quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pousos e decolagens

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O presidente da Infraero, Antonio Gustavo Matos do Vale, e o secretário de Aviação Civil, ministro Wagner Bittencourt de Oliveira, que ainda estão enrolando os paraquedas, esnobaram o convite para participar da audiência pública da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado (CI). Presidido pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), o colegiado promoveu, na terça-feira, a discussão mais transparente até agora sobre a real situação dos aeroportos — e o Senado ainda deve convocar as duas autoridades para uma audiência conjunta das comissões de Assuntos Econômicos e de Infraestrutura.


Com base na capacidade dos aeroportos e na projeção de demanda da Infraero, Carlos Álvares da Silva Campos Neto, técnico de planejamento do Ipea, explicou que 10 dos 13 aeroportos das cidades-sedes da Copa do Mundo operariam acima de 100% da capacidade em 2014, “mesmo que fosse possível as obras ficarem prontas”.

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), José Márcio Monsão Mollo, disse que “os passageiros viverão um caos completo em 2014 por conta do aumento da demanda”. Somente três dos 13 aeroportos com obras previstas não estarão acima de sua capacidade instalada em 2014: Galeão, Campinas e Manaus.

Pires na mão

Chefes do Executivo municipal de todo o país protestam contra o cancelamento dos restos a pagar. A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) reivindica a prorrogação do prazo para os possíveis cancelamentos de empenhos realizados no Orçamento da União nos últimos três exercícios. Segundo o prefeito de Vitória (ES) e presidente da FNP, João Coser (PT), a expectativa é que a presidente Dilma Rousseff atenda ao pedido e postergue a data-limite, que seria 30 de abril, para 31 de dezembro deste ano.

Plataforma

Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o vereador Netinho de Paula, do PCdoB, emplacou ontem seu assessor Gilmar Tadeu Ribeiro na Secretaria de Assuntos para a Copa do Mundo do Executivo paulistano. A aliança entre o PCdoB e o PSD — partido recém-criado pelo prefeito Gilberto Kassab — pautou os discursos de posse.

Cara-pálida

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nega a indicação de Fábio Ferreira Cleto para uma diretoria da Caixa Econômica Federal (CEF). “Não indiquei nem pretendo indicar ninguém para qualquer cargo no governo e nem sequer conheço a pessoa citada”, afirma. A propósito, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, gostou do currículo do executivo e até comentou o fato com o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Cunha está como aquele acidentado da piada: não pode rir.

Nem aí

As companhias aéreas boicotaram a audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara para que prestassem esclarecimentos sobre a chamada “taxa de conforto”, um serviço oferecido pelas empresas do setor e cobrado dos passageiros. Segundo o deputado Dimas Ramalho (PPS-SP), “o não comparecimento dos presidentes da TAM, da Gol, da Webjet e da Azul à reunião é um ‘retrato fiel’ da forma como as companhias tratam os passageiros do transporte aéreo no país”.

Debandada

Líder do principal partido de oposição, o deputado Duarte Nogueira (foto), do PSDB-SP, fez um balanço da situação da economia da tribuna da Câmara. “Não basta a presidente Dilma Rousseff manifestar preocupação com a inflação. É preciso que o governo resolva o problema”, discursou, para um plenário vazio. Apenas meia dúzia de parlamentares tucanos acompanhava o pronunciamento na primeira fila do plenário. A oposição está tão enfraquecida que não consegue mobilizar sequer seus deputados.

Doações

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo Lewandowski, encaminhou ao procurador-geral eleitoral, Roberto Gurgel, a lista de empresas que fizeram repasses superiores a 2% do faturamento bruto do ano anterior — limite estabelecido pela Lei das Eleições para doações eleitorais nas eleições de 2010. São 3.996 empresas doadoras

Barraco/ Os deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Jean Wyllys (PSol-RJ) roubaram a cena durante audiência pública com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ontem, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Bolsonaro questionava a iniciativa do governo de distribuir uma “cartilha gay” nas escolas brasileiras e criticou que aquilo seria uma pouca-vergonha. Wyllys rebateu as críticas dizendo que se sentiu ofendido.

Embate/ O clima deve esquentar durante audiência na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado hoje, na Câmara. De um lado, representantes das indústrias armamentistas; de outro, integrantes de movimentos sociais que defendem o desarmamento no Brasil. Na pauta, o controle de armas no país e a realização de um novo referendo sobre o tema.

Ganas/ Chamou a atenção do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), relator do processo de cassação contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) no Conselho de Ética da Câmara, a disposição com que o delator do maior escândalo de corrupção do Distrito Federal, Durval Barbosa, quer comprovar as denúncias feitas contra a parlamentar.

Porta de casa//

A coalizão SOS Florestas lança hoje uma mobilização nacional contra o novo Código Florestal. Serão realizados atos públicos em Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro, Volta Redonda (RJ) e Piracicaba (SP). O objetivo é exercer pressão direta sobre os parlamentares em seus domicílios eleitorais, com o apoio de organizações locais.

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