sábado, 23 de julho de 2011

Cartel em xeque

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
Por trás da crise que defenestrou o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento e toda a cúpula do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da Valec Engenharia e Ferrovias, a presidente Dilma Rousseff mantém uma inédita queda de braço com grandes empreiteiras do país.

O foco da reestruturação do ministério — que a presidente da República denomina de "renovação" — é uma mudança de padrão de relacionamento do governo com os empreiteiros com objetivo de baixar custos e melhorar a qualidade das obras. "Está no manual das empresas a busca do maior lucro possível, mas o papel do governo é garantir a concorrência e evitar o conluio", explica Dilma.

É uma briga de cachorro grande contra um cartel de cinco empreiteiras que ditam os preços praticados pelo governo, o que acaba se reproduzindo em todo o setor público. Por essa razão, o caso do Ministério dos Transportes é um paradigma. O desfecho da crise servirá de exemplo para toda a Esplanada de como serão as relações entre o governo, os políticos e os empresários.

Trem-bala


O esvaziamento do leilão do trem-bala ligando Rio e São Paulo foi mais um lance da queda de braço entre a presidente da República e as empreiteiras. Dilma Rousseff está determinada a executar o projeto, mas não aceita os argumentos dos empreiteiros de que os valores estimados pelo governo estão fora da realidade. Na prática, o governo está no fogo cruzado: a oposição desce o sarrafo na realização da obra "faraônica" e as empreiteiras não aceitam reduzir seus custos.


Vagas

A Polícia Federal (PF) entregou ao Ministério do Planejamento um levantamento com as vagas de policiais que deixaram os cargos porque foram expulsos da corporação ou se aposentaram nos últimos anos. A PF espera realizar o concurso público em 2012 para reforçar o quadro. São 4.100 vagas

Dilema

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez (foto), resiste às duas principais referências médicas no tratamento do câncer raro que vem sofrendo. Nos Estados Unidos, por questões ideológicas; e, no Brasil, para não admitir que a medicina brasileira se tornou a principal referência da América do Sul.

Trombada

O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves (PMDB-RN), está em rota de colisão com a equipe econômica por causa da desoneração da folha de pagamento das empresas. A proposta é um dos pontos da política industrial que está sendo formatada pelo governo e deve ser lançada no próximo dia 2. O projeto da Fazenda, porém, segundo o ministro, pode aumentar o rombo nas contas da Previdência.

Robin Wood

A senadora Vanessa Grazziotin (foto), do PCdoB-AM, quer mudar os critérios de distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Propõe (PLS nº 192/11) que o FPE seja distribuído, a partir de 1º de janeiro de 2012, da seguinte forma: 80% para estados com renda per capita inferior à média nacional; 10% para estados com renda per capita igual ou superior à média nacional; 8% para cinco estados mais populosos e com renda per capita inferior à média nacional; e 2% para unidades de conservação da natureza ou terras indígenas demarcadas.

Azebudsman/ Ao contrário do que foi publicado ontem na nota intitulada "Bombardeio", o brigadeiro-do-ar Francisco Teixeira, cujo centenário será comemorado em 25 de julho, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), por ocasião do golpe militar de 1964, era o Comandante da Terceira Zona Aérea (hoje, Terceiro Comando Aéreo Regional), com sede no Rio de Janeiro e jurisdição sobre Minas Gerais e Espírito Santo. O comandante da base Aérea de Santa Cruz era o então coronel-aviador Rui Barbosa Moreira Lima.

Desarmado/ "Sobrevoei pessoalmente a coluna do general Mourão Filho quando ele cruzou o Rio Paraíba do Sul num avião de turismo, desarmado, apenas para localizá-lo. Foi um corre-corre, mas nunca tive a intenção de atacá-los", conta o hoje brigadeiro reformado Moreira Lima. Herói do esquadrão Senta a Pua nos campos da Itália, o militar completou 92 anos em 12 de junho. "O brigadeiro Teixeira nos disse que havia recebido ordens do presidente João Goulart para não reagir o golpe e evitar derramamento de sangue".

Moleza/Tem servidor público do Distrito Federal usando o Decreto nº 23.122 de 26 de julho de 2002, que permite a redução na jornada de trabalho para a prática esportiva regular, para matar o trabalho. O benefício, em vigor há nove anos, reduz de 10% a 30% a jornada de trabalho dos servidores.

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