sábado, 6 de agosto de 2011

Bispo, cavalo e torre

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

Críticos do modo de agir da presidente Dilma Rousseff, petistas e aliados começam a se indagar se o governo não estaria correndo o risco de perder sustentação política em razão das idiossincrasias de seus ministros e não em decorrência de uma conjuntura desfavorável, o que não é o caso.


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Dilma Rousseff foi eleita com apoio dos movimentos sociais organizados, tem uma ampla base política no Congresso e goza de popularidade superior àquela dos antecessores após os sete primeiros meses de mandato. Mas não poderia agir como o jogador de xadrez que entrega um bispo, um cavalo e a uma torre só para manter todos os peões no tabuleiro. Essa estratégia pode acabar em xeque-mate.

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O governo perdeu interlocução em três frentes importantes. O ex-ministro da Casa Civil Antônio Palocci era homem de ligação com o empresariado paulista — até demais. O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim fazia um bom trabalho perante os militares. E o ex-ministro Alfredo Nascimento, no Ministério dos Transportes, cobria um flanco no Senado que agora pode dar muitas dores de cabeça.

Algodão


O governo não tinha ninguém no banco de reservas com perfil mais adequado para o cargo de ministro da Defesa do que o ex-chanceler Celso Amorim, mesmo levando-se em conta as restrições dos militares à política externa que empreendeu. Diplomata de carreira, conhecedor de todos os problemas que envolvem as relações do Brasil com os países vizinhos e as potências mundiais, Amorim tem condições de dar continuidade ao trabalho que vinha sendo feito por Nelson Jobim nas Forças Armadas. O ponto de fricção, porém, é a Comissão da Verdade, na qual, por incrível que pareça, o ex-ministro que falou demais era o algodão entre os cristais.

Soy contra

O líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), saiu em defesa do ex-ministro Nelson Jobim, lamentando sua saída do governo. “Infelizmente, no lugar de demitir os diversos auxiliares envolvidos em denúncias de corrupção e irregularidades — ou fazê-lo a conta-gotas — a presidente Dilma abre mão de um ministro que vinha realizando um bom trabalho”, disparou.

Vai encarar

A senadora petista Marta Suplicy resolveu desafiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e anunciou que se considera candidata natural à Prefeitura de São Paulo. Foi estimulada por líderes petistas que discordam da candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, que o presidente Lula tenta emplacar. Nas pesquisas de opinião, Marta aparece como candidata mais forte ao cargo.

Anistia//

Relatório da Anistia Internacional divulgado ontem critica o governo brasileiro. “O crescimento rápido do Brasil, a expansão do agronegócio e a construção de grandes obras, como a barragem de Belo Monte (no Pará), aumentam o risco para os indígenas”, disse o responsável pela pesquisa, Patrick Wilcken.

Nomeação

A Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef) cobra a nomeação do substituto do defensor público-geral federal, José Rômulo Plácido Sales, cujo mandato acaba hoje. Uma lista tríplice está em poder da presidente Dilma Rousseff para escolha do seu substituto.

Candidatíssimo

O deputado federal Stepan Nercessian (foto), do PPS, é candidatíssimo à Prefeitura do Rio de Janeiro, depois do fracasso das negociações do prefeito Eduardo Paes(PMDB) com a cúpula da legenda. Sem muita opção na disputa, o ex-governador Anthony Garotinho estimula a candidatura de Nercessian e tenta emplacar a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR-RJ) como vice.

Previdência

O Ministério da Previdência esclarece que os problemas enfrentados por segurados que ligaram para a Central 135 na semana passada ocorreram por causa da explosão de demanda. Com as consultas sobre a revisão dos benefícios pelo teto, a média de ligações mensais em julho saltou de 8 milhões para 12,2 milhões

Emplacou/ O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), conseguiu que a Caixa Econômica Federal criasse mais duas superintendências no estado. As cidades contempladas são polos econômicos no interior baiano: Barreiras, no oeste, e Vitória da Conquista, no sudoeste.

Julgamento/ Grupo pró-criação dos estados do Carajás e de Tapajós quer que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue o mais rápido possível a Adin que trata da abrangência do plebiscito, marcado para 11 de dezembro no Pará.

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