Safra em risco

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo 
Correio Braziliense - 03/03/2013

Prestes a colher a maior safra de grãos e oleaginosas, estimada em 185 milhões de toneladas, os produtores brasileiros temem por prejuízos com rodovias, ferrovias e hidrovias em situação precária; armazéns insuficientes e portos estrangulados, o que compromete a exportação recorde de milho e soja. Segundo o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), na última semana, o valor do frete rodoviário de produtos agrícolas subiu entre 20% e 70%, dependendo da região.

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O Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária estima que, no estado, a variação do preço do frete em 2013 possa crescer mais de 35% na comparação com o registrado no ano passado. Especialistas em agronegócio chegam a estimar que o custo do frete rodoviário pode atingir 40% do valor da produção de soja.

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"A precariedade para a movimentação da safra soma-se à falta de estrutura adequada para a estocagem", adverte Jardim. Segundo o parlamentar, os armazéns públicos e privados apresentam um deficit de 45 milhões de toneladas. "O país tem silos para estocar apenas 72% da safra de milho e soja, contra 133% da capacidade dos Estados Unidos", compara. Gargalo Depois de colhida, armazenada e movimentada, a safra de soja e milho destinada à exportação ainda enfrenta filas de duas a três vezes maiores do que há um ano para o embarque em Santos e em Paranaguá. São 18 milhões de toneladas a mais.

Pra frente

No Palácio do Planalto, a ordem é não ficar olhando para o PIB de 2012, que cresceu 0,9% — abaixo da estimativa de 1,5%. A queda de 4% na taxa de investimento contribuiu para o mau resultado. A expectativa é de que o novo programa de concessões de portos, rodovias, ferrovias e aeroportos reverta a situação.

 Pra baixo... 

A oposição não deixou por menos. "Se o governo Dilma não optasse pelo irrealismo e pela autoenganação, o país talvez tivesse se livrado do mau resultado do PIB anunciado hoje (sexta) pelo IBGE", disparou o senador Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República. "Tempo perdido não se recupera", completou.

Na gozação

O líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho (RJ), assiste de camarote ao esperneio do PMDB do Rio de Janeiro com a candidatura do senador petista Lindbergh Farias (RJ) à sucessão do governador Sérgio Cabral. Para Garotinho (foto), que também pretende disputar o Palácio Guanabara, o vice-governador Luiz Fernando Pezão quer ganhar de W.O., ou seja, por falta de adversário.

Homofóbico

A deputada federal Erika Kokay, do PT-DF, criticou a indicação do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. "Pelas posturas que esse parlamentar tem defendido ao longo do mandato, nós corremos o risco de cair no obscurantismo e ferirmos a história da Comissão de Direitos Humanos e Minorias", afirma. Feliciano tem posições radicais contra a homossexualidade.

Crise à vista

A propósito, o PT convocou uma reunião de bancada para discutir a situação da Comissão de Direitos Humanos. O deputado Nilmário Miranda (PT-MG) cancelou reuniões em Ipatinga e Timóteo, no interior de Minas, para tratar do assunto já a partir de segunda-feira. A comissão sempre foi um reduto das associações ligadas aos direitos humanos e às minorias, mas agora será comandada por um pastor evangélico.

Fragata/ Com 142m de comprimento, a fragata francesa Aquitaine zarpa amanhã do Píer Mauá para uma operação conjunta com a Marinha brasileira. Possui oito mísseis antinavios Exocet, 16 mísseis antiaéreos Aster, 16 mísseis de cruzeiro naval, três canhões, quatro metralhadoras, 19 torpedos e helicóptero de combate. A França quer vender a fragata para o Brasil, que precisa renovar a armada.

Paulistas/ O governador Geraldo Alckmin resolveu reabrir o escritório do governo de São Paulo em Brasília. Será chefiado pelo economista Silvano Gianni, que foi secretário executivo da Casa Civil no governo Fernando Henrique Cardoso.