quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O imobilismo de Serra

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Cresce na cúpula do PSDB a preocupação com o fato de o partido não ter um eixo de intervenção na cena política, como se a volta da legenda ao poder fosse ocorrer por gravidade. No DEM e no PPS, a preocupação é a mesma, haja vista a falta de convergência programática e um discurso unificado da oposição ao governo Lula. Embora com pose de futuros ministros de Estado, parlamentares tucanos também não escondem a apreensão com o imobilismo do governador de São Paulo, José Serra. Favorito nas pesquisas para a sucessão de 2010, o governador paulista se finge de morto para não despertar a ira dos petistas, como se a atual vantagem na opinião pública fosse o sinal inequívoco de que a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está no papo.

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No xadrez político, Serra se movimenta com extrema cautela e não dá sinais de que busca uma grande composição política com o governador de Minas, Aécio Neves. Este, por sua vez, insiste nas prévias para escolha do candidato a presidente da República do PSDB. Rechaça a possibilidade de abrir mão da cabeça de chapa para ser vice. Prefere concorrer ao Senado se não for o candidato do PSDB. Serra também não dá segurança aos aliados do PMDB, como o senador Jarbas Vasconcelos (PE) e o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (RS), fortes concorrentes aos governos de Pernambuco e Rio Grande Sul, respectivamente. Enquanto isso, o presidente Lula catapulta a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), que pôs o pé na estrada. Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV) também já foram à luta.


Motosserra//
O PV engrossa o coro contra a meta de reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia, até 2020. Para os verdes, o governo deveria levar à Conferência do Clima, em Copenhague, a proposta de desmatamento zero. “A meta do governo, na verdade, abre brecha para que se devaste 20% da Amazônia”, critica o líder do PV na Câmara, Edson Duarte (BA).


Tudo dominado

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, nadou de braçada nas comissões especiais que discutem o novo marco regulatório do petróleo. O setor privado não conseguiu se organizar a tempo para defender seus interesses e a oposição se fragmentou nos debates. A previsão é de que os relatores das quatro comissões vão respeitar os projetos originais, inclusive os mais polêmicos: a criação de “áreas estratégicas” a serem definidas pelo Executivo no regime de partilha; a destinação de uma parte dos royalties para o Fundo Soberano; e a capitalização da Petrobras sem lançamento de debêntures. A manutenção do regime de concessões na exploração da camada pré-sal já era.


Matriarcado

Companheiro da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em seus tempos de PDT, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR) não economizou a rasgação de seda durante o jantar do PR com a pré-candidata de Lula à Presidência da República. “Lá em casa, quem manda é a minha mulher (Rosinha Matheus). E ela está com a senhora”, afagou.

Desconfiado

O comportamento da bancada tucana na Assembleia Legislativa de Pernambuco, onde volta e meia garante a sustentação do governador Eduardo Campos (PSB), tem deixado o senador Jarbas Vasconcelos com a pulga atrás de orelha. O candidato do PMDB depende muito do apoio do tucano Sérgio Guerra, seu colega de Senado, para viabilizar a própria campanha.


Boné

Conhecido como o “homem das emendas”, o subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência, Marcos Lima, entregou ontem o cargo à secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. Foi convencido a tirar 30 dias de férias para se recuperar de um problema de saúde, mas a tendência é sair do posto quando voltar.


Alegria


A Mesa Diretora do Senado votará, nos próximos dias, projeto de resolução que cria 102 novos cargos comissionados nos gabinetes de senadores e de lideranças partidárias. Pagarão salário de R$ 9.979,24. A proposta abre brecha para que os atuais chefes de gabinete, obrigatoriamente de carreira, sejam substituídos por indicações políticas.


Vale

A Vale fará investimentos de R$ 9,5 bilhões na implantação e expansão de mina e usinas de beneficiamento de minério em Minas Gerais, abrangendo os municípios de Itabira, Itabirito, Barão de Cocais, Caeté, Raposos, Rio Acima e Santa Bárbara. Serão gerados 9.930 empregos



Infidelidade/ Por ter trocado o PMN pelo PTB, o deputado Sílvio Costa (PE) perdeu a presidência da comissão especial da PEC 42/95. Por coincidência, a proposta trata justamente da perda de mandatos em casos de infidelidade partidária.

Castigo/
A deputada Nilmar Ruiz (PR-TO) foi apeada da Procuradoria Parlamentar da Mulher, cargo criado este ano pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). O cargo foi devolvido ao DEM, partido deixado pela neorrepublicana. A deputada Solange Amaral (DEM-RJ) é a nova procuradora.

Grafite/ Durante a reunião da Comissão do Meio Ambiente e Defesa do Consumidor (CMA), foi aprovado o relatório do senador Gim Argello (PTB-DF) que proíbe a venda de tintas em embalagens do tipo aerosol para menores de 18 anos, exigindo a apresentação de documento de identificação do comprador no momento da aquisição do produto, bem como identificação na nota fiscal.

Debate/ Os deputados Geraldo Magela (DF), Iriny Lopes (ES) e José Eduardo Cardoso (SP), o ex-senador José Eduardo Dutra (SE) e os dirigentes petistas Markus Sokol (SP) e Serge Goulart (SC) se encontrarão no hotel San Marco, em Brasília, para debater suas propostas. São candidatos a presidente do PT pelo voto direto.

Azebundsman/ Pirapora fica em Minas.

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