segunda-feira, 20 de junho de 2011

Firme com Dilma

Por Luiz Carlos Azedo 

Com Leonardo Santos

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, pôs uma pá de cal no episódio em que o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, de mando, ameaçou demiti-lo caso o PMDB não votasse com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na aprovação do novo Código Florestal pela Câmara. Num almoço em sua casa, ontem, após o lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2011-2012, em Ribeirão Preto (SP), na companhia dos peso pesados da agricultura brasileira, Rossi anunciou o pleno apoio do agronegócio ao veto da presidente Dilma Rousseff à emenda que anistia os desmatadores.

Com a presença do vice-presidente Michel Temer e do governador tucano Geraldo Alckmin (SP), o almoço selou o pacto entre os grandes produtores agrícolas e pecuaristas do país com o governo. Eles revelaram grande satisfação com o anúncio feito por Dilma de que terão as "mesmas armas" para competir com os produtores internacionais.

Em moeda sonante, isso significa R$ 107 bilhões, dos quais 60% terão juros de 6,5% ao ano, ou seja, próximo de zero, considerando-se a inflação. Dilma aproveitou o encontro para reforçar a sua preocupação com a questão ambiental e a pobreza.

Pecuária

Wagner Rossi demonstrava grande satisfação por causa da nova linha de crédito para a pecuária. "Vamos financiar, com grande ganho ambiental e econômico, o aumento das pastagens", disse o ministro, no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário. Os produtores terão financiamento de até R$ 750 mil para a aquisição de reprodutores e matrizes de bovinos e búfalos. Para custeio, os pecuaristas terão o limite aumentado de R$ 275 mil para R$ 650 mil.

Arrojo

Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), faltou arrojo ao governo na elaboração do Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2011-2012: "Os R$ 107 bilhões anunciados representam apenas a reposição da inflação dos últimos 12 meses". De acordo com Nogueira, "o agronegócio depende também de outros fatores, como redução da carga tributária, investimentos em infraestrutura e logística, política de garantia de produção e renda — pontos em que o país andou para trás nos últimos oito anos e meio por falta de planejamento e de capacidade gerencial do governo".

Trombada

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anda se estranhando com o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli. Ontem, Mantega pediu à empresa um novo estudo do seu plano de investimentos para os anos 2011-2015. Presidente do Conselho de Administração da estatal, o ministro não aprovou o documento atual e pediu novos levantamentos sobre os 681 projetos apresentados por Gabrielli.

Domésticas

A Constituição será emendada para garantir aos trabalhadores domésticos os mesmos direitos dos rurais e urbanos, sem onerar o empregador, conforme convenção sobre o trabalho doméstico aprovada na 100ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, na Suíça. A emenda será apresentada na próxima semana pela senadora Vanessa Grazziotin (foto), do PCdoB-AM, que representou o Senado na reunião da OIT. Dos 7,2 milhões de trabalhadores da categoria, apenas 29% possuem carteira assinada.

Linhão

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, está rindo à toa com a construção da linha de transmissão de 500 quilovolts (kV) entre a Usina de Itaipu e a Villa Hayes, na região metropolitana de Assunção, capital paraguaia, cuja ordem de serviço foi assinada ontem. É o início da industrialização do Paraguai. O valor do empreendimento é de US$ 550 milhões, dos quais US$ 400 milhões serão provenientes do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), mantido por Brasil (o maior contribuinte), Argentina, Uruguai e Paraguai.

Luto

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), encerrou o expediente mais cedo ontem. Ficou baqueado com o falecimento trágico do deputado Luciano Moreira (PMDB-MA). Cearense, Luciano foi secretário de Administração do Ceará, de Roraima e do Maranhão. Aos 58 anos, ele morreu na noite de quinta-feira, em um acidente de carro na BR-402, no Maranhão. A governadora do estado, Roseana Sarney (PMDB), decretou luto oficial no estado de três dias.

Copa/ A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) engrossou o coro contra a aprovação, pela Câmara dos Deputados, na última quarta-feira, da Medida Provisória n° 527/11, que prevê o sigilo de orçamentos para obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, além da flexibilização das regras de licitações para esses eventos. Segundo a entidade, "qualquer medida que tenda a restringir a publicidade dos gastos e tornar opaco o procedimento licitatório afronta a República".

Caminhoneiros/ Projeto de Lei do senador Gim Argello (PTB-DF), se aprovado pelo Congresso, reduzirá pela metade o Imposto de Renda pago pelos caminhoneiros. De acordo com a proposição, a taxa atual que define o percentual do rendimento bruto da categoria a ser pago como IR cairia de 40% para 20%. Transportadoras gastam apenas 8% de sua receita com impostos.

Educação/ O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) apresentou requerimento na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional para que a questão da educação seja discutida como um problema de segurança nacional em audiência pública.

Temperança// O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve uma diverticulite (mal que acabou levando à morte Tancredo Neves) e precisou fazer uma dieta rigorosa, com muito repouso, para desobstruir os intestinos. Por essa razão, seus 80 anos foram comemorados com moderação, apesar das muitas homenagens.

Coluna Brasília/DF publicada sábado, 18 de junho, no Correio Braziliense. 

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