Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 02/08/2012 |
A ordem do dia da Câmara foi cancelada no fim da tarde de ontem por
falta de entendimento entre governo e oposição para votar três medidas
provisórias. Os líderes do PSDB, Bruno Araújo (PE), e do PT, Jilmar
Tatto (SP), cobram do Palácio do Planalto o cumprimento do acordo que
permitiu a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e do
Programa Brasil Maior antes do recesso.
... O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), pressionado pelos líderes da Casa, pedirá à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para liberar os restos a pagar dos municípios, as emendas parlamentares de cada deputado da oposição, no valor de R$ 1,5 milhão, e mais R$ 1 milhão em verbas para a Saúde. Esse é o compromisso assumido pelo governo com a Câmara. ... Por essa razão, a base governista não se mobilizou para garantir o quórum; e a oposição entrou em obstrução. A análise das medidas provisórias do pacote contra a seca, que seriam votadas hoje, foi adiada para a próxima semana. A maioria dos deputados que estavam em Brasília ontem já voltou para os seus estados. O assunto da semana em Brasília é outro: o julgamento do mensalão, que começa hoje no Supremo Tribunal Federal (STF). Recurso A propósito, no fim da tarde de ontem, repercutiu muito na Câmara a notícia de que o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu os efeitos da decisão que considerou regular o contrato entre o Banco do Brasil e a agência de publicidade mineira DNA, de Marcos Valério, um dos 38 réus no processo do mensalão. O contrato havia sido aprovado com base em parecer da ministra Ana Arraes, mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Balanço Apesar da desmobilização da sua base, que deve aumentar com a intensificação da campanha eleitoral, o governo não tem do que se queixar em relação ao Congresso. Levantamento divulgado ontem pela Arko Advice, feito pelos cientistas políticos Murilo de Aragão e Cristiano Noronha, mostra que a presidente Dilma Rousseff, até hoje, sofreu uma única derrota na Câmara, na votação do Código Florestal. Recado Já no Senado, presidido por José Sarney e controlado pelo partido dele, o PMDB, a única derrota de Dilma Rousseff foi um recado dos caciques peemedebistas em votação secreta: a rejeição de Bernardo Figueiredo para o cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Nas votações abertas, o governo aprovou tudo, inclusive o Código Florestal. A força O apoio médio à presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados desde sua posse foi de 54,47%. Percentual menor do que o obtido pelo presidente Lula em seu primeiro mandato, mas maior do que o do segundo. No Senado, a média foi de 58,49%, quase 10 pontos percentuais a mais do que a do ex-presidente Lula no segundo mandato (48,66%). A base Considerando apenas as legendas mais expressivas da base (partidos com representantes em cargos de primeiro escalão), o PT é a legenda mais fiel ao governo, com índice de adesão de 73,03%. Em segundo lugar aparece o PCdoB, com 66,41%, seguido do PSB (66,04%). O PMDB apresenta 61,71% de fidelidade. O PR é o menos fiel: 52,38%. Governista O PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, apresenta percentual de apoio ao governo de 60,52%. Mandatos/ A eleição de 2014 terá no comando do Tribunal Superior Eleitoral o ministro Dias Toffoli. Farão parte ainda da composição do TSE os ministros Gilmar Mendes, na vice-presidência, e Luiz Fux. Marco Aurélio, que substituirá a ministra Cármen Lúcia na presidência da Corte em novembro do próximo ano, ficará no comando da Justiça Eleitoral até 14 de maio de 2014. Resultado/ A judoca Sarah Menezes recebeu mensagem de parabéns do comandante Júlio Moura Neto, em nome da Marinha, pela medalha de ouro conquistada em Londres. A atleta tem a graduação de marinheiro desde 2009. Ela foi beneficiada pelo Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, criado pelo Ministério da Defesa em parceria com o Ministério do Esporte. Estresse/A pressão da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, sobre os principais executivos da estatal não para de subir. A eficiência operacional dos campos da Bacia de Campos está abaixo da crítica. O custo de modernização das plataformas está estimado em R$ 11,2 bilhões. |
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