sábado, 9 de julho de 2011

Versão constrangedora

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O Palácio do Planalto está empenhado em desfazer a impressão de que foi o responsável pelo vazamento de informações sobre a cobrança de propina no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que acabou derrubando o então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PP-AM).


Essa versão corre no Congresso e gera insegurança e desconfiança nas relações dos partidos da base governista com o PT e o palácio. A forma rápida com que os assessores do ministro foram afastados e Nascimento, carbonizado, reforçou essa interpretação.

Pior é a caracterização da crise no Ministério dos Transportes como resultado de uma "herança maldita" deixada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal padrinho de Nascimento na pasta. Nos próximos dias, Dilma Rousseff vai reiterar que está com Lula e não abre. Foi o que fez questão de demonstrar, por exemplo, na inauguração do teleférico do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, na quinta-feira, ao registrar a ausência do antecessor na solenidade. Até chorou ao saber, pelo governador Sérgio Cabral (PMDB), que Lula assistiria ao evento pela televisão.

Antiovos//

Com base em um estudo realizado pelo Gabinete de Segurança Institucional, a distância das cercas que separam a presidente Dilma Rousseff de populares em eventos externos teve de ser ampliada para 30 metros. Segundo o estudo, essa é a distância que protege a presidente de ser atingida por ovos disparados por algum manifestante.

Bengala

O presidente do STF, ministro Cezar Peluso, tem se articulado para tentar incluir na pauta do Congresso a votação da PEC da Bengala, que aumenta de 70 para 75 anos a idade da aposentadoria compulsória nos tribunais. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), prometeu refletir sobre o tema.

Reajuste

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou um reajuste de até 7,69% nos planos de saúde individuais ou familiares feitos a partir de janeiro de 1999 ou àqueles adaptados à Lei nº 9.656/98, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde. Tunga os bolsos de 8 milhões de consumidores

Disputa

O deputado Ricardo Tripoli e o secretário de Energia do governo de São Paulo, José Aníbal, protagonizam as prévias do PSDB para a escolha do candidato da legenda a prefeito da capital paulista. Nenhum dos dois goza da simpatia do ex-governador José Serra (PSDB), que, por enquanto, ainda se recusa a disputar a administração paulista.

Ninja

Uma velha tática de quem não quer pôr a cara na reta: sair de fininho. Foi o que fez Alfredo Nascimento, ontem, ao reassumir o mandato no Senado. Entrou em licença para não ter que aparecer em plenário e só volta depois do recesso. Pode prorrogar a licença até a poeira baixar. Ou surgir nova crise.

A propósito

A batata do ministro das Cidades, Mário Negromonte (foto), indicado pelo PP, também está assando. O zum-zum-zum é de que o ex-deputado Pedro Corrêa, que já presidiu a legenda, teria muita influência na pasta. Responsável pela execução do programa Minha Casa, Minha Vida, o xodó da presidente Dilma Rousseff, Negromonte tem o apoio do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), mas isso não basta para mantê-lo no cargo. Qualquer denúncia de desvios de verbas do programa pode lhe custar o cargo.

Preparado

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu acusou o golpe: ontem, em seu blog, comentou a notícia de que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, nas alegações finais da denúncia sobre o caso do mensalão, manteve as acusações de que o petista seria o chefe do esquema. "Sou inocente das acusações que me fazem e vou prová-lo no STF, corte que, confio, julgará a ação com base nos autos e nas provas, na Constituição e na lei."

Missa/ Será hoje, no Palácio da Liberdade, a missa de sétimo dia do presidente Itamar Franco, falecido no sábado passado. Celebrada pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, o ritual foi um pedido pessoal do governador Antonio Anastasia (PSDB).

Bueiros/ O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), reuniu-se ontem com representantes da Light e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para discutir providências em relação às explosões nas galerias subterrâneas da empresa. Em Copacabana e no Centro do Rio, os acidentes assustaram os cariocas, apesar das piadas que circulam na cidade. Os bueiros estouram como se fossem minas terrestres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário