Nas Entrelinhas: Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 08/07/2015
Dilma está mais preocupada com a
defesa individual de sua honra do que com uma saída política para a
crise institucional que se arma
“Parece que está todo mundo querendo derrubar a
senhora”, indagaram Maria Cristina Frias, Valdo Cruz e Natuza Nery, da
Folha de S.Paulo. “O que você quer que eu faça? Eu não vou cair. Eu não
vou, eu não vou. Isso é moleza, isso é luta política. As pessoas caem
quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair. E
venha tentar, venha tentar. Se tem uma coisa de que eu não tenho medo, é
disso. Não conte que eu vou ficar nervosa, com medo. Não me
aterrorizam”, respondeu a presidente Dilma Rousseff, em entrevista
exclusiva ao veículo paulista. É a guerra!
São três processos
movidos pelo PSDB no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para cassar o
mandato de Dilma. Dois são ações de investigação judicial eleitoral, nas
quais o PSDB alega abuso de poder político e econômico na campanha
presidencial. O partido pede a cassação da diplomação da chapa e a
inelegibilidade da presidente e do vice por oito anos.
O relator é o
ministro João Otávio de Noronha, corregedor-geral do TSE. Devido aos
fatos revelados pela Operação Lava-Jato, que investiga o esquema de
corrupção na Petrobras, o PSDB pediu a tomada de depoimento do doleiro
Alberto Youssef, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do
dono da UTC, Ricardo Pessoa, o único que falta ser ouvido.
O PSDB
também pediu a impugnação de mandato eletivo de Dilma, em ação ajuizada
em janeiro ao TSE. A relatora é a ministra Maria Thereza de Assis
Moura, cujo voto foi no sentido de que não houve provas suficientes para
dar andamento ao processo.
O ministro Gilmar Mendes, porém, pediu vista
do processo. Deve apresentar seu voto em agosto, mês fatídico para os
políticos, por causa do suicídio de Getúlio Vargas e da renúncia de
Jânio Quadros. Um fato novo pode mudar o rumo do julgamento.
Em
delação premiada, o empresário Ricardo Pessoa disse que foi coagido pelo
ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, então tesoureiro da
campanha de Dilma, a contribuir com R$ 7,5 milhões para a disputa pela
reeleição. Marcado para o próximo dia 14, seu depoimento será decisivo
para o julgamento das três ações.
É por isso que a presidente da
República resolveu questionar o mecanismo legal da delação premiada.
Dilma não admite entrar no rol dos que se beneficiaram do dinheiro
desviado da Petrobras pelo esquema de propina do PT, investigado pela
Operação Lava-Jato.
Caso os depoimentos dos delatores sejam
comprovados, o que parecia ser apenas choro de perdedor pode mudar os
rumos da vida política nacional, com a cassação dos mandatos de Dilma
Rousseff e do seu vice, Michel Temer.
Nesse caso, a Corte também teria
que decidir entre dar a posse ao segundo colocado, o tucano Aécio Neves,
ou convocar novas eleições, nas quais ele largaria como franco
favorito, segundo as últimas pesquisas. Esse é o cenário que mais
interessa ao presidente do PSDB, que já sonha com o Palácio do Planalto.
O dia seguinte
Mas
não é somente por isso que caiu a ficha para Dilma Rousseff, cuja
entrevista foi considerada muito emocional pelos estrategistas do
Palácio do Planalto, ruim como todas as demais, nessa fase mais magra e
bicicleteira da presidente da República.
A petista parecia autista,
pairando acima das revelações da Operação Lava-Jato e da crise de
governabilidade no Congresso, mas finalmente reagiu ao perigo. Sua
entrevista, porém, revelou combatividade desprovida de estratégia
política e confiança no ajuste fiscal. Dilma está mais preocupada com a
defesa individual de sua honra do que com uma saída política para a
crise institucional que se arma.
A marcha do processo na Justiça
Eleitoral, por causa da Operação Lava-Jato, interessa a Aécio Neves, que
aposta em nova eleição, mas nem tanto aos demais caciques do PSDB, como
o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador José Serra. Os
tucanões paulistas preferem o impeachment de Dilma Rousseff e uma
transição com o vice-presidente Michel Temer na Presidência.
Participam
dessas articulações caciques do PMDB no Senado, que querem assumir o
controle da legenda na próxima convenção partidária. O principal aliado
de Temer na cúpula do PMDB era o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(RJ), que alçou voo solo e dá o tom dos que querem o vice-presidente
fora da articulação política do governo.
É nesse terreno que o
senador José Serra (PSDB), duas vezes derrotado na disputa pela
Presidência da República — uma pelo presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, em 2002, e outra pela presidente Dilma, em 2010 — começa a se
movimentar com muita desenvoltura. O veterano político faz ala com o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e acena com a
possibilidade de ser candidato a presidente da República em 2018 pelo
PMDB.
Serra também é cotado para ocupar o lugar de Joaquim Levy no Ministério
da Fazenda, num eventual governo de união nacional encabeçado por Michel
Temer, no caso de impeachment de Dilma Rousseff. Como diz o mais
encarniçado opositor do governo Dilma, o presidente do PPS, Roberto
Freire, a crise se agravou tanto que já se discute o pós-Dilma.
BOM DIA SENHOR AZEDO. ME DESCULPE A FRANQUEZA, MAS, AS VOSSAS DEDUÇÕES, PARECEM PRONUNCIAMENTO DE UM ARAUTO APOCALÍPTICO. O SENHOR, REALMENTE ESPERA QUALQUER COISA BOA, VINDA DA POSSE DA CORJA, HORA AVENTADA. SE AS COISAS SEGUIREM, ESTES RUMOS DESCRITOS PELA ARAUTISSE, O BRASIL DEIXARA DE SER NAÇÃO LIVRE, EM POUCO TEMPO, GRAÇAS AO ENTREGUISMO ESCANCARADO DAS FIGURAS FUNESTAS, PROPOSTAS PARA OCUPAR O PODER.
ResponderExcluirSr leitor Anônimo, em que planeta o sr vive? Veja o título do artigo : A FICHA CAIU! Até a Dilma já percebeu!
ExcluirSr leitor Anônimo, em que planeta o sr vive? Veja o título do artigo : A FICHA CAIU! Até a Dilma já percebeu!
ExcluirAlém dos problemas da Política, a Presidente parece ter, realmente, uma inteligência emocional baixa.
ResponderExcluirSr Azedo, a sua análise pode não agradar ao leitor que escreve como anônimo, mas está dentro do contexto e bem fundamentada . O sr.descreveu com muita propriedade as possibilidades. É uma pena, que depois de tudo, os fundamentalistas não querem ver, ou por desonestidade intelectual ou mesmo por ignorância.
ResponderExcluirSr Azedo, a sua análise pode não agradar ao leitor que escreve como anônimo, mas está dentro do contexto e bem fundamentada . O sr.descreveu com muita propriedade as possibilidades. É uma pena, que depois de tudo, os fundamentalistas não querem ver, ou por desonestidade intelectual ou mesmo por ignorância.
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