quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Apagão aéreo

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz
luizazedo.df@dabr.com.br


O ministro da Defesa, Nelson Jobim, resolveu entrar em campo para evitar um apagão aéreo na Copa de 2014, com o colapso dos principais aeroportos do país, principalmente Brasília, Galeão e Cumbica. O risco é real porque muitas das obras de expansão estão paralisadas ou nem sequer foram iniciadas por causa de rescisão de contratos irregulares ou suspensão de licitações. Há um deficit de 38% na infraestrutura portuária no Brasil. Ontem, em audiência pública na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara, Jobim anunciou investimentos de R$ 4,614 bilhões nos aeroportos das 16 cidades-sedes da Copa.

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Estima-se que a circulação de passageiros na Copa de 2014 chegará a 2,7 milhões. Segundo Jobim, serão dois meses de pico. Os investimentos planejados pela Infraero serão suficientes para atender uma demanda de até 171,8 milhões de passageiros por ano. A Copa vai gerar um movimento de 157,7 milhões de passageiros. Pelas regras do jogo — a Lei de Licitações (8666/93) —, realizar as obras a tempo é uma missão quase impossível. Por isso, Jobim pretende adotar mecanismos semelhantes ao da Petrobras para contratá-las. Precisa de aprovação do Congresso.


Em tempo

Escapamos de uma greve de aeronautas e aeroviários em 23 e 24 de dezembro. Os sindicatos fecharam um acordo com as companhias aéreas ontem. O aumento real foi de 6% nos salários de pilotos, aeromoças e pessoal de terra.

Sutileza

Parlamentares governistas que acompanham a Conferência do Clima de Copenhague fizeram ressalvas à negativa da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à proposta de que o Brasil contribua com US$ 1 bilhão para um fundo de combate à mudança climática. Avaliam que ela exagerou no tom ao dizer que a quantia não faria “nem cosquinha”.

Fogo amigo

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), desautorizou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc (PV), publicamente, na Conferência de Copenhague. O troco veio na Câmara, onde o líder do PV, Edson Duarte, criticou o desempenho “pífio” da ministra e disse que o presidente Luiz Inácio lula da Silva antecipou a ida à conferência devido “ao desastre do caráter eleitoreiro da missão chefiada por Dilma”. “Não estava preparada para a missão. Colocou o Brasil em uma situação de isolamento extremamente perigosa”, disparou.

Infraestrutura


O relator-geral Geraldo Magela (PT-DF) anunciou ontem que acredita na aprovação do Orçamento da União de 2010 ainda este ano. Os investimentos nas áreas de Minas e Energia, Comunicações e Transportes chegarão a R$ 115 bilhões

Incentivo

Novo marco regulatório de incentivo à cultura: o ministro da pasta, Juca Ferreira, apresenta hoje, à Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, o projeto de lei que substituirá a Lei Rouanet (Lei nº 8.313/1991) nas áreas de fomento e incentivo à cultura e à arte. O texto foi muito discutido nos meios artísticos, mas não está livre de polêmica. A ideia é desconcentrar a produção cultural do eixo Rio-São Paulo.

Verde

A senadora Kátia Abreu, do DEM-TO, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), virou defensora da Amazônia na Conferência do Clima, em Copenhague, na Dinamarca. Além de defender serviços ambientais e recompensas econômicas para os produtores rurais brasileiros, a senadora sustentou que o agronegócio está deixando de produzir alimentos, gerar riquezas, divisas e empregos, para preservar o meio ambiente. “O Brasil está efetivamente abrindo mão de terras produtivas em favor da preservação ambiental. Temos a segunda floresta nativa do mundo quase que integralmente preservada. Nós acreditamos no desmatamento zero já, imediatamente”, afirmou.

Gula/
Parte da bancada do Nordeste chorava as pitangas, ontem, pela frustrada insistência em aprovar a emenda do deputado Ibsen Pinheiro. Para levar a proposta adiante, os nordestinos sacrificaram a emenda do deputado Júlio César (DEM-PI), mais moderada, a qual, passaram a julgar, sofreria menor resistência dos estados produtores.

Máquina/ Vitoriosa na eleição do novo comando do PT, a tendência Construindo o Novo Brasil divide-se quanto a quem entregar a secretaria-geral do partido. Uma ala postula o cargo para o líder petista na Assembleia Legislativa de São Paulo, Rui Falcão. Outra, para o líder na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (SP), que já ocupou o cargo.

Lançamentos/ Papa do moderno padrão gráfico e editorial do jornalismo brasileiro, Reynaldo Jardim lança, hoje, no Bar Brahma (201 Sul), o livro Sangradas Escrituras (Editora Starprint). Ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Audálio Dantas lança mais um livro: O menino Lula (Ediouro), na livraria Saraiva do Pátio Brasil, também a partir das 19h.

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