Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 22/08/2012 |
As eleições em São Paulo viraram uma espécie de roleta russa. O
favoritismo do candidato tucano José Serra foi volatilizado na
pré-campanha. Serra não para de cair nas pesquisas de opinião — o que
aumenta é a sua rejeição. Celso Russomanno (PRB), com 31% das intenções
de voto, 4 pontos a mais do que Serra (27%), cresce continuamente
desde o ano passado, segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem, apesar
das previsões em contrário. Em contrapartida, a rejeição de Serra
subiu para 38%.
» » » Isso significa que a prefeitura de São Paulo esteja no papo de Russomanno? Claro que não. O candidato do PRB chegou à posição que já foi ocupada pelo tucano. Nada impede que caia após o horário eleitoral ou que Serra se recupere (salvo se a sua rejeição continuar subindo). Mas os marqueteiros de plantão só têm uma explicação para o fenômeno: a polarização entre tucanos e petistas cansou os eleitores paulistanos. » » » Na disputa pela terceira colocação, há quatro candidatos em empate técnico (a diferença entre eles está na margem de erro de 3% da pesquisa). O petista Fernando Haddad tem 8%; Gabriel Chalita (PMDB) está com 6%; Soninha Francine (PPS), 5%; e Paulinho da Força (PDT), 4%. Por terem mais tempo de televisão que Russomanno, Haddad e Chalita — ou um dos dois — podem começar a crescer e a provocar novo realinhamento de forças. A conferir. Fantasma O fantasma das eleições de 2008 ronda o PSDB paulista. Naquele ano, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), então candidato a prefeito, ficou fora do segundo turno. A disputa foi entre o prefeito Gilberto Kassab (PSD), apoiado por baixo dos panos pelo então governador, José Serra (PSDB), e a senadora Marta Suplicy (PT). Agora, Serra está no sufoco para garantir uma vaga no segundo turno. É uma espécie de efeito Orloff. Âncora A candidatura de Serra está colada à imagem do prefeito Gilberto Kassab, cuja avaliação é negativa. Dificilmente o tucano conseguirá se desvincular da atual administração paulista, que funciona como uma âncora de sua campanha. E puxa Serra para baixo. Mordomo O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal (PSDB), derrotado por José Serra nas prévias da legenda, virou o mordomo dos infortúnios do tucano. É o suspeito de toda a defecção que ocorre na campanha tucana, mesmo quando está viajando. Televisão A desvantagem estratégica de Celso Russomanno na disputa pela prefeitura de São Paulo é o tempo de televisão: ele tem 2min11s. Serra e Haddad terão exposição, cada um, de 7min39s Apelo// A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, pediu ontem à base aliada, durante reunião no Palácio do Planalto, prioridade na votação da Medida Provisória 565, que destina recursos para os atingidos pela seca. A MP aumenta de R$ 300 para R$ 400 o valor do Auxílio Emergencial. Funcionou. Chutou o balde Candidatíssimo ao governo do Rio de Janeiro, o senador petista Lindbergh Farias já não poupa críticas ao governador Sérgio Cabral (PMDB): "Aqui há um Robin Hood às avessas. Sinceramente, tem gente que acha que o Rio de Janeiro é Zona Sul e Barra da Tijuca. Eu acho muito bacana as UPPs na Zona Sul, mas tem que ir para a Baixada Fluminense, tem que ir para São Gonçalo. A água que abastece o Rio sai da Baixada, mas falta água em 40% da Baixada. Não é exagero, vai para Caxias: falta água em tudo que é lugar". Mão de ferro O futuro corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Francisco Falcão, do STJ, que substituirá a ministra Eliana Calmon, teve o decreto de nomeação, assinado pela presidente Dilma Rousseff, publicado no Diário Oficial da União. Ele permanecerá no cargo pelos próximos dois anos. Falcão afirmou que atuará com "mão de ferro", mas apenas quando as corregedorias locais não punirem magistrados acusados de irregularidades. É filho de Djaci Falcão, paraibano de Monteiro, que exerceu todos os cargos da magistratura brasileira — de juiz em Serrita (PE) a presidente do Supremo Tribunal Federal. Catarata/ A presidente Dilma Rousseff participará do mutirão de cirurgia de catarata promovido pelo projeto Saúde em Movimento, do governo da Bahia, na sexta-feira, no município de Serrinha (BA), ao lado do governador Jaques Wagner (PT). O programa já realizou 318.040 consultas oftalmológicas e 83.176 cirurgias de catarata. Troco/ O prefeito de Recife, João da Costa (PT), prepara o terreno para dar o troco na cúpula petista e cristianizar o senador Humberto Costa (PT), que não está defendendo a sua gestão. Por hora, só faz campanha para os vereadores que ficaram do seu lado na luta interna. Crise/ A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) participa hoje, em Buenos Aires, de reunião para discutir os efeitos da crise econômica europeia nos países da América Latina. A parlamentar será uma das representantes do PT no encontro dos partidos progressistas promovido pela Fundação Friedrich Ebert. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário