Cadeias medievais

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante audiência na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, qualificou o sistema prisional brasileiro como “medieval”, corroborando denúncias de organizações de direitos humanos em organismos internacionais. “Temos 60 mil presos em delegacias de polícia e isso é inaceitável”, disparou.


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A responsabilidade por esses presos é dos governos estaduais, que reclamam do governo federal por causa dos atrasos nos repasses dos recursos para a construção e a manutenção de presídios. Cardozo prometeu, entretanto, realizar um programa para acabar com celas superlotadas e desvios de função de policiais.

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A audiência foi realizada pelos deputados Alessandro Molon (PT-RJ), João Campos (PSDB-GO) e Duarte Nogueira (PSDB-SP). No mesmo evento, o ministro anunciou que vai estabelecer regras para os repasses de recursos, condicionando-os à integração dos sistemas de informação dos estados ao do governo federal. “É preciso saber onde os crimes ocorrem para estabelecer políticas”, justificou.

Exaltado

Na audiência pública com o ministro da Justiça, o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) criticou o Executivo federal e atribuiu à sua gestão no governo do Rio de Janeiro a responsabilidade pelas políticas de desarmamento e a implementação das primeiras Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no estado. Foi preciso a presença do líder do PR da bancada na Câmara, Lincoln Portela (MG), para acalmar os ânimos do ex-governador.

Vacinas

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (foto), não esconde o entusiasmo com um acordo que deverá ser assinado em julho entre a Fundação Bill e Melinda Gates para a produção de vacinas no Brasil, do qual também deverá fazer parte o Instituto Butantã, de São Paulo. O objetivo é transformar o país em um dos maiores centros de produção de imunizantes do mundo, principalmente do composto contra a febre amarela. Esse mercado movimenta, por ano, US$ 24 bilhões.

Polícia

O líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR), encaminhou reclamação formal à Mesa da Câmara contra a censura e a truculência da Polícia Legislativa. Na manhã de quarta-feira, o parlamentar foi impedido de colar cartazes de protesto nas portas dos plenários das comissões da Casa. “Espero que sejam tomadas as providências cabíveis para que a Polícia Legislativa se restrinja ao exercício de suas funções institucionais, não tentando, nunca mais, cercear o livre exercício do mandato parlamentar”, reclama.

Sem lastro

O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga é um dos mais cotados para a sucessão de Dominique Strauss-Kahn, ex-diretor-gerente do FMI. Porém, não tem a menor chance de ser escolhido sem o apoio do governo brasileiro. O cargo deve permanecer em mãos francesas, no caso, a atual ministra da Economia, Finanças e Indústria da França, Christine Lagarde.

A conta

De acordo com dados do Ministério da Previdência, o gasto com as licenças de saúde para tratamento de dependência de drogas aumentaram 24,4% entre 2007 e 2010. Esse salto deve gerar um gasto para a Previdência Social de R$ 4 bilhões por ano

Estrelas

O documentário Quebrando o tabu, que tem como âncora o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, será lançado dia 30, em São Paulo. “Há 40 anos os Estados Unidos declararam guerra às drogas. O objetivo era um mundo livre dos entorpecentes. Mas algum dia o mundo já foi livre de drogas?”, indagam os ex-presidentes norte-americanos Bill Clinton e Jimmy Carter, o escritor Paulo Coelho e o médico Dráuzio Varella, entre outros. A direção é do cineasta Fernando Grostein Andrade.

Obstrução/ A oposição derrubou a sessão do Senado ontem, inviabilizando a aprovação da Medida Provisória n° 515/10, que abre crédito extraordinário de R$ 26,6 bilhões em favor da Justiça do Trabalho. Segundo o líder do PSDB, que pediu verificação de quórum, “a instituição de créditos por MP é inconstitucional”. O partido ajuizou uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra a medida.

Copa 2014/ O Ministério do Turismo (MTur) concluiu um levantamento que aponta o movimento esperado para os aeroportos brasileiros durante a Copa do Mundo de 2014. Os dados levam em conta que cada um dos 600 mil estrangeiros aguardados para o evento façam pelo menos três deslocamentos dentro do país, e que os 3 milhões de brasileiros que acompanharão os jogos realizem no mínimo duas viagens internas, em média. Com base nesses dados, o MTur espera que o volume de viagens internas no próximo Mundial seja de 7,8 milhões.

Dona da bola//

Explicado o acordo do Planalto com os ruralistas para votar o novo Código Florestal na próxima terça-feira. Segundo o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), o que for aprovado e não estiver de acordo com o texto acertado com o relator, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), será vetado pela presidente Dilma Rousseff. E ponto final.