sexta-feira, 26 de setembro de 2014

É muita grana na Suíça



Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, recebeu US$ 23 milhões (R$ 55,2 milhões) de uma empreiteira para facilitar contratos dessa empresa com a estatal, informa o repórter Jaílton de Carvalho, do Globo. Disse ainda ter recebido US$ 1,5 milhão (R$ 3,6 milhões) para “não atrapalhar” a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. 

Falou tanto que será solto na segunda feira, beneficiado pela delação premiada. Responderá ao processo em liberdade monitorada por meio de uma tornozeleira eletrônica.
Esse é apenas um dos cem depoimentos que prestou à Polícia Federal (PF). 

É muita coisa no ventilador, com nome e e sobrenome e um monte de zeros. A delação premiada do doleiro Alberto Yousseff deve ir pelo mesmo caminho, o que aumenta a possibilidade de um strike na política nacional.

Tanto é real essa possibilidade que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já está falando que a denúncia porá na ordem do dia uma reforma política. Segundo ele, a situação  dos políticos e do Congresso ficará insustentável diante da gravidade das denúncias.

A Operação Lava Jato da PF é uma coisa; a reforma política, outra. Os US$ 23 milhões estão bloqueados em 12 contas bancárias na Suíça e deverão ser repatriados ao Brasil ao longo dos processos abertos a partir de descobertas da Lava Jato. São um caso de polícia. 

O envolvimento dos políticos também é assunto criminal. O discurso de que o dinheiro desviado era destinado ao caixa dois de campanha e não à formação de patrimônio pessoal, porém, começa a ser ensaiado nos meios políticos. Veremos um debate parecido com o do julgamento do mensalão, só que, dessa vez, pode haver envolvidos ainda mais coroados. 

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