quarta-feira, 27 de junho de 2012

A corda esticou

Brasília/DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense, 27/06/2012

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), esticou a corda com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O fato de lançar a candidatura de seu ex-secretário de Planejamento Geraldo Júlio (PSB) à Prefeitura do Recife já havia estressado a relação; a aliança com o ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), porém, transformou a tensão num cabo de guerra.

“O Lula vai lá no Recife fazer a campanha do Humberto Costa (PT). Guerra é guerra”, avisou o secretário de comunicação da Executiva do PT, André Vargas (PR), num diálogo com o deputado Sílvio Costa (PTB-PE), aliado de Campos. O petebista defende um chapão contra o PT e minimiza a influência do ex-presidente da República num confronto local com o governador pernambucano.

Mas não é somente o PT que ficou baratinado com a articulação feita por Campos. O PSDB e o PPS também, pois articulavam uma candidatura única e o nome do deputado Raul Henry (PMDB-PE), que aderiu a Geraldo Júlio, era o mais cotado para encabeçar a frente de oposição. Por ora, Daniel Coelho (PSDB) e Raul Jungmann (PPS) mantêm suas candidaturas, além de Mendonça Filho (DEM).

No ataque

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do caso Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), partiu para um ataque frontal ao governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB. Após o depoimento do arquiteto Alexandre Milhomen, contratado por Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, para decorar a casa na qual ela moraria provisoriamente, o petista disse que “a história da casa é para negar a relação do governador com Carlos Cachoeira”.

Gravações

“Quem comprou a casa foi o senhor Carlos Cachoeira, os áudios mostram isso, e aqui o arquiteto disse que quem o contratou foi a senhora Andressa”, acusa Odair Cunha. Para o relator, gravações interceptadas pela Polícia Federal indicam que os serviços prestados pelo arquiteto foram contratados em maio de 2010, antes que ocorresse a negociação do imóvel. “Quem contratou o arquiteto foi o senhor Carlos Cachoeira.” A decoração vultuosa custou R$ 500 mil.

Reitores 

A deputada federal Erika Kokay, do PT-DF, apresentou ontem projeto de lei que formaliza o sistema de eleição paritária nas universidades federais. O modelo garante participação igualitária de 1/3 a professores, alunos e servidores na escolha do reitor. É adotado por 37 das 54 instituições públicas brasileiras, entre elas a UnB. A atual legislação, porém, prevê que o voto dos docentes tem peso de 70%, enquanto o dos demais grupos vale 15%. “Queremos mudar”, defende Erika.

Impeachment

Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o ex-presidente Collor de Mello saiu ontem em defesa do novo presidente do Paraguai, Federico Franco, do Partido Liberal Radical Autêntico, que assumiu o lugar do presidente deposto Fernando Lugo. Em discurso no plenário da Casa, disse que o impeachment seguiu rigorosamente os dispositivos da Constituição paraguaia. Collor de Mello renunciou ao mandato para evitar a aprovação de seu impeachment, em 1992.

Surpresa

Collor de Mello estranhou a atuação do Itamaraty e dos militares brasileiros no episódio. “Mantemos em Assunção uma embaixada bem equipada e uma missão militar eficiente. Na situação atual, parece que o governo brasileiro foi tomado de surpresa pela ação do Congresso paraguaio. Duas explicações são possíveis. Ou nossa representação não informou adequadamente (…) ou os centros de poder em Brasília não souberam tomar decisão (…).

Dançou/ O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), marcou para 4 de junho a votação do pedido de cassação do senador Demóstenes Torres (GO), acusado de quebra de decoro parlamentar e da ética política. O relator é o senador Pedro Taques (PDT-MT), um dos mais ativos parlamentares da CPI do caso Cachoeira.

Ordem/ O presidente-fundador da Academia Brasileira de Direito Constitucional (Abdconst), Flávio Pansieri, criticou o projeto de lei de autoria do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que acaba com o Exame de Ordem para os bacharéis em direito que desejam se tornar advogados. Segundo Pansieri, o fim da obrigatoriedade do exame é inconstitucional.

Grifes/ A CPI do Trabalho Escravo convocou as marcas Zara, Pernambucanas, Collins, Marisa, C&A e Gregory para explicar a suposta presença de estrangeiros e a exploração de trabalho degradante em suas cadeias produtivas. Hoje, na Câmara dos Deputados.

Asma/ O Sistema Único de Saúde (SUS) está distribuindo gratuitamente, desde 4 de junho, três remédios para asma. Os medicamentos estão disponíveis nas 20 mil farmácias do programa Aqui Tem Farmácia Popular.

Um comentário:

  1. Jose Luiz Costa Pereira28 de junho de 2012 às 09:02

    O Zé Dirceu, deve estar pensando: seo o toffoli se considerar impedido no julgamento do mensalão, "Tofolido"

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