Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 14/06/2012 |
O saldo do depoimento do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), na CPI mista do caso Cachoeira, ontem, depois de dez horas, foi a quebra dos seus sigilos bancário, fiscal e telefônico e os do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Constrangido, tão logo Agnelo anunciou que abriria mão dos próprios sigilos, Marconi ligou para a CPI anunciado que adotaria o mesmo procedimento.
» » » Na véspera, a oposição havia protestado quando o relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG), solicitou que Perillo adotasse esse procedimento. Agnelo surpreendeu a oposição e até mesmo os governistas pela forma como prestou esclarecimentos à comissão. Exaustivamente treinado por seus assessores (nas simulações respondeu a perguntas mais agressivas do que as feitas pelos integrantes da CPI), o governador do Distrito Federal aproveitou o depoimento para denunciar a existência de um grupo de arapongas em Brasília que chantageia autoridades e que supostamente conspira para derrubá-lo do cargo em conluio com políticos de oposição. » » » Fez a denúncia ao responder a questionamento do tucano Fernando Francischini (PR), que supostamente teria sido grampeado por ordem de um coronel da Polícia Militar ligado ao Palácio do Buriti, a sede do GDF. Agnelo tirou de letra as perguntas feitas pelo relator Odair Cunha. Quando pressionado, foi firme também nas respostas à oposição, inclusive quando pressionado sobre a compra de sua casa em Brasília. Rebarba As quebras dos sigilos bancários dos governadores de Goiás, Marconi Perillo, e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que devem ser formalizadas hoje na reunião administrativa da CPI, motivaram a oposição a voltar à carga contra o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB, por causa de sua relação de amizade com o empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta. A proposta foi apresentada pelo senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP), para quem "Cabral deveria seguir o mesmo exemplo dos outros dois colegas". Documentos// O Senado aprovou ontem o projeto de lei que regulamenta a digitalização e o armazenamento em meio eletrônico de documentos públicos e privados. De autoria da ex-deputada petista Angela Guadagnin (SP), ele foi relatado pelo senador tucano Aloysio Nunes Ferreira, ambos paulistas. Segue agora para a sanção presidencial. Não dói/ O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) só faltou propor um pacto de não agressão entre tucanos e petistas. Ao avaliar o depoimento de Agnelo Queiroz (PT) comparou seu desempenho ao de Marconi Perillo (PSDB), dando-se por satisfeito com o chumbo trocado. Jamegão/ Onyx Lorenzoni (DEM-RS) comemorou como uma vitória particular o fato de o governador do Distrito Federal ter assinado documento autorizando a quebra de seus sigilos. "Exigi que ele assinasse a autorização da quebra de sigilo hoje, exatamente para evitar que houvesse uma manobra e ficasse apenas uma propaganda enganosa", explicou. Quem ganha/ O petista Cândido Vaccarezza (SP) comemorava o fato de Marconi Perillo ter colocado os sigilos à disposição da CPI. "Ele não teve alternativa, vamos ver o que vai acontecer quando as informações chegarem à CPI." Para o petista, Perillo blefou ao exibir os extratos bancários durante seu depoimento. Familiares/ Rubens Bueno (PPS-PR) defendeu que a CPI do Cachoeira quebre os sigilos bancário e fiscal de familiares de Agnelo Queiroz. Segundo o parlamentar, as explicações do governador sobre sua casa não foram satisfatórias. Agnelo também pôs à disposição da CPI o sigilo fiscal de sua esposa. Aprovados/ A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou ontem a indicação da advogada Ana Frazão e do economista Eduardo Pontual para o Conselho Administrativo de defesa Econômica (Cade) e do matemático Luiz Edson Feltrin para a diretoria do Banco Central (BC). Calma aí O senador Armando Monteiro, do PTB-PE, avalia que ainda é muito cedo para a frente encabeçada pelo governador Eduardo Campos (PSB) lançar uma candidatura própria por causa do racha no PT. "É preciso ver como o senador Humberto Costa (PT-PE) vai lidar com a resistência do prefeito João Costa (PT)", argumenta. A reeleição do prefeito foi vetada pela cúpula do PT, que optou por lançar a candidatura do senador petista. Aterros Presidente da Comissão de Constituição e Justiça do senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) apresentou projeto que cria o Fundo Nacional de Aterros Sanitários (FNAS). Propõe que o Orçamento Geral da União separe, por um período de 10 anos, com a finalidade de financiar a criação de aterros sanitários em todo o Brasil, o valor de R$ 800 milhões por ano. Liderança O senador Aécio Neves cobrou ontem um papel de mais liderança do Brasil na Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, iniciada ontem no Rio de Janeiro. "O fato de não termos conseguido dar um fecho no Código Florestal é uma sinalização ruim que o Brasil dá para as outras partes do mundo", criticou. "Espero que o Brasil tenha uma posição mais ousada do que apenas de ser o anfitrião do evento", afirmou o senador Aécio. |
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