quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Os quatro grandes

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), depois de surpreender os demais colegas e o Palácio do Planalto com sua indicação como candidato à reeleição pela bancada do PT, derrotando o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), conseguiu mais uma proeza: a adesão dos dois maiores partidos de oposição, o PSDB e o DEM, à sua candidatura. Tudo em nome do princípio da proporcionalidade na composição da Mesa.


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Maia contou com o apoio decisivo do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), que costurou o acordo com os oposicionistas com um olho na vitória do petista e o outro na sua própria eleição para o biênio 2013/2014. Com isso, projeta consolidar o rodízio entre o PMDB e o PT até o fim do governo Dilma. O que ganharão com isso o PSDB e o DEM? Ora, o terceiro e quarto cargos mais importantes na Mesa, sendo um deles a Primeira-Vice-Presidência ou a Primeira-Secretaria.

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O político gaúcho ainda ocupa o gabinete de primeiro-vice-presidente e não se mudou para a residência oficial após a renúncia de Michel Temer (PMDB-SP), vice-presidente da República eleito, mas acredita que o acordo entre os quatro maiores partidos da Câmara desaguará numa chapa única, com base no critério da proporcionalidade entre as legendas. Isso levaria de roldão os aliados governistas de PP, PR e PTB, de um lado; e do bloquinho de esquerda PSB-PDT-PCdoB-PMN, de outro.

Falta combinar

O deputado Aldo Rebelo (foto), do PCdoB-SP, é candidatíssimo a presidente da Câmara. Foi liberado pela cúpula de seu partido para disputar o cargo, mas se finge de morto para não virar comida de onça. Aos que o procuram para discutir o assunto, afirma que o processo de escolha de Marco Maia foi muito truncado, há insatisfação nas bancadas e isso deve provocar o surgimento de outra candidatura da base. “Maia deu mais importância à oposição do que aos aliados”, dispara.

Não gostaram

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), e o provável futuro líder da bancada, ACM Neto (BA), foram atropelados pelo acordo com o PT e o PMDB para a eleição de Marco Maia. O racha na bancada democrata pode se aprofundar por causa da disputa de ambos com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o presidente de honra da legenda, Jorge Bornhausen, pai de Paulo Bornhausen.

Endosssou

Já confirmado como futuro ministro das Relações Institucionais do governo Dilma Rousseff, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) fez questão de participar da entrevista coletiva na qual o PSDB e o DEM anunciaram apoio a Marco Maia. Esse acordo pode facilitar em muito a sua atuação futura.

Estão no jogo

Os líderes do Democratas, deputado Paulo Bornhausen (SC); e do PSDB, João Almeida (BA), que anunciaram ontem o apoio dos dois partidos ao candidato do PT à Presidência da Câmara dos Deputados, incluíram no pacote o comando de comissões temáticas e a designação para relatorias especiais. Enfraquecidos com o resultado das urnas, que reduziu o tamanho da oposição, optaram por um “acordo para o bem do Brasil que engrandece a oposição e valoriza o Parlamento”. O PPS ficou de fora. Pretende decidir o assunto depois que seus novos deputados forem empossados.

Raposa

O deputado Paulo Pereira da Silva, do PDT-SP, anda defendendo o fim das emendas parlamentares. “É uma ferramenta que o governo federal tem para colocar os parlamentares no cabresto”, argumenta. Para que continuem existindo, argumenta, devem ser impositivas. Assim, depois de aprovadas, o governo não poderia segurar os recursos.

Inflação

O mercado aposta na alta de juros em janeiro. A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 2010, é de 5,9%. Para 2011, a estimativa passou de 4,6% para 5%

Levou

A Democracia Socialista acabou mantendo sob seu controle a Secretaria do Desenvolvimento Agrário, com a indicação do deputado Afonso Florence (PT-BA), que representará a corrente no lugar do atual ministro, Guilherme Cassel. Dilma gostaria até de mantê-lo no cargo, mas optou pela troca para garantir a representação dos governadores petistas do Nordeste, como havia prometido a Jaques Wagner, da Bahia, e a Marcelo Déda, de Sergipe.

Candidata/ Confirmada na Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, a deputada Iriny Lopes (PT-ES) não pretende permanecer na pasta até o fim do mandato de Dilma Rousseff. É candidata a suceder o petista João Coser na Prefeitura de Vitória.

Nada feito/ A CPMI do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra está para expirar o prazo, em 13 de janeiro, sem nenhuma conclusão. Ela foi criada para investigar os repasses feitos pelo governo federal ao MST, mas quando completou 13 reuniões, foi esvaziada.

Lacrimogênea//Foi melancólica a sessão do Senado de ontem, com mais uma rodada de despedidas de senadores que estão deixando a Casa, como Heráclito Fortes (DEM-PI), Marco Maciel (DEM-PE) e Aloizio Mercadante (PT-SP). O clima de velório não impediu o senador Mão Santa (PSC-PI) de protagonizar um bate-boca com a petista Ideli Salvati (SC). Ela aguardava a vez de discursar para também se despedir.

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