Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 23/07/2013 |
Foram momentos em que a agenda positiva se impôs aos fatos negativos
das últimas semanas no Rio de Janeiro, os três encontros entre a
presidente Dilma Rousseff e o papa Francisco. Primeiro, ao
recepcioná-lo na Base Aérea do Galeão; depois, na cerimônia de boas
vindas no Palácio Guanabara, a sede do governo fluminense; finalmente, a
conversa a sós, de 15 minutos, cujo verdadeiro teor vale por uma
confissão. Apesar do sucesso da agenda oficial, transmitida em tempo
real, foi gritante a distância entre o poder e o povo carioca, que foi
às ruas para receber Francisco.
» » » O chefe da Igreja Católica primou pela austeridade, pela simplicidade e pela simpatia. No trajeto entre o aeroporto e a Catedral Metropolitana, deixou aberto o vidro do carro e acenou para a multidão. Seus seguranças quase foram à loucura quando a comitiva papal foi cercada pela muldidão na avenida Presidente Vargas, situação imprevista. O desfile de papamóvel pelas ruas do centro foi consagrador, como já era esperado. Não houve qualquer cena de violência. » » » A recepção no Palácio Guanabara, porém, só não foi gelada por causa da emoção que o papa Francisco despertou entre os familiares das autoridades presentes. Estavam lá os principais ministros de Dilma Rousseff, alguns governadores e representantes do clero; os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN); o governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB) e o prefeito carioca Eduardo Paes (PMDB). Nunca estiveram tão próximos do papa e tão longe de seu rebanho. Protestos O mesmo grupo que azucrinou o governador Sérgio Cabral nas últimas semanas, inclusive acampando em frente ao seu apartamento no Leblon, patrocinou um protesto nas imediações do Palácio Guanabara, cuja segurança foi muito reforçada. O grupo queimou um boneco do governador após a cerimônia oficial de boas vindas; depois, o pau comeu. Um “beijaço” também foi patrocinado pelos grupos LGBT, reivindicando os direitos dos homossexuais, nas escadarias da igreja de Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado. Reforma// A bronca da presidente Dilma Rousseff com o PMDB na Câmara deve aumentar. O líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), resolveu encampar a proposta de emenda constitucional (PEC) da bancada do PMDB que limita em 25 o número de ministérios. Do jeito que a coisa vai, o governo corre o risco de ver a PEC aprovada. Irmã Dulce O governador Jaques Wagner (PT)) aproveitou a visita do papa Francisco para levar uma mensagem de paz e fraternidade dos baianos ao novo pontífice e solicitar um encontro com ele, no Vaticano. Wagner deseja reforçar os apelos dos baianos para que a irmã Dulce seja santificada. Pensando bem Caiu a ficha da cúpula do PT em relação à resolução do diretório nacional aprovada sábado, que responsabiliza os aliados pela “putrefação” da política brasileira e apoia a redução do número de ministérios. Obviamente, mirou os ministros dos partidos aliados que julga apodrecidos: PMDB, PP, PR, etc. O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) e os capa-pretas Valter Pomar e Carlos Árabe estão reescrevendo o documento para publicação oficial. Diálogo O presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), e o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), saíram em defesa da permanência do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) como coordenador do grupo de trabalho encarregado de elaborar uma proposta de reforma política. Argumentam que o ex-líder do governo dialoga com todas forças políticas, pré-condição para o sucesso na empreitada. Vaccarezza foi desautorizado a falar em nome do PT pelo líder da bancada, José Guimarães (PT-CE). Em queda O clero brasileiro vê a visita do papa Francisco como uma oportunidade de aumentar o número de fiéis, em queda no Brasil. Segundo pesquisa DataFolha, eram 75%, em 1994; e 64%, em 2007. Agora, o número de católicos caiu para 57% Contraponto A divulgação do balanço do Bradesco, ontem, serviu de contraponto aos humores do mercado. O lucro cresceu, a inadimplência caiu, o crédito subiu e a ação do banco teve alta de mais de 4%. Presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi comemorou: “O cenário é benigno para o segundo semestre”. Segundo ele, as pessoas continuam com seu principal ativo: o emprego. E o governo conseguiu absorver a turbulência externa. Acordo final/ O governo da Colômbia e a guerrilha das Farc adiaram para 28 de julho a retomada de negociações de paz em Havana, que inicialmente começaria no dia 22. O xis da questão é a participação dos guerrilheiros, após a deposição das armas, nas eleições colombianas. Saúde/ A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) limitou em 9,04% o índice máximo de reajuste para os planos de saúde médico-hospitalares, individuais e familiares, contratados a partir de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei 9.656/98. O teto vale, retroativamente, para o período entre maio de 2013 e abril de 2014. A medida atinge diretamente 8,4 milhões de pessoas. |
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