sábado, 7 de maio de 2011

A inércia da inflação

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
Segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos 12 meses a taxa de inflação chega a 6,51%. Medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ultrapassou o limite superior da meta do Banco Central, que é de 6,5%. Portanto, está mais de dois pontos acima do centro da meta considerada ideal para a economia brasileira: 4,5%.

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Porém, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ontem mesmo anunciou que a inflação cairá nos próximos meses. A começar pela gasolina e pelo etanol, que já estariam baixando de preço nas distribuidoras. A expectativa do mercado financeiro reforça a posição da equipe econômica: analistas esperam que a inflação se reduza ao longo do ano e encerre 2011 em 6,37%. Dentro da variação da meta.

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Onde está, então, a inércia da inflação? Na indexação dos preços, principalmente dos serviços — da faxineira às distribuidoras de energia. Executivos de todas as grandes empresas do país estão em guerra com fornecedores para evitar o repasse de custos de matérias-primas, insumos e serviços para os preços finais. O desfecho dessa batalha dirá se a inflação inercial está de volta mesmo sem correção monetária.

Salários

A corda arrebenta no ponto mais fraco. O governo está de olho nas campanhas salariais, cujo ascenso será em setembro. Encarregado das negociações com as centrais sindicais, o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho (foto), já tem até uma agenda de negociação com as centrais sindicais. O governo não quer confusão com sindicatos do setor público(servidores, bancários e petroleiros), mas não vai prometer o paraíso. Aumentos reais podem provocar nova onda de reajuste de preços ao consumidor.

Ganhos

Dados do Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS) do Dieese divulgados em março deste ano indicam que, em 2010, a proporção de trabalhadores que conseguiram aumento real é a maior de toda a série histórica do estudo, iniciado em 1996. Segundo o levantamento, 89% das 700 unidades de negociações analisadas (indústria, comércio e serviços) obtiveram ganhos reais. Em 15% dos casos, relativos a 106 negociações, a taxa superou os 3%.

No poder

Finalmente o PT conseguiu pôr a mão na Presidência da Funasa: Gilson de Carvalho Queiroz Filho, indicado pelo PT de Minas, assumirá o cargo. Haverá composição com o PMDB, que controlava o órgão, nas superintendências regionais.

Imexíveis// A presidente Dilma Rousseff resolveu manter como estão as diretorias de bancos e autarquias do Norte do país. Ficam nos respectivos cargos os presidentes da Eletronorte, Josias Matias de Araújo; do Banco da Amazônia (Basa), Abdias Júnior; e da Sudam, Djalma Bezerra.

Os juros
Caiu a ficha no Palácio do Planalto, que começa a ouvir as advertências do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini (foto), quanto aos limites das medidas macroprudenciais da Fazenda. Se for preciso, os juros subirão ainda mais para segurar a inflação, mesmo que isso implique taxa de crescimento abaixo de 4,5%. Neste ano, o BC já elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual em janeiro e março, e em 0,25 ponto percentual em abril. Atualmente, a Selic está em 12% ao ano.

Pente-fino

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou 15.921 pessoas físicas que podem ter extrapolado o limite legal de doações a campanhas de 2010. O resultado foi encontrado a partir do cruzamento de informações entre as contas eleitorais e a base de dados fiscais de doadores de campanhas. No caso de pessoas jurídicas, foram encontrados 3.996 doadores supostamente irregulares. O montante doado além do permitido é de R$ 72 milhões

Milão

O governador Jaques Wagner vai buscar novos investimentos para os portos baianos e a indústria náutica. Embarca amanhã para a Itália, onde participará do seminário Um olhar sobre o estado da Bahia, em Milão. Wagner ainda visitará empresas italianas dos ramos naval e de mineração, além de agroindústrias.

Ombudsman

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) apresentou projeto que cria a figura de ombudsman na Secretaria Especial de Comunicação Social do Senado, para acompanhar os veículos de comunicação da Casa: tevê, rádio, agência de notícias e jornal.

Sensações

No DEM há duas sensações com a saída do ex-senador Jorge Bornhausen (SC) do partido. A de alívio, porque o partido ficou livre de um cacique de mão pesada. E a de decepção, por ver um opositor tão radical ao governo petista prestes a se alinhar ao governo da presidente Dilma Rousseff por meio do PSD.

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