terça-feira, 12 de julho de 2011

Mula sem cabeça


Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos


Outra assombração ronda o arraial petista. Na reunião da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, presidida pelo senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE), há uma articulação de líderes da Casa para a convocação do ex-diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil Expedito Veloso, um dos envolvidos no caso dos aloprados. Detalhe: o petista quer falar e anda insistindo aos senadores que aprovem logo a sua convocação.

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Veloso acusa o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante (PT), de estar diretamente envolvido na compra, nas eleições de 2006, do falso dossiê contra o tucano José Serra, então candidato ao governo de São Paulo. O senador petista, na época, teria se unido ao ex-governador Orestes Quércia (PMDB), morto em 2010, para comprar o dossiê, segundo a versão de Veloso. Inocentado nas investigações sobre o caso, Mercadante repudia a nova acusação.

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O líder do PSB no Senado, Antônio Carlos Valadares (SE), é um dos articuladores da convocação de Veloso. Promove uma retaliação contra Mercadante pelas medidas que o petista vem adotando no ministério. Durante todo o governo Lula, a pasta foi comandada pelo PSB. Mercadante teria criticado os três presidentes que o antecederam no cargo, um deles é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que indicou os sucessores. Valadares contaria com o apoio de outros líderes governistas, entre eles Renan Calheiros (PMDB-AL), que nunca perdoou a atuação de Mercadante na crise que o obrigou a renunciar à Presidência do Senado.

Arreglo

Sobe a aposta de que o diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot (foto), prestará um depoimento pífio na Comissão de Infraestrutura do Senado sobre denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes. A turma do deixa disso, com o senador Blairo Maggi (PR-MT) à frente, se encarregou de aplainar o terreno para que Pagot não leve adiante as ameaças que fez ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Segundo Pagot, o petista é que determinava a execução de obras pelo Dnit.

Recuo

O Palácio do Planalto parece ter recuado sobre a demissão do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot. A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, sinalizou ontem que o futuro de Pagot no governo ainda é incerto: "Ele está de férias. Ninguém pode ser exonerado ou mantido enquanto não termina as suas férias. Nós estamos aguardando o que vai acontecer".

Bandeirantes

A senadora petista Marta Suplicy (foto), ex-prefeita de São Paulo, e o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), ex-presidente da Câmara, roubaram a cena no café da manhã promovido ontem pelo governador tucano Geraldo Alckmin no Palácio dos Bandeirantes. "Ele deu várias advertências para a bancada paulista refletir e trabalhar unida, que é o que o Norte e Nordeste fazem e São Paulo não faz", relatou a ex-prefeita. Chinaglia propôs um novo encontro para discutir o documento apresentado por Alckmin, no qual o governador expõe as demandas de São Paulo para os congressistas.

No telhado

A Comissão Mista de Orçamento marcou 11 reuniões ordinárias e extraordinárias para aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias até quinta-feira. A primeira será hoje, às 10 horas. Estão no telhado as verbas para os seguintes programas: prevenção e combate à violência contra a mulher; Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas; implantação do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras; segurança de voo e controle do espaço aéreo brasileiro; prevenção e preparação para desastres (no âmbito da Defesa Civil); prevenção e combate ao desmatamento, à queimada e aos incêndios florestais; e conservação e uso sustentável da biodiversidade e dos recursos genéticos.

Perdeu

O governo perdeu a queda de braço com as cinco grandes empreiteiras do país interessadas em participar da construção do trem-bala Rio de Janeiro-Campinas-São Paulo, projeto prioritário para a presidente Dilma Rousseff. Elas só aceitam entrar na obra com R$ 3 bilhões de capital próprio, o que representa 5% do custo. Como o governo não cedeu, não entraram no leilão realizado ontem pela Bovespa. Venceria o leilão quem oferecesse a menor tarifa para os serviços, a partir de uma tarifa-teto fixada em R$ 199,73.


Comes e bebes//

A presidente Dilma Rousseff oferecerá um coquetel, amanhã, à noite, aos líderes dos partidos da base aliada para prestigiar o encerramento dos trabalhos no Congresso no primeiro semestre. Foi ideia da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

Lobby

É pesado o lobby para convencer os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de que os poupadores não têm direito a receber a correção monetária referente aos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990, como o Bresser, o Verão e o Collor I. O pagamento pode chegar a R$ 60 bilhões

Votação/ A votação do Projeto de Lei da Câmara nº 116/10, que unifica a legislação sobre a tevê por assinatura, depende da liberação da pauta do Senado, trancada por medidas provisórias. A mais importante é a MP nº 528/11, que corrige a alíquota da tabela de Imposto de Renda de Pessoa Física (IR) e as deduções permitidas em 4,5% anualmente até 2014. A faixa de renda isenta de IR passa de R$ 1.499,15 para R$ 1.566,61 em 2011.

Eleições/ A Comissão de Constituição e Justiça do Senado examina hoje três projetos sobre reforma política: um propõe o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais; o outro prevê a doação de recursos para as campanhas por meio de cartões de débito e de crédito; e o terceiro institui cláusula de desempenho para fins de funcionamento parlamentar e de acesso gratuito ao rádio e à televisão.

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