Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 02/02/2013 |
Como já era esperado, o Senado elegeu ontem, com 56 votos, o senador Renan Calheros (PMDB-AL) como presidente da Casa e do Congresso Nacional. Dois votos a menos do que esperava, mas um resultado mais vantajoso do que previra a oposição: o senador Pedro Taques (PDT-MT), seu adversário, obteve apenas 18 dos 25 votos com que contava. Dois senadores votaram em branco e dois votaram nulo. » » Todas as suspeitas de traição convergiram para a bancada do PSDB, que na última hora aderiu à candidatura de Taques. Pouco antes da votação, para quem quisesse ouvir, o novo líder do PMDB na Casa, Eunício de Oliveira (PMDB-CE), dizia que o PSDB somente manteria a primeira- secretaria do Senado se os sete integrantes que haviam se comprometido com Renan votassem, de fato, a favor da candidatura do peemedebista. » » Após a eleição, durante a sessão destinada a escolher os demais membros da Mesa, Renan pediu aos líderes dos partidos que entrassem em acordo para a indicação dos nomes. O PSDB indicou o senador Flexa Ribeiro (PA) para a primeira-secretaria. Não houve contestação. Ele vai administrar o Orçamento do Senado: R$ 3,5 bilhões. Poderes Presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL) é o terceiro na linha de sucessão da presidente Dilma Rousseff, atrás apenas do vice-presidente da República e do presidente da Câmara dos Deputados. Renan comandará sessões de votação, definirá as pautas do plenário do Senado e do Congresso, além de convocar votações extraordinárias e dar posse aos senadores. Legião O presidente do Senado também preside a Mesa Diretora, que comanda as atividades da Casa, com mais de 6,4 mil funcionários Balanço O senador Aécio Neves, do PSDB-MG, avaliou como positiva a decisão da bancada do PSDB de apoiar a renovação da presidência do Senado Federal, com a candidatura do senador Pedro Taques (PDT/MT). "O PSDB foi no caminho da preservação da instituição. Não podemos ter o Poder Legislativo, em especial o Senado da República, sob questionamentos, seja do ponto de vista ético ou também da subordinação excessiva que temos tido em relação ao Poder Executivo", disse. Cotovelada O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) acumulará a liderança do PMDB e da Maioria com o apoio do Palácio do Planalto, que não queria Romero Jucá, do PMDB-RR, no segundo cargo. Poderia ofuscar o líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM). Jucá foi líder de três presidentes da República: Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff. Pleiteava a liderança da maioria com apoio do ex-presidente José Sarney. Agora vai ocupar um dos cargos da Mesa. Com apoio de Renan Calheiros, é o relator do Orçamento da União de 2013. Na base// O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) assumiu a liderança do PR na Câmara, por aclamação. Afirmou que o partido precisa de uma definição sobre apoiar ou não a gestão da presidente Dilma Rousseff e que vai trabalhar para que o partido volte a integrar a base do governo. O PR é a quinta maior bancada, com 37 deputados. Em bloco O PSB se vangloria de ser o único partido que se pronunciou de forma unânime a favor de Pedro Taques. Seus quatros senadores – Lídice da Mata (BA), Antônio Carlos Valadares (SE), João Capiberibe (AP) e Rodrigo Rollemberg (DF) – subiram à tribuna pouco antes da votação para falar da importância da candidatura para a imagem e o fortalecimento do Congresso Nacional. Estado crítico É grave o estado de saúde do ex-ministro Fernando Lyra, internado na Unidade Coronária do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo(Incor). Está sedado, sob cuidados intensivos e com necessidade de auxílio respiratório mecânico. Internado desde 5 de janeiro, para tratamento de insuficiência cardíaca congestiva grave (que o acomete há aproximadamente 20 anos), tem infecção sistêmica e insuficiência renal aguda. Oposição/ Também apoiaram a candidatura Pedro Taques (PDT-MT), os senadores Pedro Simon (PMDB/RS), Jarbas Vasconcelos (PMDB/PE), Ana Amélia (PP-RS) e Cristovam Buarque (PDT/DF). Sabático/ O cientista político Lucas de Aragão, da Arko Advice, empresa de análise política e comunicação estratégica de Brasília, coordenará, de Nova York, o atendimento dos clientes da empresa no exterior. |
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