quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O naufrágio de Cabral

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), pode ir se preparando para um naufrágio fragoroso em relação aos royalties da camada de petróleo do pré-sal. Mesmo que o veto à emenda Ibsen Pinheiro-Pedro Simon, que propõe a distribuição igualitária dos royalties entre estados e municípios, venha a ser mantido pelo Congresso na votação prevista para 12 de setembro. É que o projeto de lei suplementar encaminhado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Senado para atender os estados produtores foi para o espaço.


Ontem, no fim da tarde, os líderes do governo, Romero Jucá (PMDB-RR); do PMDB, Renan Calheiros (AL); do PT, Humberto Costa (PE); o senador Walter Pinheiro (PT-BA); e a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), firmaram um pacto contra as pretensões do Rio de Janeiro na partilha dos royalties.

Um novo projeto está sendo articulado pelo senador petista Wellington Dias (PI), reduzindo a participação do Rio de Janeiro nos royalties de petróleo da camada pré-sal. A iniciativa atropela as negociações conduzidas pelos presidentes das comissões de Assuntos Econômicos, Delcídio Amaral (PT-MT), e de Infraestrutura, Lúcia Vânia (PSDB-GO), para chegar a um consenso com os estados produtores, principalmente Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Insegurança


A propósito, a reunião conjunta das comissões de Assuntos Econômicos e de Infraestrutura com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, terminou melancolicamente, com apenas os senadores Francisco Dornelles (PP-RJ) e o peemedebista Ricardo Ferraço (foto), do Espírito Santo, em plenário. A reunião se esvaziou depois que Gabrielli fez advertências sobre os riscos de uma solução não consensual, que poderia prejudicar os investimentos no pré-sal. "Se não houver acordo, haverá a judicialização da questão", corrobora Ferraço.

Cosme e Damião

O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), resistiu o que pôde para manter o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como relator da comissão especial que vai tratar da reforma do Código de Processo Civil. Na tarde de ontem, recebeu um ultimato do vice-presidente da República, Michel Temer, para desistir de emplacar o amigo na relatoria. E foi informado de que a bancada do PMDB e o Palácio do Planalto não desejavam Cunha na tarefa. O deputado Sérgio Barradas (PT-BA) será o relator.

Pancadaria

Ao apartear mais uma sessão de críticas ao governo promovida pelo senador Mário Couto (PSDB-PA), o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), subiu o tom. A discussão quase terminou em troca de sopapos. Costa chamou o tucano de "débil mental". A discussão continuou no cafezinho do Senado e só não chegou ao pugilato por causa da turma do deixa disso.

Arrasou

O vestido mais surpreendente no jantar oferecido pelo vice-presidente da República, Michel Temer, para a presidente Dilma Rousseff com a bancada do PMDB era o da anfitriã, Marcela Temer (foto). A elegância de Marcela foi reparada até pela presidente Dilma durante seu discurso.

Emendas

A presidente Dilma Rousseff acalmou a bancada do PMDB ao comparecer ao jantar na casa do vice-presidente Michel Temer. Mas o problema de relacionamento com a base aliada não acabou. Dentro de duas ou três semanas, a bancada voltará a cobrar a liberação das emendas parlamentares, que só no PMDB somam R$ 5,5 bilhões

Dispostos

Apesar da simpatia da presidente Dilma Rousseff e de alguns parlamentares elogiarem a iniciativa do Planalto em oferecer jantar na casa do vice-presidente Michel Temer com o PMDB, há peemedebistas que saíram do encontro confidenciando que ainda estavam dispostos a assinar o requerimento de criação da CPI mista da Corrupção.

Poético//

O clima da reunião de líderes, ontem na Câmara, foi tão à flor da pele que o líder da Minoria, deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), recorreu à poesia para justificar a falta de acordo e o trancamento da pauta de votação da Casa: "Contra a oposição, o Vaccarezza (líder do governo) falou com emoção, perdeu a razão e o acordo praticamente fechado ficou prejudicado".

Monótono/ O discurso da presidente Dilma Rousseff durante jantar promovido pelo vice-presidente Michel Temer para a bancada do PMDB foi protocolar, sem qualquer empolgação. O que funcionou mesmo foi a conversa descontraída com os deputados.


Lactose/ A Comissão de Constituição e Justiça aprovou ontem, em caráter terminativo, projeto do deputado Santo Mabel (PR-GO) que obriga os remédios indicarem na caixa a presença ou não de lactose. Atualmente, a regra só vale para produtos alimentícios. O projeto segue agora para apreciação no Senado.

Escorregão/ Por pouco o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não levou um tombo na solenidade de aniversário de 10 anos da Comissão de Anistia. Ao descer do local onde havia discursado, tropeçou e só não foi ao chão porque o secretário de Justiça, Paulo Abrão, o pegou pelo braço.






Nenhum comentário:

Postar um comentário