Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 12/07/2013 |
Cerca de 80 bloqueios de rodovias, em 18 estados, foram registrados ontem, no Dia Nacional de Lutas com Greve e Mobilizações, organizado pelas centrais sindicais, entre elas a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT). Nas principais cidades do país, houve passeata com alguns milhares de manifestantes que bloquearam o trânsito. Em algumas delas, o funcionamento de linhas de ônibus, bancos, escolas e metrô foi interrompido por piquetes de sindicalistas. Greve geral, mesmo, como chegou a ser anunciado, não houve. » » » Comparada ao caráter espontâneo das manifestações das últimas semanas, a resposta das centrais sindicais foi um grande fiasco. Mostrou que os sindicatos foram abduzidos pelo poder político e que sua cúpula também está desgastada. Mesmo dispondo de grandes aparatos sindicais, mantidos muito mais em razão da existência do imposto sindical — um resquício do Estado Novo — do que em razão da participação dos trabalhadores. » » » Curiosa é a agenda do movimento sindical, que rachou em Brasília por causa da tese do plebiscito já, rejeitada pela maioria das centrais sindicais, mas que levou a CUT a fazer uma manifestação isolada em Brasília, ontem. O Palácio do Planalto vem barrando a aprovação das principais reivindicações pelo Congresso Nacional: a jornada de trabalho de 40 horas semanais, sem redução de salários; o fim do fator previdenciário; os 10% do PIB para a educação; os 10% do Orçamento para a saúde; e o fim dos leilões de petróleo e das privatizações. Enrolando O ministro do Trabalho, Manoel Dias (foto), saudou as manifestações de ontem: "A pressão é válida, é legítima, a participação do povo na rua é benéfica, porque o país, na medida em que exerce a cidadania e faz um teste de que a nossa democracia está se vigorando, estabelece muitos avanços", disse. Ele, no entanto, não apoiou nenhuma das reivindicações apresentadas pelas centrais. Sobre a jornada de trabalho de 40 horas, Dias afirmou que é preciso um debate amplo para viabilizar um "grande acordo" sobre o tema. Desbloqueio A Justiça Federal em São Paulo concedeu liminar, requerida pela Advocacia-Geral da União (AGU), que proíbe a UGT e a Força Sindical de interromperem o tráfego nas rodovias federais do estado. A liminar tem validade de 15 dias. Está prevista multa de R$ 100 mil por hora de bloqueio. Ser ou não ser Ex-líder do governo na Câmara, o petista Cândido Vaccarezza (SP) foi indicado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para presidir a comissão que vai elaborar a reforma política. Ex-líderes de bancada do PT, Paulo Teixeira (SP) e Henrique Fontana (RS) também pleiteiam a posição. Quem está em apuros é o atual líder do partido, José Guimarães (CE), que havia indicado Fontana. O presidente do PT, Rui Falcão, tentará enquadrar Vaccarezza hoje. Pessimista O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (foto) nunca esteve tão deprimido: avalia que o ambiente político é desfavorável a qualquer revisão das sentenças da Ação Penal 470, o processo do mensalão. Também diz aos amigos que a presidente Dilma Rousseff, para se reeleger, terá que enfrentar pelo menos quatro candidatos competitivos: Aécio Neves (PSDB), Marina Silva (Rede Sustentabilidade), Eduardo Campos (PSB) e José Serra, que deve trocar o PSDB por outra legenda. Tentaram A quarta-feira na Câmara foi mesmo um daqueles dias de vaca estranhar o bezerro. O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e o líder da bancada do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), bem que tentaram agradar ao governo, mas acabaram derrotados por 217 votos a 165, numa votação na qual tinham como certa a vitória. O líder do PDT, André Figueiredo (CE), liderou a rebelião na base para evitar a votação do projeto do Senado que destina os royalties de petróleo para a educação (75%) e a saúde (25%), artigo por artigo, como queria o líder do PT, José Guimarães (CE). Desarticulação PSDB, PSD, DEM, PSB, PDT, PPS, PV, PRB, PSol, PMN e PEN acompanharam o relator e orientaram contra a votação, artigo por artigo, do projeto do Senado. PT, PMDB, PR, PTdoB, PRP, PP, PTB e PSC ficaram favoráveis ao governo. Votaram contra a orientação do governo 45 deputados da base. Duas em um // Cresce no Palácio do Planalto a tese de que a Secretaria de Relações Institucionais deve ser absorvida pela Casa Civil, liberando as ministras Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann para fazer as respectivas campanhas em Santa Catarina e no Paraná. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, assumiria a nova pasta. Troco/ A Força Aérea Brasileira terá 30 dias para informar ao Senado sobre voos realizados por autoridades nos aviões oficiais da Aeronáutica. Presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) comandou a reunião da Mesa Diretora que aprovou o pedido do senador Aloysio Ferreira (PSDB-SP). Polo/ Em comemoração aos 35 anos do Polo Petroquímico de Camaçari, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), que trabalhou por mais de 20 anos no local, lançou um novo plano de expansão e de atrações de novos investimentos do polo, na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb). Fundo/ A 16ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios terminou ontem. A Carta dos Prefeitos anuncia uma proposta de emenda à Constituição (PEC), a ser apresentada ao Congresso Nacional, para aumentar em 2% os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), composto de 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados. A distribuição dos recursos aos municípios é feita de acordo com o número de habitantes. |
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