Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 24/03/2012 |
O Palácio do Planalto quer urgência na apreciação do projeto de regulamentação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para produtos importados, que está em tramitação no Senado. A votação da matéria pode ocorrer nas próximas semanas. Os estados que mais se beneficiam de isenções fiscais para importação são Espírito Santo e Santa Catarina. Ambos estão isolados. O governo propôs uma alíquota única de 4% para o ICMS sobre produtos importados, o que seria uma forma de coibir a guerra fiscal entre os estados. De acordo com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, o que ainda dificulta a aprovação são divergências quanto à implantação da nova alíquota, que teria um período de transição. A Fazenda chegou à conclusão de que os incentivos existentes no Espírito Santo e em Santa Catarina são a porta de entrada dos produtos chineses que estão colocando em risco a indústria nacional. Fechar essa porta seria fundamental para a eficácia das demais medidas adotadas para proteger a indústria brasileira, como o controle do câmbio via intervenção do Banco Central no mercado de compra e venda de dólares. Os estados mais industrializados apoiam a unificação. Por menos// A entrevista da presidente Dilma Rousseff à revista Veja que circula hoje joga um balde de água fria na crise com a base aliada. O foco da conversa foi a situação da economia. Sobre as derrotas no Congresso, Dilma disse que só vai se preocupar se começar a perder todas as votações. Olho no olho A presidente Dilma Rousseff comemorava ontem a repercussão do encontro de quinta-feira com os grandes empresários do país, que pela primeira vez foram ao Palácio do Planalto para transmitir à Presidência da República suas opiniões sobre a situação da economia. Dilma não quer intermediários na relação com esses pesos-pesados. Alambrado O ex-ministro Ciro Gomes anda costeando o alambrado, como diria o falecido ex-governador Leonel Brizola. Além das críticas de sempre ao fisiologismo do PMDB, questiona a postura acomodada do seu partido, o PSB, em relação ao governo Dilma, cujo ministério considera fraco. O político cearense desce o malho na execução do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principalmente das obras da Ferrovia Transnordestina e da transposição do Rio São Francisco. Porém, elogia o desempenho do governo no plano econômico. Sangue O candidato petista a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, esteve ontem com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Hospital Sírio-Libanês. O encontro funcionou como uma espécie de transfusão de sangue para o ex-ministro da Educação, que precisa de uma força do líder petista para subir uns pontinhos nas pesquisas de opinião. Longe da crise O vice-presidente Michel Temer viajou para bem longe da crise. Desde ontem, está em Seul, na Coreia do Sul, para representar o Brasil na reunião de cúpula convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para discutir a questão nuclear — em particular a proposta de acordo feita pela Coreia do Norte para submeter seu programa nuclear ao controle internacional. Temer só assumirá a Presidência interinamente na quinta-feira, depois que a crise no Congresso viajar para os estados. A presidente Dilma Rousseff estará na Índia. Recuperação/ O novo líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), ainda se ressente do acidente que sofreu em 2006. Ontem, entre uma reunião e outra, teve que arrumar tempo para as sessões diárias de fisioterapia que faz na Câmara. Canavial/ O cultivo de cana-de-açúcar em áreas alteradas e nos biomas cerrado e campos gerais, situados na Amazônia Legal, foi aprovado pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) na quinta-feira. Pelo texto, proposto pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), o plantio deve seguir as normas do Código Florestal Brasileiro, ainda em discussão no Congresso. Sem toalha O deputado Ricardo Tripoli e o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, prometem dar um calor no ex-governador José Serra nas prévias do PSDB, marcadas para amanhã. Os dois tucanos vão passar o dia de hoje cabalando votos na periferia da capital, apesar do já ganhou a favor de Serra, que espera ter pelo menos 70% dos votos. A conferir. |
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