terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sétima temporada

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

Arde mais uma crise na Esplanada dos Ministérios provocada pelo mau uso de verbas públicas. Na bolsa de apostas dos políticos, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, somente sobreviverá no cargo por um milagre da política. Desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou o Palácio do Planalto, ninguém se aguentou na cadeira depois de uma série de denúncias de "malfeitos", ainda mais quando não conta com muita simpatia da presidente Dilma Rousseff.


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Presidente licenciado do PDT, Lupi se acorrenta à cadeira de ministro. Após uma conversa com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, foi incentivado a se defender com unhas e dentes. A propósito, ao vazar a conversa, Carvalho pôs mais lenha na fogueira.  É o mesmo script que defenestrou cinco ministros. O da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), deixou o cargo por idiossincrasias políticas.


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Lupi também não conta com a solidariedade plena de seu partido. Os deputados Miro Teixeira (RJ) e José Antônio Reguffe (DF) vão entrar com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) pedindo a abertura de inquérito criminal para apurar os desvios de verbas na pasta. Discreta, a bancada no Senado estimula a iniciativa. O deputado Brizola Neto (RJ) até agora não se manifestou, mas ambiciona o comando da legenda.

Pertinho

Lupi não rodou até agora porque as denúncias contra o secretário de Qualificação da pasta, Anderson Alexandre dos Santos — acusado pela revista Veja de cobrar propina de organizações não governamentais —, não o atingiram diretamente. Porém, no Palácio do Planalto, a crise já era esperada. Ninguém defende a permanência de Lupi com entusiasmo.

Oposição

A oposição gosta do cheiro de animal ferido. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), protocolou ontem na Procuradoria-Geral da República um pedido de abertura de inquérito para investigar indícios de esquema no Ministério do Trabalho. O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira, de SP, defende o afastamento de Lupi. Ele argumenta que as supostas irregularidades estariam abastecendo partidos.

De olho

A presidente Dilma Rousseff não tem viagem internacional programada para as próximas duas semanas. Ficará por Brasília e pretende acompanhar mais de perto o andamento das principais votações no Congresso. Não quer atraso na tramitação da PEC que prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2015. O dispositivo permite ao governo remanejar como quiser 20% das verbas carimbadas do Orçamento da União.

Cabo eleitoral

Duas vezes escolhido pela Fifa como maior jogador de futebol do mundo, o craque argentino Lionel Messi  entrou na campanha para eleger as Cataratas do Iguaçu uma das Novas Sete Maravilhas da Natureza. Um vídeo de Messi será projetado hoje à noite na cúpula do Museu Nacional de Brasília, no qual pede votos para as Cataratas. O concurso é promovido pela New Seven Wonders.

Temporários

Começaram as contratações de Natal. A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas prevê a criação em dezembro de 160 mil empregos temporários.

Belo Monte/ O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) retoma hoje o julgamento de uma ação do Ministério Público Federal (MPF) que questiona o decreto legislativo autorizando a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte sem a realização de consulta prévia aos povos indígenas da região.

Plebiscito/ O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lacra o sistema de votação do plebiscito sobre a divisão do Pará na próxima quinta-feira. Acompanham o lacre autoridades do TSE, Ministério Público e das frentes envolvidas com o pleito. Depois de lacrado, o sistema só será reaberto na divulgação do resultado, que será anunciado até 12 de dezembro.

Alinhados/ O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), avisou a presidente Dilma Rousseff que toda a bancada votará a favor da prorrogação da DRU até 2015. O primeiro a confirmar a votação segundo a recomendação do governo foi o deputado fluminense Anthony Garotinho (PR), que nas últimas semanas ameaçou fazer obstrução.

Supersimples//

A presidente Dilma Rousseff sanciona na próxima quinta-feira a lei que altera o Simples Nacional. Com o Supersimples, o governo reajustará as faixas de enquadramento de micro e pequenas empresas, e de empreendedores individuais no regime tributário simplificado.

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