terça-feira, 3 de abril de 2012

A sucessão de Sarney

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 03/04/2012
 
O novo líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), não descarta a eleição do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), para a Presidência da Casa na sucessão de José Sarney (PMDB-AP), em 2013. Mas faz a ressalva de que isso deve ser uma "construção política". E também de que há outros nomes possíveis, entre os quais, o seu, é claro.

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Na verdade, desde a substituição de Romero Jucá (PMDB-RR) na liderança do governo, a hegemonia do grupo Sarney-Renan no Senado entrou em xeque. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), é, supostamente, a alternativa mais robusta na sucessão. Porém, não tem liderança entre os colegas de bancada e, na teoria, seria o candidato da presidente Dilma Rousseff e não, propriamente, de Sarney, que perderia o controle da pasta que hoje ele ocupa.

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Outros candidatos entraram na roda. O ministro da Previdência, Garibaldi Alves (PMDB-RN), já está em campanha. O presidente da poderosa Comissão de Constituição e Justiça, Eunício de Oliveira (PMDB-CE), é outro. E até mesmo Romero Jucá se posicionou na linha de largada da disputa. Ou seja, foi aberta a sucessão de Sarney. O problema é que o PMDB pode até perder o comando da Casa se a tal "construção política" não acontecer.

Surra// 

O governo anuncia hoje um pacote de desoneração da indústria com foco também na inovação tecnológica para melhorar a competitividade dos produtos brasileiros. A expectativa no mercado é grande. Ontem, a equipe econômica foi "espancada" pela presidente Dilma Rousseff para melhorar o projeto de restrição a produtos importados e redução da carga tributária.

Competitividade

As velhas câmaras setoriais estão de volta. A presidente Dilma instala hoje os conselhos de competitividade — com representantes do governo, das empresas e dos trabalhadores — dos seguintes setores: Petróleo e Gás; Naval; Automotivo; Complexo da Saúde; Defesa; Aeronáutica e Espacial; TICs/Complexo Eletroeletrônico; Bens de Capital; Mineração; Metalúrgica; Higiene Pessoal; Perfumaria e Cosméticos; Indústria Química; Celulose e Papel; Energias Renováveis; Construção Civil; Móveis, Calçados, Confecções e Joias; Agroindústria; Comércio; Serviços; e Serviços Logísticos.

Rocada

Cresce o disse me disse no Palácio do Planalto sobre novas mudanças no governo. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (foto), iria para a presidência da Itaipu Binacional. Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ocuparia o lugar. O senador Blairo Maggi (MT), representando o PR, substituiria o político mineiro.

Chicana

O lobby para anular a concessão do aeroporto de Viracopos ganhou força na Casa Civil, que acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para questionar a decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), contrária ao recurso de uma das empreiteiras derrotadas. Briga de cachorro grande, pode acabar em mais um escândalo.

Sem perdão

O presidente do DEM, senador José Agripino (RN), deu sinal verde à comissão disciplinar da legenda para expulsar o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). O prazo dado para que ele apresente sua defesa é apenas uma formalidade. Segundo a cúpula do DEM, ele não tem como se explicar de forma convincente sobre as relações com o contraventor Carlos Cachoeira.

Quatro por um

A oposição no Recife resolveu lançar vários candidatos para levar a eleição para a prefeitura da capital de Pernambuco ao segundo turno. São eles: Mendonça Filho (DEM), Raul Jungmann (PPS), Daniel Coelho (PSDB) e, agora, Raul Henry (PMDB). Quem está gostando é o governador Eduardo Campos, do PSB, que torce pela candidatura do ex-deputado petista Maurício Rands. O prefeito João da Costa (PT), que pleiteia a reeleição, virou estorvo para a cúpula do PT.

Nem aí

O alto valor da verba indenizatória recebida pelos deputados estaduais do Amapá é um escândalo. Mesmo assim, o presidente da Assembleia Legislativa, Moisés Souza (PSC), se recusa a tratar do assunto. Cada um dos 24 deputados recebe até R$ 100 mil mensais

Imposto/ A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado deve votar ainda hoje o projeto que uniformiza as alíquotas do ICMS nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados do
exterior. O governo tem pressa e quer aprovar a mudança até o fim do mês.

Luzes/ O deputado José Antonio Reguffe (PDT-DF) criticou os tribunais e os órgãos públicos que deixam as luzes acesas à noite e nos fins de semana. "É um desrespeito ao contribuinte. Se fosse o dinheiro do salário deles, não fariam isso", protesta. Segundo o deputado, no fim de semana à noite, tem prédio que parece um navio iluminado.

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