Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 08/01/2012 |
A biografia de Dilma Rousseff — A vida quer é coragem (Editora Sextante) —, do jornalista Ricardo Batista Amaral, faz sucesso entre governistas, principalmente os militantes do PT. É o retrato político de uma presidente da República cujo círculo íntimo de relações passa tão ao largo da cúpula da legenda quanto está distante dos caciques dos demais partidos que lhe dão sustentação no Congresso. » » » Ao reconstituir o que o chamou de "aventura política" que levou a ex-militante da VAR-Palmares à Presidência da República, com boas histórias sobre o comportamento de Dilma ao longo da vida (algumas das quais a desagradaram muito, como o romance do ex-marido Carlos Franklin de Araújo com a atriz e ex-deputada Beth Mendes), Amaral lançou pistas sobre um "estilo" que intriga os políticos e o próprio ministério. Dilma conheceu a tortura e a crueldade das prisões, mas, em liberdade, fez um tortuoso caminho até a Presidência. Foge completamente aos padrões de militância dos dirigentes do PT e da atuação dos caciques dos partidos aliados. » » » Ao ser ungida candidata do PT pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, era vista pela maioria como um "poste de saias". Porém, superou todos os obstáculos que surgiram no caminho, entre eles um câncer e o embate com o ex-governador de São Paulo José Serra, um duro adversário. Seu estilo de ação só se tornou mais conhecido entre os políticos quando era a "gerentona" da Casa Civil, mas o modo de pensar e de decidir era um enigma. E continua sendo. Escrito com base em depoimentos de amigos, parentes e antigos companheiros de militância, o livro não devassa os "compartimentos estanques" da cabeça política que governa o país — a mesma que produzia análises para o velho caudilho Leonel Brizola nos tempos de militante do PDT. O livro Repórter de política calejado, Ricardo Amaral foi assessor de Dilma na campanha eleitoral. Também acompanhou de perto o papel que ela teve no governo Lula e na reeleição do ex-presidente. Seu livro é dividido em três partes. A primeira cobre a vida pessoal e política da presidente, da infância aos tempos do brizolismo. A segunda relata a atuação no governo Lula. A terceira foca a campanha de 2010. Mostra uma mulher enérgica, que encara as situações de frente e não teme desafios. Os petistas gostaram do livro; Dilma, não. Acha que foi muito invasivo de sua vida privada. Faz parte. Realinhamento O presidente do DEM, senador Agripino Maia, do Rio Grande do Norte, mantém distância regulamentar do PSDB e do PPS enquanto se aproxima cada vez mais do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). O estranhamento com os aliados está diretamente relacionado às eleições municipais, nas quais a legenda vem tendo mais facilidade para se relacionar com os peeemedebistas. Da cor A Secretaria de Promoção de Políticas da Igualdade Racial lançará um selo de qualidade para os produtos criados pelos quilombolas, principalmente artesanais e alimentares. O projeto, da ministra Luiza de Bairros, será lançado em março. Produtos de linha étnica são muito valorizados por algumas cadeias de lojas. Última carga O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, prepara mais uma ofensiva dos tucanos paulistas para convencer o ex-governador José Serra (PSDB) a se candidatar a prefeito de São Paulo. Seria o único nome capaz de manter a oposição unida na capital paulista. O prefeito Gilberto Kassab aceita a ideia, mas torce contra. O inevitável apoio a Serra atrapalharia toda a estratégia de aproximação do seu PSD com o governo federal. Reforço// Os 1.100 homens das tropas federais enviadas para o Ceará permanecerão no estado por tempo indeterminado, mesmo depois do fim da paralisação dos policiais e dos bombeiros militares. Além dos efetivos do Exército e da Força Nacional de Segurança (FNS), está prevista a chegada de dois blindados para transporte das tropas e de mais 400 militares, sendo 140 do Exército (Recife), 30 da Força Aérea Brasileira e 230 da FNS. Aumentos O Diário Oficial da União deve publicar nesta semana o reajuste dos benefícios previdenciários que estão acima do valor do novo salário mínimo (R$ 622). Serão reajustados em apenas 6,08% Berlinda/ O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello será a estrela do Roda Viva, amanhã, na TV Cultura, a partir das 22h. Na pauta da entrevista, a liminar que restringe a atuação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nos processos administrativos contra magistrados. A entrevista será conduzida pelo jornalista Mario Sergio Conti. Depende/ A Executiva Nacional do PDT se reunirá amanhã no Rio de Janeiro para debater a participação no governo Dilma Rousseff. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) defende que o partido mantenha o apoio ao Planalto sem indicar nomes ou reivindicar ministérios: "Se for convidado, o PDT pode até aceitar", pondera. Região/ O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), chancela amanhã, em Campos do Jordão, a criação da quarta região metropolitana do estado, a do Vale e Litoral Norte. É formada por 39 cidades na divisa com o Rio de Janeiro e Minas Gerais. Blindado/ O Palácio do Planalto manda recado para os aliados: o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (PSB), está blindado. A conferir. |
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