quarta-feira, 14 de julho de 2010

Projetos de risco

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br

Com um olho no gato e o outro no peixe, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende criar a polêmica Empresa Brasileira de Seguros para garantir a execução de projetos do governo considerados de alto risco pelas seguradoras privadas, que por isso cobram mais caro pelas apólices.

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Estão na lista as usinas siderúrgicas, o trem-bala Rio-São Paulo e outras grandes obras do PAC, a ampliação dos estádios e dos aeroportos para a Copa de 2014 e a infraestrutura para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, além de empreendimentos como a exploração do petróleo da camada pré-sal.

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São R$ 18 bilhões para garantir a execução dos projetos, pois o texto da medida provisória enviado ontem pelo Ministério da Fazenda à Casa Civil reorganiza os fundos já existentes — Fundo Garantidor de Infraestrutura (FGIE); fundos naval, de energia e de Parceria Público-Privada (PPPs); e o Fundo Garantidor de Comércio Exterior (FGCE) — em três reservas que cobrirão o comércio exterior de longo prazo e as exportações, mas a parte do leão irá mesmo para a infraestrutura.

Saia justa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará por uma saia justa no Paraguai. Ficou para depois das eleições a votação na Câmara do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que revisa o Tratado de Itaipu (assinado em 1973), pelo qual o Brasil desembolsaria R$ 5,5 bilhões adicionais pela utilização da energia da usina. Lula viajará no dia 30 ao Paraguai para participar, com o presidente Fernando Lugo, do lançamento de uma linha de transmissão entre a Usina de Itaipu e Assunção.

Pré-sal

Não foi coincidência. Lula desembarca amanhã no Espírito Santo como o homem que descobriu o petróleo da camada pré-sal. A Petrobras comunicou ontem à Agência Nacional de Petróleo (ANP) ter encontrado indícios de gás na Bacia do Espírito Santo. O poço foi perfurado em lâmina d’água de 701,5m até 4,6 mil metros de profundidade. A área fica ao norte do campo de Camarupim, próxima ao polo de produção de gás dos campos de Peroá e Cangoá. A empresa opera em parceria com a norte-americana El Paso, que detém 35% do negócio.

Degola

Caso a Justiça Eleitoral aceite os pedidos de impugnação já apresentados, haverá uma degola de políticos só comparável à Revolução de 1930 e ao golpe militar de 1964. Em 17 estados, estão com a cabeça a prêmio 1.342 candidatos

Queridinho

Presidenta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu, do DEM-TO, não poupa elogios ao deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do novo Código Florestal. Segundo ela, o parlamentar rompeu com o sectarismo ideológico ao tratar da agricultura e do agronegócio.

Trombada

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, soltou os cachorros contra o Banco Central, ontem, na reunião com o presidente Lula. Disse que a economia desacelerou porque o presidente do BC, Henrique Meirelles, puxou o freio de mão com uma dose cavalar de juros. Mantega avalia que a elevação dos juros foi desnecessária porque a inflação era sazonal e já estava em baixa.

Gazeta

As duas semanas de esforço concentrado na Câmara dos Deputados durante o período eleitoral foram para o espaço. Líderes governistas e da oposição não têm acordo para pôr a Casa a funcionar. O pomo da discórdia é a votação da Emenda nº 29, que destina recursos à Saúde. Ontem, uma caravana de 150 prefeitos pressionou os líderes da Câmara para garantir a votação, mas não obteve sucesso.

Tremeu

O governador do Ceará, Cid Gomes, do PSB, que parecia ter uma reeleição tranquila, tremeu depois de pesquisas internas de sua campanha sinalizarem que a vitória no primeiro turno subiu no telhado. O contencioso com a prefeita petista de Fortaleza, Luizianne Lins, e o senador tucano Tasso Jereissati, candidato à reeleição, começa a ficar caro demais.

Calote

Na divisa entre Ceará e Pernambuco, Terra Nova e Cabrobó vivem uma crise econômica particular. As obras de transposição do Rio São Francisco e da Ferrovia Transnordestina, lançadas com pompa e circunstância pelo presidente Lula, estão devagar quase parando. As empresas contratadas dão calote no comércio local e trabalhadores estão sendo dispensados.

Banda - O deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC) deve entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o fim do monopólio da Telebras no Plano Nacional da Banda Larga. O parlamentar quer que o projeto respeite as atuais regras do mercado, que garantem a concorrência entre as empresas.

Embalo - Os delegados das polícias Civil e Federal dos estados querem aproveitar o embalo da aprovação da PEC que estabeleceu um piso para os policiais de todo o país para barganhar um aumento no Congresso. Querem equiparar a carreira à magistratura. São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia sofreriam o maior impacto nas folhas de pagamento.

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