Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 20/06/2012 |
Durou menos de 48 horas a chapa montada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para levar o ex-ministro da Educação Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo. A deputada Luiza Erundina, ex-prefeita da cidade, indicada pelo PSB, não suportou ver a foto de Lula e seu companheiro de chapa sorridentes na casa do ex-prefeito Paulo Maluf, seu maior desafeto na política, para lhe agradecer o apoio do PP.
» » » Essa é a terceira grande barbeiragem de Lula na condução da política do PT na capital paulista. A primeira foi a forma como afastou a senadora Marta Suplicy (PT) da disputa pela vaga de candidata petista, embora as pesquisas mostrassem que ela largaria em igualdade de condições com o tucano José Serra. A segunda foi apostar na aliança com o prefeito Gilberto Kassab (PSD), que vai de vento em popa no interior paulista, mas micou na capital. Tão logo Serra anunciou que seria candidato, Kassab pulou do barco petista para o tucano. » » » Assim como minimiza a importância de Marta Suplicy na campanha, a cúpula petista não vai rezar uma missa pela saída de Erundina. Considera mais importante somar os tempos de televisão do PSB, que abriu mão de indicar outro nome para a chapa, e do PP, que pode até emplacar alguém na vice. Nos cálculos de Lula, sua própria presença nos palanques funcionaria como uma espécie de teflon para neutralizar a rejeição do eleitorado tradicional do PT à presença de Paulo Maluf na campanha. As pesquisas é que dirão. Sangue frio O tucanato paulista tenta manter o sangue frio com o resultado da pesquisa Datafolha que mostra José Serra estacionado nos 30% de intenção de votos. Avalia que o resultado é muito bom, diante do número de candidatos. Se a eleição fosse polarizada por dois candidatos, aí sim, seria preocupante. Imaginam que os votos antipetistas de Celso Russomano (PRB) e de Soninha Francine (PPS), com 21% e 8%, respectivamente, migrariam por gravidade para Serra no segundo turno. Também a conferir. Selvagens// Os índios viraram uma atração à parte na Rio+20. Incentivados pelos ambientalistas, assumiram a vanguarda dos protestos no centro do Rio de Janeiro, onde fica a sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financia as obras de construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Xingu. Royalties O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (foto), do PT-RS, quer pôr em votação o relatório do deputados Carlos Zarattini (PT-SP) sobre os royalties de petróleo até 17 de julho, quando começa o recesso parlamentar. As bancadas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, que estão isoladas, tentam evitar a votação. Não há acordo possível com os deputados capixabas e fluminenses sobre o assunto, pois a maioria no Congresso quer que todos os estados e municípios tenham direito aos royalties graças à redução da participação especial dos dois estados. Aumentos O Ministério do Planejamento pretende tratar de forma diferenciada os professores universitários e os militares, que terão reajustes maiores do que os demais servidores. O percentual está sendo negociado com o Ministério da Fazenda, mas quem vai bater o martelo é a presidente Dilma Rousseff, até a próxima semana. Greves Com medo de perder o controle sobre os sindicatos de servidores, o PT aderiu à greve dos servidores federais, à reboque dos sindicalistas ligados ao PSol, PSTU e PCO. Põem a culpa do impasse nas negociações com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que joga duro com os sindicatos para conter a elevação do gasto com pessoal. Anistia Em baixa no Palácio do Planalto desde quando foi desautorizado pelo porta-voz da Presidência — e acusado de "frouxo" pelos ruralistas por não ter pedido demissão —, o Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, prepara uma espécie de anistia para os produtores endividados. A ideia é criar uma linha de financiamento no Banco do Brasil para rolar o calote. A propósito, a bancada ruralista quer baixar os juros dos créditos oficiais dos 6,75% atuais para 4,5%. A agricultura familiar teria os juros reduzidos de 4,5% para 3%. Cadastro/ O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já tem quase pronto o decreto que vai regulamentar o Cadastro Positivo. Criado no ano passado, faz parte do cardápio de medidas adotadas pelo governo para estimular o consumo. A implantação do cadastro depende também de uma resolução do Conselho Monetário Nacional para enquadrar os bancos. Audiência/ O CNJ promove hoje audiência pública para discutir a cessão de procuradores federais para atuar em gabinetes de ministros e desembargadores. A discussão no CNJ foi provocada pela OAB-RJ, cujo presidente, Wadih Damous, considera o desvio de função uma quebra de imparcialidade. Biomas/ A Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos) da UnB está bombando na Rio+20 com a exposição Biomas Brasileiros. O projeto foi selecionado pela Unesco em agosto de 2011 e retrata os diversos biomas nacionais: amazônia, mata atlântica, cerrado, pantanal, caatinga, pampas e ambientes costeiros. |
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