sábado, 29 de janeiro de 2011

Alta tensão

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
A disputa pelo controle de Furnas Centras Elétricas pode provocar um curto-circuito nas relações entre o PMDB e o PT, os dois principais partidos da base do governo Dilma Rousseff. Pivô de uma crise cujo resultado foi a não aprovação da Contribuição Social para a Saúde (CSS) pelo governo anterior, a empresa de energia vive em alta voltagem: a cúpula é peemedebista e o corpo técnico, petista. E hoje é o epicentro do confronto entre as duas forças políticas pelo controle dos cargos de segundo escalão do Ministério de Minas e Energia.

Dois deputados federais cariocas protagonizam essa disputa e podem acabar eletrocutados. De um lado, o petista Jorge Bittar, ex-presidente do Sindicato dos Engenheiros e influente nas empresas estatais e fundos de pensão com sede no Rio de Janeiro. De outro, o peemedebista Eduardo Cunha, eminência na bancada do partido na Câmara, apontado como responsável pela indicação do atual presidente de Furnas, Carlos Nadalutti Filho, que hoje contaria com pleno apoio da cúpula do PMDB.

O candidato de Bittar à Presidência de Furnas é Fábio Resende, ex-diretor de Operação e Comercialização do Sistema Furnas, irmão do ex-ministro de Ciência e Tecnologia Sérgio Resende. A cúpula do PMDB atribui a ele a articulação das denúncias de que aliados de Cunha seriam responsáveis pelo mau desempenho financeiro da empresa.

Sucessão

A guerra de posições entre o PMDB e o PT no Rio de Janeiro tem muito a ver também com as eleições municipais, nas quais as duas legendas se digladiarão se não houver um bom acordo entre as siglas. Muito forte nas empresas estatais e no funcionalismo público federal, o PT tenta se posicionar para disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro, controlada pelo PMDB. Candidato à reeleição, o prefeito Eduardo Paes não teve o apoio do PT no primeiro turno de sua eleição, quando foi lançada a candidatura do deputado Alessando Molon.

Camarada

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), resolveu citar o líder comunista russo Vladimir Ilitch Ulianov para explicar sua candidatura à reeleição sem oposição, ao contrário do que ocorreu em 2009: ´Era um momento em que a paixão se sobrepunha à razão. Então, como disse Lênin, a política transformou-se na arte da guerra, quando não éramos adversários, éramos inimigos`.

Demissões

Como se não bastasse o número de mortos, feridos e desabrigados, Nova Friburgo vive aameaça de uma onda de demissões nas 278 empresas da área, 68% das quais foram duramente prejudicadas pelas chuvas na região serrana do Rio. O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Nova Friburgo (Sindimetal), Cláudio Tângari, adverte que as 50 empresas locais, que respondem por 40% da produção de fechaduras e ferragens para a construção civil no país, operam com apenas 45% da capacidade e acumulam perdas de produção, de matéria-prima e de estoques de produtos acabados. A situação se repete no setor têxtil, que emprega 150 mil trabalhadores na produção.

Confiante

O deputado Sandro Mabel (PR-GO), candidato à Presidência da Câmara, diz que já começou a receber demandas das frentes parlamentares da Casa. Mabel afirma ter encontros programados com pelo menos oito grupos de deputados até o dia das eleições. Eles querem garantias em troca do apoio informal.

Frente GLBT

O deputado gay Jean Wyllys (Psol-RJ), ex-participante de um programa de reality show, tem adotado uma postura ríspida na tentativa de descolar sua imagem de político da passada no programa de televisão. Wyllys conta que terá o apoio da deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) para liderar a Frente Parlamentar pela Cidadania de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais.

Lado a lado

Um esquema especial foi montado para o fim de semana na Câmara dos Deputados com objetivo de recepcionar os novos parlamentares que serão empossados na terça-feira e ainda não conhecem a Casa. Em campanha pela Presidência da Mesa, os deputados Marco Maia (PT-RS) e Sandro Mabel (PR-GO) farão plantão neste fim de semana em Brasília.

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