29, que estabelece os gastos mínimos em saúde, Vaccarezza sugeriu a Maia: "Não faça do dia 28 um cavalo de batalha". O presidente da Casa manteve a votação da regulamentação da Emenda 29 para 28 de setembro.

Carona

O PPS protocolou ontem, na Comissão de Ética da Presidência República, pedido para que o colegiado se pronuncie sobre a conduta do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Ele é alvo de denúncias envolvendo o suposto uso de aeronaves pertencentes a empresários que teriam sido beneficiados em negócios promovidos com a Administração Pública. O vice-líder da Minoria, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), subscreveu o pedido.

Reconciliação/A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti (foto), se encontrou novamente ontem com o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), para tentar atrair o partido de volta para o governo. O PP tem 7 senadores e 41 deputados.

Receita/Durante reunião das centrais sindicais no Palácio do Planalto, o presidente da CGTB, Antonio Neto, presenteou a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, com o livro Teoria do protecionismo, escrito pelo economista e ministro da Indústria e do Comércio romeno, Mihaïl Manoïlesco. A obra foi publicada no Brasil em 1931 por iniciativa de Roberto Simonsen, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.

Saiu//

O deputado Sandro Mabel (PR-GO) deu entrada no pedido de desfiliação do partido. Ex-líder da bancada na Câmara, Mabel entrou em litígio com o partido depois que se candidatou de forma independente para a Presidência da Casa. Mabel alega perseguição da legenda para não ser enquadrado na regra da fidelidade partidária e não perder o mandato.



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