terça-feira, 21 de maio de 2013

Fissuras na base

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 21/05/2013
 
Por mais que o Palácio do Planalto demonize o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), por sua atuação na votação da MP dos Portos, que foi aprovada a fórceps, a desorganização da base governista na Câmara é um fato mais abrangente. A coalizão vem se desestruturando progressivamente na Casa, desde a posse da presidente Dilma Rousseff.

Análise dos cientistas políticos Murilo Aragão e Cristiano Noronha, da Arko Advice, cuja equipe monitorou 52 votações nominais e abertas desde 2011, corrobora essa avaliação. No primeiro ano de seu governo, Dilma não foi derrotada em nenhuma das votações analisadas; no segundo ano, foram duas derrotas; e, neste início de 2013, já foram quatro.

A adesão dos deputados ao Planalto no primeiro ano do governo Dilma foi de 55,29%, caiu para 49,81% em 2012, e, agora, baixou para 43,53%. O Senado, porém, garante a governabilidade. No primeiro trimestre de 2011, houve 10 votações de interesse do governo, com apoio de 57,72%. No ano seguinte, caiu o número de votações – apenas seis –, mas aumentou a adesão ao Planalto: 61,72%. Neste ano, foram apenas duas votações, com apoio de 56,87%.

Socialistas

Na Câmara, o comportamento do PSB faz a diferença. O apoio da legenda atingiu, no primeiro trimestre deste ano, um dos níveis mais baixos entre os partidos da base (26,92%). A queda coincide com a movimentação do presidente da legenda, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para viabilizar sua candidatura à presidência da República em 2014, registra o levantamento.

 Diálogo

 Apesar da vitória do governo na MP nº 595/12, que criou um novo marco regulatório para o setor portuário, é generalizada a crítica entre os integrantes da base à falta de diálogo do Executivo com seus parlamentares. O Congresso Nacional é o escoadouro natural das insatisfações da sociedade. Na MP dos Portos, a maioria dos setores impactados reclamou da condução dada pelo governo ao assunto.

Prestígio

Quem quiser que se iluda, mas a presidente Dilma Rousseff não vai mexer no seu dispositivo político palaciano antes das eleições. Ou seja, está satisfeita com o desempenho da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que não servem a dois senhores. Dilma quer mudança é na liderança do PMDB, ocupada por seu maior desafeto no momento, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Cortes

O Ministério da Fazenda está finalizando os cortes no Orçamento da União de 2013. O contingenciamento pode chegar a R$ 35 bilhões


Mama África//

 A presidente Dilma Rousseff confirmou a sua participação na XXI Sessão Ordinária da Assembleia da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia, nos dias 26 e 27 de maio. Será sua terceira viagem à África este ano.

Fisco

O Sindifisco começa hoje uma campanha de esclarecimento sobre o projeto de lei que corrige a tabela do IRPF de 2015 a 2024. Entre 1996 e 2013, segundo seu presidente, Pedro Delarue, a defasagem chegou a 55,96% pelo INPC.


Impunidade/ Procuradores federais e estaduais contrários à aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 37, encabeçado pelo Conselho Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), lançam hoje, na CCJ do Senado, o livro Brasil Contra a Impunidade. A PEC da Impunidade tira o poder de investigação do Ministério Público.

Miudinho/ O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, vai hoje ao Senado falar sobre a política monetária. A reunião do Copom, no BC, para decidir sobre a taxa básica de juros está marcada para a próxima semana.

Ferrovias/ A ANPTrilhos, entidade dos transportadores de passageiros sobre trilhos, apresentará amanhã ao Congresso cinco projetos para ampliar os investimentos no transporte de passageiros por trens e metrôs.

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