sábado, 16 de julho de 2011

Coitado do Obama

Por Luiz Carlos Azedo

Com Leonardo Santos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou de lado seu desafeto favorito, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e agora não faz por menos: compara seu próprio desempenho ao do presidente democrata Barack Obama, que vive um inferno astral no Congresso norte-americano, de maioria republicana, e não consegue reverter o cenário de baixo crescimento e alto desemprego nos Estados Unidos.

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Ontem, ao discursar no Congresso da União Geral dos Trabalhadores (UGT), no qual foi ovacionado por cerca de 3,5 mil sindicalistas, Lula chamou a atenção dos presentes para as dificuldades norte-americanas. “Nós enfrentamos a crise em sete dias, fomos o último a entrar e o primeiro a sair. Vejam o que está ocorrendo com o Obama: há dois anos e meio, não consegue resolver o problema”.

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Lula criticou a política econômica de Obama, que, segundo ele, tenta transferir a crise para outros países por meio da desvalorização do dólar — o que seria, hoje, o maior problema para as exportações brasileiras. O ex-presidente da República destacou que a crise econômica mundial começou nos Estados Unidos devido ao descontrole em relação ao sistema financeiro. “Nossos bancos não quebraram, mantivemos o crédito e a economia aquecida . Em oito anos, geramos 15 milhões de empregos.”

Pelegos

Em conversa reservada com o presidente da UGT, Ricardo Patah, e outros dirigentes sindicais, alguns velhos conhecidos das greves do ABC, o ex-presidente Lula criticou os setores que são contra a elevação do salário real dos trabalhadores devido à ameaça de alta da inflação. E disse que os sindicatos não devem abrir mão dos aumentos acima da inflação nas campanhas salariais. Mais tarde, ao discursar, voltou a tratar do assunto. Segundo ele, somente os sindicatos “muito pelegos” não conseguiram aumentos reais de salário para as categorias que defendem.

Lobista

O Instituto da Cidadania, no Ipiranga, em São Paulo, e o prédio no qual o ex-presidente da República mora, em São Bernardo do Campo, viraram ponto de encontro de sindicalistas e líderes populares insatisfeitos. “Agora eles vão para a porta da minha casa e eu os atendo”, disse Lula. O ex-presidente adiantou que as suas ações serão voltadas à busca de soluções para os problemas sociais. “Embora não seja mais presidente, sou cidadão brasileiro. Como cidadão brasileiro, serei o lobista número um das causas sociais”, justificou.

Porta-voz

O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho (foto), é mesmo o porta-voz de Lula no governo Dilma Rousseff. O ex-presidente da República disse isso com todas as letras ao se colocar à disposição dos líderes sindicais para levar suas reivindicações ao governo: “Quem tiver um problema social, pode me contar que farei lobby com o Gilberto Carvalho e com a presidente Dilma Rousseff para que a gente possa resolver isso”, afirmou.

Sabatina//


O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, deixa o cargo no dia 23. Como ele não foi sabatinado pelo Senado antes do recesso parlamentar, só poderá voltar ao posto em agosto. Até lá, fica assume a função o vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público, Eugênio Aragão. A má vontade de muitos senadores com Gurgel é grande.

Submarino

A presidente Dilma Rousseff, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Júlio de Moura Neto, participam hoje, às 16h30, na Nuclebrás, em Itaguaí (RJ), da cerimônia de início da construção de submarinos convencionais S-BR no Brasil. A iniciativa faz parte do Acordo Estratégico Brasil-França. Para viabilizar o projeto, foi criada uma nova empresa, a Itaguaí Construções Navais (ICN), em parceria com a francesa DCNS e a Odebrecht. A Marinha detém o direito de veto sobre questões referentes à empresa.

A lupa

A presidente Dilma Rousseff deu uma ordem clara e objetiva para que o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, reforce a atenção no Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit). Dilma quer que o Dnit sirva de exemplo em gestão para os demais órgãos da administração pública e não quer ouvir falar em problemas gerenciais. Toda a cúpula do Dnit deve rodar.

Exemplo

Mais votado proporcionalmente nas últimas eleições, o deputado Antônio Reguffe (PDT-DF) terminou o primeiro semestre apresentando 12 projetos de lei e seis requerimentos no plenário da Câmara. Mas para o parlamentar, uma das principais ações foi a economia na verba de gabinete, que no fim do mandato pode chegar a R$ 2,38 milhões

Unasul / A presidente Dilma Rousseff viaja um dia antes para acompanhar a posse de Ollanta Humala como presidente do Peru, marcada para 28 de julho. Dilma pretende participar, pela primeira vez, de uma reunião da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

Copa / Está marcada para 30 de julho o primeiro evento da Copa do Mundo no Brasil, quando serão sorteadas as chaves das seleções que disputarão as eliminatórias. O evento ocorrerá na Marina da Glória, e, apesar de promovida pela Fifa, uma instituição privada, a cerimônia ocorrerá sob comando político do ministro do Esporte, Orlando Silva.

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