sexta-feira, 22 de abril de 2011

Front interno

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O Palácio do Planalto está mais preocupado com a luta interna do PT e com os aliados do que com a oposição, que está minguando. Já trabalha com um cenário no qual o DEM venha a se fundir com o PSDB. Seria a alternativa de sobrevivência de seus quadros principais que querem permanecer na oposição.

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O problema, porém, é a ampliação da base governista no Congresso com a incorporação do PSD do prefeito Gilberto Kassab. Como a oposição está cada vez mais desidratada, setores do PMDB e do PSB movimentam-se com mais autonomia e podem tomar o rumo das candidaturas próprias em 2014.

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Os governadores Eduardo Campos (PE), do PSB, e Sérgio Cabral (RJ), do PMDB, são duas lideranças emergentes na política nacional. Cabral fatura a pacificação nas favelas do Rio, com a marca de bem-sucedido num quesito em que o governo federal não anda bem: a segurança pública. Já Eduardo Campos — além do bom desempenho no Nordeste — demonstrou capacidade de articulação política ao atrair o PSD, de Kassab, e praticamente dizimar o DEM. Expande sua influencia para o sul maravilha.

Destaque

A propósito, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem confidenciado a políticos com quem conversa que anda cada vez mais encantado com a capacidade de articulação de Eduardo Campos (PSB). Segundo ele, o governador de Pernambuco está entre os mais talentosos de sua geração e tem potencial para um dia chegar à Presidência da República.

Cautela

Cuidadoso, Campos reitera aos interlocutores que sabe qual é o seu papel no governo Dilma e que ainda não chegou o momento de um voo solo. Mais ainda: diz que estará à disposição se a presidente da República precisar de um novo candidato a vice-presidente.

E agora?//

Dois dos principais arquitetos da derrota do ex-senador Jorge Bornhausen (SC) na disputa interna do DEM divergem profundamente sobre o que fazer com a vitória. De um lado, o líder do partido na Câmara, ACM Neto (BA), avalia que a fusão com o PSDB pode ser uma boa saída. Já para o ex-presidente da legenda Rodrigo Maia (RJ), é melhor que o DEM continue marchando sozinho.

Sobrevivência

Com o partido dividido internamente, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, joga água fria na fervura dos setores do DEM que defendem a fusão das duas legendas imediatamente. Prefere fazer alianças regionais para as eleições municipais de 2012 a partir de maio. Terão prioridade os municípios com mais de 200 mil eleitores. Rachas históricos nos estados que dificultam a fusão poderiam ser superados pela necessidade de sobrevivência, principalmente nas capitais.

Zagueira

A senadora Gleisi Hoffmann (foto) assumiu o comando da zaga do governo diante dos ataques da oposição. Enquanto o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), insatisfeito com o tratamento que recebe do Palácio do Planalto faz cara de paisagem, a senadora paranaense não deixa passar sem resposta nenhuma crítica à presidente Dilma Rousseff ou ao seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Esposa do ministro Comunicações, Paulo Bernardo, Gleisi será a relatora do Plano Plurianual (PPA) 2012/2015.

Brasília, 51 anos

A cada ano, uma nova cidade surge no Distrito Federal, com cerca de 70 mil habitantes, sem que o conceito de polinucleamento seja respeitado. Com 30 regiões administrativas, de acordo com a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), o Distrito Federal, completou 51 anos como uma região metropolitana com 2,6 milhões de habitantes

Drogas

O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) critica o governo pelas falhas no combate às drogas. “Apesar da necessidade de ações de prevenção e tratamento ao usuário, o Programa Integrado para Enfrentamento do Crack e Outras Drogas, lançado pelo ex-presidente Lula em maio do ano passado, até agora não foi colocado em prática”, denuncia.

Saúde

O senador Paulo Davim (PV-RN) quer destinar uma parte do dinheiro arrecadado pela Caixa Econômica Federal (CEF) com as loterias ao orçamento do Ministério da Saúde: “Pouca gente sabe, mas menos de 50% do total arrecadado vai para os ganhadores. O resto tem várias destinações, como, por exemplo, 1% para o Fundo Nacional de Cultura e 3% para o sistema penitenciário. Nada para a Saúde”. Dos 22% das loterias que são destinados à primeira faixa de premiação dos concursos terminados em zero, 5% poderiam ser retirados para a Saúde, sem que as outras destinações sociais ficassem prejudicadas, argumenta Davim.

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