domingo, 28 de julho de 2013

Os planos A, B e C

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 14/07/2013
 
  O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que ontem se reuniu, no Rio de Janeiro, com militantes e a bancada federal da legenda, resolveu pegar leve com a presidente Dilma Rousseff, no momento em que ela mais enfrenta dificuldades políticas. Ao contrário da oposição, que foi para cima do governo, Campos resolveu manter azeitados os canais de comunicação com o Palácio do Planalto, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com os aliados do PT.

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Campos sempre avaliou que a gestão da crise econômica deveria ser a agenda prioritária do governo Dilma, este ano, e não a antecipação da campanha eleitoral. Mas, diante da eclosão das ondas de protestos, que ainda varrem o país, e do agravamento da situação econômica, o governador de Pernambuco resolveu pisar em ovos, contra o senso comum de que seria a hora de partir para a ofensiva. Por quê? Ora, foi aconselhado por Lula a não queimar os navios com o governo Dilma nem com o PT.

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Como para bom entendedor um pingo é letra, o presidente do PSB trabalha com três cenários: em um deles, como candidato a presidente da República, poderia ser o Plano B de Lula, caso a presidente Dilma Rousseff seja levada de roldão na campanha de reeleição; no outro, poderia ser o vice da situação, no lugar de Michel Temer, se a crise de Dilma com o PMDB tornar-se um rompimento; a terceira hipótese seria no caso de Dilma desistir da reeleição, e Lula ser o candidato do PT, com Campos para vice. Tudo o que ele não quer é virar inimigo de Lula.

Agulhas e fé

A propósito, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anda zelando pela saúde em Brasília. Continua a tratar as dores do ombro com o médico chinês Gu Hang Hu, de 63 anos, e recorre aos poderes mediúnicos de João de Deus, em Abadiânia, para prevenir uma recidiva do câncer na garganta.

Na fila

Aliás, nesses tempos bicudos para o governo, ministros fazem fila para serem atendidos pelo Dr. Gu. Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o secretário-geral da Casa Civil, Gilberto Carvalho, foram ao seu consultório para serem devidamente agulhados.


Da gema//

Carioca, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, novo “imortal” da Academia Brasileira de Letras, mudou-se para o Rio de Janeiro. Político de maior prestígio do PSDB, aos 82 anos, anda lépido e fagueiro, e já tem gente querendo que ele seja candidato ao Senado, na próxima eleição, contra o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

Estrela

Ministra da Cultura, Marta Suplicy, em meio à maior crise na base governista, conseguiu aprovar, no Congresso, três projetos parados há quase 10 anos: o Sistema Nacional de Cultura; a reformulação do Ecad; e o Vale Cultura, que é o tíquete de R$ 50 para atividades culturais. De quebra, ainda se reuniu com os principais artistas do país, dentre eles, Roberto Carlos e Caetano Veloso, com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, durante a semana da maior onda de protestos já ocorrida no país.

A vez da polícia

Policiais federais de vários estados organizam deslocamento para Brasília, na próxima terça-feira (16). É a “Marcha pela Reforma da Polícia Federal”. A concentração será em frente à sede do Departamento de Polícia Federal (DPF), a partir das 9h, e seguirá até o Congresso Nacional, onde será lançada, oficialmente, a Frente Parlamentar em Apoio à Reestruturação da Polícia Federal.

Tropa de Elite

Duro mesmo, para o governo, será quando os policiais militares resolverem deixar de correr atrás de manifestantes e aderir aos movimentos de protestos. As associações policiais articulam-se para exigir a aprovação da PEC 300, que unifica os salários dos PMs. Os oficiais teriam piso de R$ 7 mil. Já os soldados, R$ 3,5 mil

Auxílio-creche

O deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), alertou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para o risco de as verbas indenizatórias pagas ao funcionalismo da União ficarem sem reajuste no próximo ano. Diárias de viagem e os vales transporte e alimentação ficarão congelados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), apesar da inflação. O auxílio-creche, de R$ 90,00, está congelado há 18 anos.

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