segunda-feira, 9 de julho de 2012

Acordo rasgado

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 07/07/2012
 
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pôs seu poder de mando à prova no PSD ao intervir na legenda em Belo Horizonte e determinar, contra a vontade das bases municipais, que a mesma apoie a candidatura petista do ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias. O sinal da rebelião mineira foi dado pelo vice-presidente nacional do PSD, o ex-deputado Roberto Brant, para quem Kassab "corre o risco de implodir o partido".

Tanto que o PSD registrou duas coligações, uma da convenção e outra da intervenção, e o caso acabará na Justiça. A aliança com o prefeito da capital mineira, Marcio Lacerda (PSB), não teria provocado maiores ruídos se a legenda não houvesse conquistado o tempo de televisão e os recursos do Fundo Partidário proporcionais à bancada federal. Brant é aliado do governador Antonio Anastasia (PSDB) e do senador Aécio Neves (PSDB), sem o apoio dos quais Kassab não teria conseguido estruturar a legenda no estado com o mesmo sucesso.

Pelo Brasil afora, o PSD foi viabilizado com a "mãozinha" de um governador aqui e de outro ali, pois Kassab era uma liderança regional. Na avaliação de alguns de seus caciques, a legenda não teria protagonismo nas eleições municipais porque dependeria de coligações, como em São Paulo, para viabilizar sua chapa de vereadores. Com a conquista do tempo de televisão, a situação mudou. Porém, um velho acordo está sendo rasgado.

Azeitona

Kassab fez a intervenção em Belo Horizonte a pedido do presidente Dilma Rousseff, mas o ex-governador José Serra, candidato do PSDB em São Paulo, não moveu uma palha em sentido contrário. Ambos não querem pôr azeitona na empada do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que se tornou o esteio da reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB).

Quem é ele?

O candidato do PSB à prefeitura de Recife, Geraldo Júlio, ainda é um ilustre desconhecido na periferia do Recife. A constatação preocupa a ampla coalizão que o apoia desde a visita ao Bode, Zona Sul do Recife, na quinta-feira, quando foi à rua sem a companhia do governador, Eduardo Campos, do PSB.

Mui amiga//

A presidente Cristina Kirchner restringiu ontem a compra do real e outras moedas estrangeiras em todo o território argentino, segundo anunciaram o Banco Central e a Administração Federal de Ingressos Públicos (a Receita deles). Por essa e outras, a deterioração das relações comerciais entre Brasil e Argentina segue de vento em popa.

Alguém blefa

O líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo, de Pernambuco, pagou para ver: quer estabelecer um vínculo entre o ex-presidente da Valec José Francisco das Neves, o Juquinha, preso pela Polícia Federal na Operação Trem Pagador, e o ex-diretor do Dnit Luiz Antônio Pagot, "que terá a oportunidade que pediu para esclarecer o esquema de captação de recursos para campanha eleitoral implantado no departamento durante o governo petista", disse. Pagot foi convocado por insistência dos petistas.

Mulher não entra

A Marinha abriu concurso público para aprendiz-marinheiro, mas só aceita candidatos do sexo masculino. São 2.200 vagas

Coxinha

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário de Mato Grosso do Sul (Sindjus-MS), Dionyzio Avalhaes, pretende contestar no Conselho Nacional de Justiça o auxílio-alimentação que começou a ser pago a 171 juízes do estado. "Em cálculos grosseiros, tomando como base o salário médio de R$ 20 mil de um juiz, são R$ 1 mil por mês do vale-caviar. Retroagindo a 2004, cada juiz receberá por pelo menos oito anos cerca de R$ 96 mil, sem falar em correção", argumenta. O vale-coxinha dos servidores é de R$ 392,70.

Anunciada/ Eram previsíveis os incidentes de ontem no Rio de Janeiro, quando a presidente Dilma Rousseff foi vaiada nos eventos dos quais participou em companhia do prefeito Eduardo Paes (PMDB). Estudantes, professores e médicos de instituições federais estão em greve e fazem campanha aberta para o candidato do PSol, o deputado estadual Marcelo Freixo, que já havia criticado a presença do prefeito nos eventos do governo federal.

Não gostou/ Dilma Rousseff minimizou o incidente ("nós vivemos numa democracia"), mas não gostou do que aconteceu. O prefeito Eduardo Paes não garantiu o sucesso do evento. A equipe precursora da Presidência não previu o que estava por ocorrer.

Azebudsman/ O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, nega que esteja empenhado em derrubar os 10% do Produto Interno Bruto para o setor, como publicou a coluna de quinta-feira, na nota intitulada Corre atrás. Explica que seu esforço visa garantir uma fonte de recursos viável para a Educação, que seriam os royaltes do pré-sal. O ministro já esteve com 11 senadores para tratar do assunto.

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