sexta-feira, 22 de julho de 2011

O renegado Teixeira

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos


O ministro da Defesa, Nelson Jobim, sepultou velhos conceitos da guerra fria em nota oficial a propósito das comemorações do centenário do brigadeiro-do-ar Francisco Teixeira, militar cassado em 1964 por suas ligações com o antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB).


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Segundo Jobim, o militar era a principal liderança nacionalista das Forças Armadas em 1964. É dele a observação de que a vida militar naquele tempo estava muito ligada ao golpismo. "Os militares eram vítimas do fato de que, no Brasil de então, dada a tradição autoritária do Estado, os conflitos sociais não eram resolvidos por mecanismos próprios da sociedade civil e da democracia. Eram resolvidos com o apelo à intervenção das Forças Armadas", justifica o ministro da Defesa.

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O brigadeiro Teixeira deixou "exemplos de firmeza de caráter, pertinácia e tolerância, atributos que tornaram possível a construção da sua sólida liderança militar e política", diz a nota. Mesmo afastado da caserna, Teixeira foi um dos artífices da Frente Ampla, "movimento que uniu irreconciliáveis inimigos da véspera, como Juscelino, Jango e Lacerda, com o propósito de devolver o país ao leito democrático". E também da luta pela anistia e do movimento em defesa da Amazônia.

Bombardeio


Por ocasião do golpe militar de 1964, Teixeira era o comandante da base aérea de Santa Cruz, que concentrava a principal esquadrilha de caças da Força Aérea Brasileira (FAB). Recusou-se, porém, a bombardear as tropas do general Mourão Filho (foto) que desciam de Juiz de Fora para o Rio de Janeiro com o objetivo de destituir o presidente João Goulart. Avaliou que tal ação lançaria o país num banho de sangue e não conseguiria preservar Jango no poder. Essa opinião era compartilhada pelo próprio presidente da República e pela cúpula do Partido Comunista, com exceção de Carlos Marighella.

Perdas e danos//

Os parlamentares do PR decidiram adotar o silêncio para esfriar a crise no Ministério dos Transportes. A orientação da cúpula da legenda agora é não polemizar sobre a "faxina" promovida na pasta pela presidente Dilma Rousseff. Vão esperar o fim do recesso para fazer um balanço de perdas e danos e tomar um rumo.

Guerra

Vem aí a guerra dos tablets. O governador do Amazonas, Omar Aziz (PMN), pretende entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra o governo de São Paulo devido à alíquota de 7% do ICMS cobrada pelo Executivo paulista aos fabricantes de tablets que se instalarem no estado. A taxa dos tabletes fabricados no Polo Industrial de Manaus (PIM) é de 18%

Herdeiro

O deputado estadual Bruno Covas (PSDB) recebeu sinal verde do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), para transferir seu título de eleitor de Santos para a capital e disputar a Prefeitura de São Paulo. Herdeiro do espólio eleitoral do ex-governador Mário Covas, sua entrada em cena torna irreversível a realização de prévias para escolher o candidato da legenda e abala a hegemonia do secretário estadual de Energia, José Aníbal, na máquina partidária. Também pleiteiam a vaga o deputado federal Ricardo Trípoli e Andrea Matarazzo, ex-secretário das subprefeituras da capital.

Frentão

O vice-presidente da República, Michel Temer, presidente licenciado do PMDB, está articulando um frentão em apoio à candidatura de Gabriel Chalita (PMDB-SP) à Prefeitura de São Paulo. Conversa com o deputado estadual Campos Machado (SP), que controla o PTB paulista, e tenta atrair para a aliança o ex-prefeito Paulo Maluf, que controla o diretório regional do PP. A aliança com o DEM está quase consolidada.

Adoção

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, encampou a luta pela desburocratização da adoção. Promete comparecer aos eventos sobre o assunto e mobilizar o Conselho Nacional de Justiça para agilizar as decisões judiciais.

Inquérito/ A instauração de uma CPI para investigar irregularidades no Ministério dos Transportes já é dada como certa pela oposição no Congresso. Por enquanto, os esforços estão concentrados no Senado, onde faltam quatro assinaturas. Mas alguns parlamentares já discutem a possibilidade de uma comissão mista para apurar os problemas.

Simbolismo/ Tem um significado especial a escolha da região de Arapiraca, em Alagoas, onde a presidente Dilma Rousseff celebrará acordo do Plano de Erradicação da Miséria com governadores do Nordeste. É ali que agricultores familiares produzem a farinha, que, pelo acordo firmado com grandes redes varejistas, será vendida nas prateleiras dos supermercados.

Burocracia/ Diretores e produtores que participaram com seus filmes da 5ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, em novembro de 2010, reclamam que até hoje a Secretaria Nacional de Direitos Humanos não divulgou o resultado da premiação do filme vencedor do Júri Popular. A conta a pagar é de R$ 30 mil, valor do prêmio.

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