quarta-feira, 27 de julho de 2011

Duas guerras

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

Deixando de lado seu velho ufanismo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que a economia brasileira passa por um momento muito delicado. A plateia não poderia ser mais seleta: os integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) que se reuniram, ontem, no Palácio do Planalto, com a presença da presidente Dilma Rousseff.


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O governo aposta que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conseguirá fazer um acordo com o Congresso norte-americano para aumentar o teto da dívida pública e honrar seus compromissos. Caso isso não ocorra, o risco de um calote ianque nos credores internacionais é real. O maior deles é a China, mas o Brasil também tem reservas em títulos norte-americanos. As consequências para a economia mundial seriam imprevisíveis. Uma espécie de crise geral dos países desenvolvidos, como a Grande Depressão da década de 1920.

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O cenário mais positivo, um acordo entre Obama e os congressistas, porém, não resolve de todo o problema do câmbio e da inflação. A ampliação do teto da dívida significa que a desvalorização do dólar pode ser contida pelo Tesouro norte-americano, mas não a ponto de prejudicar a exportação dos produtos made in USA. É por isso que Mantega fala em duas frentes de batalha — "uma guerra cambial" com os Estados Unidos e uma "guerra comercial" com a China. A Argentina aproveita para tirar uma casquinha.

Ajudou

O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), chora lágrimas de crocodilo ao manifestar total desapontamento pelo fato de a Comissão Representativa do Congresso não ter se reunido para apreciar a convocação do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, com o objetivo de esclarecer as denúncias envolvendo a pasta e os órgãos ligados a ela. Engavetado pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o pedido entrará em pauta na Câmara quando acabar o recesso.

São Jorge//

O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, entrou na mira da oposição. Está sendo cobrado pelo fato de o órgão não ter evitado o escândalo do Ministério dos Transportes, o caso Erenice, os sanguessugas, o mensalão e outros malfeitos.

Coquetel

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner (foto), fará uma visita a Dilma Rousseff, mas o que a traz ao Brasil não é o interesse em melhorar as relações comerciais entre os dois países, que não vivem o melhor momento. Em campanha pela reeleição, Kirchner participará da inauguração da nova sede da Embaixada da Argentina no Brasil.

Tabelinha

No jargão futebolístico, ao nomear Pelé como embaixador honorário do Brasil para a Copa de 2014, a presidente Dilma Rousseff estabeleceu uma "linha de impedimento" para o presidente da CBF e do comitê organizador da Copa, Ricardo Teixeira. Agora, Pelé também falará pelo Brasil com a Fifa sobre os preparativos dos jogos. Até então, essa tarefa era faturada apenas por Teixeira.

Voo 1907

Representantes dos familiares das vítimas do voo 1907 da Gol terão um encontro, amanhã, com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, para pedir acompanhamento do processo contra os pilotos norte-americanos do jato Legacy que colidiu com o boeing da Gol em 2006, matando 154 pessoas. Em primeira instância, eles receberam como sentença apenas serviços comunitários.

Balança

A presidente Dilma leva dois fatores em consideração para participar amanhã da posse do presidente do Peru, Ollanta Humala: o fato de o Brasil ter sido o primeiro país visitado por Humala depois das eleições e o saldo positivo da balança comercial entre os dois países. Em 2010, o Brasil importou US$ 900 milhões do Peru e exportou US$ 2 bilhões

Formal/ A audiência em que a presidente Dilma Rousseff nomeou Pelé embaixador do Brasil para a Copa de 2014 foi meramente formal. Dilma não fez nenhum pedido de autógrafo para o ex-jogador. Informou que já tinha uma assinatura.

Premiados/ Dilma Rousseff receberá, na próxima sexta-feira, os atletas militares brasileiros que receberam medalha de ouro nos últimos Jogos Mundiais Militares. A presidente quer demonstrar o reconhecimento pelo bom desempenho do Brasil na competição.

Controle/ A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República chamou o Ministério Público Federal para discutir os mecanismos de controle externo da atividade policial em todo o país. Um seminário para discutir o tema será realizado em Recife.

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