quarta-feira, 16 de maio de 2012

Quem ganha, quem perde

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 15/05/2012

A presidente Dilma Roussef reafirmou o caráter de continuidade em relação ao governo Lula com o lançamento do programa Brasil Carinhoso, cujo objetivo é atingir as crianças de até 6 anos com renda familiar per capita inferior a R$ 70, principalmente nas Regiões Norte e Nordeste. Anunciado em cadeia de rádio e televisão no Dia das Mães, é uma opção pelos mais pobres como ganhadores da política do governo federal.

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O programa reforça o Bolsa Família, mas tem dois pontos críticos: o acesso a creches e a cobertura de saúde. Educação e saúde vão pôr à prova a capacidade de governança da presidente da República. Dependerão da competência dos ministros Aloizio Mercadante e Alexandre Padilha, respectivamente, na execução de programas que demandam muita sinergia com estados e municípios.

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A presidente Dilma promove, porém, uma mudança de paradigma em relação ao governo Lula ao eleger os bancos privados como grandes perdedores da sua política econômica, forçando-os a reduzir os juros e, assim, baixar a própria taxa de lucro. Se for bem-sucedida, poderá manter os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que anda meio devagar, e avançar na luta para erradicar a miséria, prioridade de seu mandato. O que pode pôr tudo a perder? A inflação: se voltar a subir, vai tirar com uma das mãos o que o governo colocar com a outra na bolsa dos mais pobres.

Lucros
O economista da UFRJ Reinaldo Gonçalves, em artigo na Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, pôs mais lenha na fogueira na qual ardem os bancos privados: a rentabilidade das 500 maiores empresas industriais foi de 11% ao ano, enquanto a rentabilidade lucro/patrimônio líquido dos 50 maiores bancos no Brasil, entre 2003 e 2010, foi de 17,5% ao ano


Prefeitos// Prefeitos do país inteiro desembarcaram hoje em Brasília. Retomam a campanha pela votação do projeto de distribuição igualitária dos royalties do petróleo. Também reclamam da regulamentação da Emenda 29, aprovada pelo Senado, determinando os gastos das administrações municipais com saúde. De quebra, protestarão contra o novo piso nacional do magistério.

Aliado
A presidente Dilma Rousseff comemora a vitória de François Hollande na França. Ganhou um aliado de peso na política internacional, depois de trombar com a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, e falar para as paredes na Casa Branca, nas duas viagens internacionais que fez. As eleições francesas reforçaram o discurso da diplomacia brasileira em relação à crise.

Desestabilização
A cúpula do Democratas saiu em defesa do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. E acusa o PT de tentar “desestabilizar as instituições democráticas do país” por meio de ataques ao Ministério Público. “O PT usa a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, que investiga possíveis ramificações de uma quadrilha em governos estaduais e federal, para desviar o foco de um crime já constatado por outras CPIs: o mensalão”, denuncia o senador Agripino Maia (RN), presidente dos DEM.

Na retranca
Os procuradores da República Daniel de Rezende e Lea Batista de Oliveira vão jogar na retranca durante o depoimento na CPI do Cachoeira. Não querem abrir a guarda para a anulação do processo contra o contraventor Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), além de outros envolvidos. Estão alinhados com o procurador-geral, Roberto Gurgel.

Acadêmico
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu o Prêmio Kluge de estudo das humanidades, concedido a cada dois anos pela Biblioteca do Congresso Americano. FHC pôs o Brasil no pequeno grupo de países com acadêmicos selecionados para o prêmio: França, Índia, China e Estados Unidos. É autor ou coautor de mais de 23 livros e de 116 artigos acadêmicos, além de outros destinados a um público mais amplo. O Prêmio Kluge será entregue em 10 de julho.

Reservas/ O governo espera remover ainda hoje mais um obstáculo à construção de hidreléticas. Os líderes da Câmara querem votar hoje a MP 558, que muda os limites de sete unidades federais de conservação, entre elas a Floresta Nacional do Tapajós, no Pará.

Cinema/
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, anuncia amanhã o novo programa de investimentos do governo no cinema nacional. Serão replicadas as quatro linhas de financiamento do Fundo Setorial do Audiovisual, para projetos de produção e distribuição de longas-metragens, e para a produção de séries de televisão nacionais.

Quartel/ O Exército pretende instalar um Batalhão de Infantaria em Ji-Paraná, em Rondônia. A área para a unidade militar já está sendo escolhida. Uma emenda do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), no valor de R$ 20,5 milhões, garantiu os recursos para a obra.

Copa/ O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, acompanhado do governador da Bahia, Jaques Wagner, visitará hoje a obra da Arena Fonte Nova. Preocupado com as críticas da Fifa aos atrasos nas obras, o ministro intensificou as viagens às cidades sedes para monitorar o andamento dos preparativos da Copa de 2014.

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