quinta-feira, 30 de junho de 2011

Negócios de Estado

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O senador capixaba Ricardo Ferraço (PMDB) requereu o comparecimento do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Quer debater a participação do banco na fusão dos ativos da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD) com a multinacional francesa Carrefour, o que transformaria o grupo Pão de Açúcar, de Abílio Diniz, numa empresa global.


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A oposição acusa o governo de uso indevido do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), rechaça a acusação. "Não é operação de crédito do BNDES, não tem recurso público envolvido, nem FGTS nem Tesouro. É o BNDES que vai fazer isso. É ação de mercado, portanto, não tem nada a ver com decisão de governo", disse.

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O fato é que a presidente Dilma Rousseff deu aval à participação do banco no negócio. É mais um lance na estratégia de constituição de grandes grupos econômicos de capital nacional para competir no mercado globalizado — como nos casos da Ambev, da Sadia-Perdigão, do JBS-Friboi e da OI-BRT —, na linha de uma concepção desenvolvimentista voltada para a integração à economia mundial defendida por Luciano Coutinho.

Social

Líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, do Paraná, afirmou que o BNDES deve retirar o "S" de sua sigla por ter deixado de atuar como uma instituição social. "É um banco privilegiando megaempresários no país com recursos públicos. O governo já transferiu cerca de R$ 260 bilhões do Tesouro da União ao BNDES, subsidiando juros que privilegiam apenas os mais próximos do poder. Ou seja: estabelecendo uma distinção entre empresário de primeira e de segunda classe."

Mercado

Em defesa da fusão, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que não há dinheiro público na transação: "É uma operação de mercado, sem recursos públicos ou subsidiados. Se for aprovada pelo BNDES, vai ajudar a melhorar a posição de empresas nacionais no jogo".

Debate

Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) protagonizaram um debate conceitual sobre o modelo de desenvolvimento adotado pelo governo. O petista saiu em defesa da política do BNDES, citando textos do ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, que recentemente deixou o PSDB. Nunes criticou o foco em empresas de distribuição, e não nas indústrias capazes de melhorar a qualidade e a produtividade da produção nacional.

Salários//


O governo pressiona as centrais sindicais a não exigir reajustes reais nas próximas campanhas, principalmente as de bancários, petroleiros e servidores públicos. O Relatório de Inflação do Banco Central identifica a contenção das mobilizações por incrementos salariais — incluindo o reajuste previsto do salário mínimo para o próximo ano — como peças-chaves para manter a inflação dentro da meta.

Baiano

Depois de 37 anos na Bahia e sete após a aprovação do projeto lhe concedendo a homenagem, o governador petista Jaques Wagner (foto) recebe hoje o título de cidadão baiano na Assembleia Legislativa do Estado. Wagner é carioca e foi para a Bahia durante o regime militar.

Telinha

O PPS exibe hoje, em rede nacional de rádio e televisão, o seu programa partidário, a partir das 20h. Como sempre, promete descer o sarrafo no governo. Ancoram o programa o presidente nacional da sigla, deputado Roberto Freire (SP); o ex-presidente da República Itamar Franco (MG); o líder da legenda na Câmara, Rubens Bueno (PR), os deputados federais Arnaldo Jordy (PA) e Stepan Nercessian (RJ); os deputados estaduais Luciano Rezende (ES) e Luzia Ferreira (MG); e a ex-vereadora Soninha Francine (SP).

Não ofende/ Do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante: "Se o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) é tão bom e vem sendo praticado em vários países há muito tempo, por que só às vésperas da Copa o governo vai adotá-lo?".


Minérios/ Manoel Barretto da Rocha Neto será empossado hoje, no Rio de Janeiro, pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, diretor-presidente da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). Barreto é geólogo e ocupava a Diretoria de Geologia e Recursos Minerais.


Código/ A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, debate hoje, às 8h30, o novo Código Florestal em audiência pública no Senado. A reunião será realizada pelas comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e de Agricultura (CRA).

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