Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 03/07/2013 |
Foi mal recebida pela maioria dos deputados e senadores a proposta de
reforma política encaminhada ao Congresso pela presidente Dilma
Rousseff. Nos bastidores, mesmo parlamentares do PT, se queixam de que o
Palácio do Planalto estava tentando jogar sobre os ombros do
parlamento toda a responsabilidade pelas insatisfações sociais no país.
Uma das propostas irritou particularmente os parlamentares: o fim do voto secreto. A inclusão na mensagem do governo de um assunto polêmico, que já está sendo debatido no Congresso, foi uma espécie de atestado de que a presidente da República resolveu jogar para a arquibancada e deixou sua própria base na fogueira. A bancada do PMDB na Câmara é majoritariamente contra a convocação de um plebiscito antes das eleições. Também é o caso das frentes do PSB e do PDT, partidos que formalmente apoiaram a proposta junto com o PT. O troco A bancada do PMDB, que se reuniu ontem, deu o troco na presidente Dilma: defendeu a redução de ministérios, a aprovação do projeto que destina 10% do Orçamento da União para a saúde, o fim da reeleição e a adoção do parlamentarismo em uma consulta a ser realizada nas eleições de 2014. Divisões Cinco propostas de consulta foram encaminhadas por Dilma Rousseff ao Congresso: financiamento público, privado ou misto de campanha; voto proporcional, distrital ou misto; continuidade ou não da suplência para senador; fim ou não do voto secreto em deliberações do parlamento; e continuidade ou não de coligações partidárias proporcionais. Todas dividem a própria base do governo. Antagonismo Autor da tese do plebiscito no lugar da constituinte exclusiva, o vice-presidente Michel Temer está sendo muito criticado por aliados. Um cacique do PT acredita que o objetivo de Temer é viabilizar o “distritão”, no qual são eleitos os deputados mais votados de cada estado, independentemente da legenda, e o financiamento privado de campanha. Ou seja, o contrário das propostas do PT: voto em lista e financiamento público. Na prancha O mercado está na maior expectativa em relação à divulgação do IPCA de junho. Espera-se uma alta em torno de 0,33%, o que levaria a inflação em 12 meses para 6,77%, ultrapassando novamente o teto de 6,5% da meta de inflação, que é de 4,5%. A alta da inflação aumenta o zum-zum-zum contra a permanência do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Paisagem Na maior data popular da Bahia, ontem, o governador Jaques Wagner (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM) receberam vaias com cara de paisagem e não se intimidaram, na festa do 2 de julho. Separadamente, marcharam pelas ladeiras de Salvador e ainda cumprimentaram os manifestantes. A data cívica é comemorativa da independência do Brasil na Bahia. “A rua grita e o político tem que ouvir”, disse Wagner, que conseguiu se desviar de uma lata de cerveja atirada em sua cabeça. Salário O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que o governo, para fixar médicos estrangeiros e brasileiros no interior do país e nas periferias, pagará um salário de R$ 10 mil Greve A Associação Médica Brasileira (AMB) convocou uma paralisação nacional da categoria para hoje. Protesta contra a decisão do governo federal de trazer médicos do exterior para que trabalhem no SUS (Sistema Único de Saúde). Serão mantidos apenas os serviços de urgência e emergência. Tarifas A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado concluiu a votação do projeto de lei que cria o Regime Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo Urbano e Metropolitano de Passageiros (Reitup). A proposta tem como objetivo reduzir as tarifas de ônibus. Quebrou O Bank of America Merrill Lynch cortou o preço-alvo para as ações da OGX Petróleo e Gás de R$ 1 para R$ 0,10. A recomendação é de venda dos papéis da empresa de Eike Batista, cujos negócios estão sendo volatilizados pela crise. Jorjão Embaixador de Minas em Brasília, Jorge Ferreira, o Jorjão, dono do restaurante Feitiço Mineiro, do Mercado Municipal e de outros bares em Brasília, teve sua morte cerebral decretada ontem. Grande empreendedor, era muito querido na cidade. |
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