sábado, 9 de março de 2013

Maracanã de problemas

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 09/03/2013
 

Quanto mais ele reza, mais assombração aparece para o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Depois do duro revés da derrubada dos vetos à lei dos royalties do petróleo, corre o risco de não concluir as obras do estádio do Maracanã até a Copa das Confederações, dentro das exigências da Fifa.

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O atraso nas obras é dramático e foi agravado pelo alagamento do estádio, localizado às margens do rio que lhe empresta o nome, em consequência das recentes chuvas que desabaram no Rio de Janeiro. O cronograma das obras já estava fora de controle. Essa conta foi parar no colo do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que cuidava da obra, mas deixou em segundo plano os afazeres administrativos para se dedicar à consolidação de sua própria candidatura à sucessão de Cabral.

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Para poupar Pezão de mais desgastes, Cabral encarregou o secretário da Casa Civil, Régis Fitchner, de cuidar do assunto. “Não temos um cronograma fácil, mas o Maracanã estará pronto para receber eventos-teste no dia 27 de abril”, garantiu Fitchner.



Alagamentos

O gramado do Maracanã fica a apenas 50 cm do lençol freático. O sistema de drenagem é por gravidade, e não a vácuo, como determinava a Fifa. A decisão de não atender a exigência foi tomada porque a Copa de 2014 será no inverno, e não na época das chuvas de verão. As obras de drenagem dos afluentes do Rio Maracanã — os córregos Trapicheiro e Joana — e dos piscinões que vão evitar enchentes na região também estão muito atrasadas.


Peões

Trabalham nas obras do Maracanã
6 mil pessoas

Desgaste

A propósito, Renan Calheiros está mais interessado na reeleição para o comando do Senado em 2015 — legalmente possível devido à mudança de legislatura — do que no governo de Alagoas, uma antiga ambição. Acredita que até lá reverterá o atual desgaste político junto à opinião pública. Segundo pesquisa do Instituto Ibope, 74% dos brasileiros ouvidos querem o afastamento dele da presidência do Senado.
Rifado

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) negocia com o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), uma candidatura de consenso para a sucessão do tucano. O candidato natural seria o vice Thomaz Nonô, do DEM, mas o nome de bom trânsito entre os dois é o do cirurgião José Alberto Vanderlei (PMDB), vice de Teotônio no primeiro mandato.
 Tarefa
O vice-presidente Michel Temer ficou com a responsabilidade de administrar a situação do Ministério da Agricultura. O deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS), titular da pasta, convalesce de cirurgia no cérebro e deve se afastar do cargo. A presidente Dilma Rousseff, que não quer exonerá-lo, encarregou Temer de convencê-lo a pedir para sair.

Otimismo/
 O ministro da Fazenda, Guido Mantega, convenceu as lideranças das confederações empresariais de que a economia vai reagir positivamente aos estímulos do governo. Prevê 3,5% de crescimento para a indústria e 4% para a agricultura.

Portos/ Os portuários vão à greve para acelerar as negociações em torno da Medida Provisória Nº 595, que altera o regime de administração e operação dos terminais no país, com impacto no regime de contratação de mão de obra. Prometem parar no próximo dia 19.

Advogados/
 A convite do novo presidente nacional da OAB, Marcos Vinícius Coêlho, Cézar Britto (que também já presidiu a Ordem) vai coordenar a campanha em defesa da realização imediata da reforma política. Britto lançou ontem seu romance Um lugar Longe do Mundo, na livraria do CCBB, em Brasília.

Quebrados// 

Campos, Macaé e Rio das Ostras serão os primeiros municípios fluminenses a entrar em colapso por causa da mudança na lei dos royalties. Inchados pelo impacto da exploração de petróleo, não vão suportar a queda de receita.

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